Azul Marinho.

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— Explica essa história direito, Minseok! — Jongin tentou não gritar, mas foi impossível. Recebeu um aperto de leve no braço direito, tendo que respirar fundo. — Alexander? Pai do Chanyeol? Eu não estou conseguindo entender nada.

— Ah... Eu tô com sono, Jongin. — Ele murmurou, com um bico formado nos lábios molhados pela bebida. — O Chanyeol foi noivo do Alexander, ele era um amigo e apresentei os dois durante uma festa. Eu s-sinto tanta falta do meu amigo... — Fungou baixinho, olhando para os próprios dedos que estavam enroscados um no outro.

— Ele faleceu? Eu sinto muito, Minseok... — Sehun tentou confortar o treinador, que levantou a cabeça e balançou de leve.

— F-foi algo repentino, ele precisou fazer uma cirurgia de emergência e teve erro médico. Ninguém esperava por isso, ele e o Chanyeol estavam noivos há pouco tempo, mas foi o suficiente pra mexer com o psicológico de todo mundo. — Fungou mais vez, passando a palma da mão sobre a bochecha para limpar as lágrimas que começavam a descer sem sua permissão. — Eles noivaram escondido porque Chanyeol tem medo do pai, até hoje isso... Ele precisou sofrer calado, porque na época o senhor Park estava concorrendo à eleição e enchia o saco de todo mundo.

— Puta que pariu... — Jongin olhou para o namorado, com os olhos cheios de lágrimas. — Eu não aguento mais isso, vamos embora, por favor. — Pediu, vendo Minseok erguer a cabeça em sua direção.

— Ah, por quê? Faz tanto tempo que não saio pra beber fora, vamos ficar mais um pouco, hm? — Esvaziou o corpo que ainda tinha um pouco de bebida. — O que foi?

O casal não disse mais nada, apenas se levantaram da mesa, pedindo a conta que Sehun pediu para pagar e foram embora, colocando Minseok no banco de trás porque não seriam nem loucos de deixá-lo bêbado no meio da rua. O trajeto foi quase um silêncio total, se não fosse pelas fungadas de Jongin e o ronco de Minseok, que rapidamente apagou quando entrou no veículo.

Tentando confortar o namorado, Sehun fez um carinho de leve na coxa direita do patinador, ouvindo o choro aumentar. A conversa com Minseok havia sido tão rápida, mas ao mesmo tempo tão chocante, que ainda tinha todas as palavras em sua mente mesmo dirigindo até a casa onde ele morava.

Como um ótimo amigo, Sehun fez questão de levar Minseok até dentro de casa para que ele não caísse no meio da grama e acordasse com o cachorro de um desconhecido lambendo seu rosto. Jongin decidiu ficar no carro, também porque o veículo estava mais quentinho que o vento gelado que já começava a tomar conta das ruas. Não demorou muito para Sehun voltar, colocando o cinto de segurança e dando partida em seu carro, até o apartamento que dividiam há alguns meses.

E mais uma vez, optaram pelo silêncio. Jongin não sabia se aquela informação havia mexido tanto consigo ou se o álcool estava ajudando a deixá-lo ainda mais sensível. Quando colocou os pés dentro do apartamento, colocando o sobretudo no cabideiro, abraçou Sehun com força, sendo acolhido pelo homem que tanto amava.

— Eu tô me sentindo muito mal, Sehun... — Sentiu um carinho ser depositado nas suas costas. — Se eu soubesse que seria tão ruim assim, eu teria impedido isso.

— Nós dois não temos culpa disso, está bem? Ninguém imaginava que o Chanyeol era viúvo, isso nem passou pela minha cabeça, nem por um segundo. Ele é um homem novo, ninguém imagina isso de um homem da idade dele.

— Mesmo assim, nós fizemos o Minseok falar sobre a vida pessoal do melhor amigo enquanto estava bêbado, tem noção disso? Eu estou me sentindo o pior ser humano do mundo.

— Olha, nós não obrigamos ninguém a beber, o cara parecia até uma descarga de cerveja, não parava por um minuto. — Jongin riu com o comentário do namorado. — Não vou mentir que isso tá me deixando com um peso fodido na consciência, nós só queríamos ajudar o Baekhyun. Ele mandou alguma mensagem?

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