Azul Caribe.

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A manhã começou corrida na casa de Baekhyun, que acordou graças às ligações insistentes de Byun Baekhee querendo saber onde o irmão estava e se ele realmente participaria do almoço em família comemorando sua chegada à Noruega depois de um longo tempo longe da família. E se não fosse pelas centenas de ligações, Baekhyun tinha certeza absoluta de que passaria o dia inteiro dormindo e esqueceria daquele almoço, por mais que estivesse ansioso para reencontrar Baekhee e matar a saudade que sentia.

O relógio estava próximo de marcar onze e meia da manhã quando Baekhyun atendeu a ligação da mais velha, quase ficando surdo pela voz alterada da irmã. Ela sempre falava gritando quando estava nervosa independentemente da situação. Depois de dar mil desculpas, Baekhyun correu para o banheiro optando por um banho gelado para que acordasse de vez e também porque o sol começava a queimar, mesmo que ainda não estivesse no verão.

Havia passado a madrugada inteira navegando na internet, lutando para conseguir esquecer da discussão que tivera algumas horas antes de chegar em casa. E realmente funcionou, conseguiu achar alguns fóruns sobre assuntos que gostava e passou toda a madrugada lendo até se assustar com o relógio indicando que já se passavam das três da manhã. E por ter dormido tarde, foi obrigado a passar um pouco de corretivo abaixo dos olhos. Não poderia de maneira alguma chegar como um zumbi no almoço, por mais que fosse com sua família.

Quando terminou tudo, por pouco não esqueceu as chaves dentro de casa e correu como se estivesse em uma maratona até o elevador. Agradeceu mentalmente por ter abastecido no dia anterior, senão seria obrigado a pegar o metrô e odiava pegar transportes públicos. Não que fosse mesquinho ou algo do tipo, na época da escola e da faculdade, amava pegar metrô ou ônibus, principalmente quando estava acompanhado por algum amigo. Portanto, ficar bem aquecido, ouvindo uma música gostosa e podendo cantá-la o mais alto que pudesse, não era uma opção que Baekhyun descartaria.

Achou mesmo que acordaria triste por ter tido bastante estresse no dia anterior, mas nada poderia acabar com a alegria de ver Baekhee novamente. Sabia mais do que ninguém que a escolha de se afastar de Kyungsoo era a melhor e seria um grande passo de sua vida, mesmo que para outros, fosse algo banal. Só Baekhyun sabia como aquele homem mexia com a sua cabeça ao ponto de deixá-lo atordoado. Precisou Kyungsoo mostrar sua verdadeira face para que o Byun acordasse de vez para a vida e percebesse que não ganharia nada tendo encontros casuais com um homem que nem lhe tratava bem para pelo menos fingir.

Era um jogo onde somente Kyungsoo saía ganhando e Baekhyun ganhava apenas uma fodida dor de cabeça por não ouvir seus amigos sobre quem Kyungsoo era de verdade.

Chegou até estranhar quando viu pelo GPS que o percurso seria mais rápido. Era sábado, normalmente as pessoas saíam para comemorar ou almoçar fora. Colocou alguma playlist aleatória do Spotify para rodar e seguiu o caminho até a casa de seus pais, que não ficava tão longe de onde morava. Mas antes de pegar a estrada, mandou uma mensagem para Baekhee avisando que já estava saindo de casa.

Seus pais moravam em um condomínio fechado por sua mãe ser extremamente paranóica com qualquer coisa. Segundo ela, morar em um lugar fechado seria bom também para Baekhyun não fugir de casa quando estivesse de castigo pelas notas baixas. Baekhyun morou naquela casa dos quatorze anos até atingir a maioridade e ganhar a própria casa, assim começando uma nova etapa de sua vida junto com a faculdade. E por mais que já estivesse anos fora dela, ainda considerava o seu verdadeiro lar, porque amava estar com a família e na maioria das vezes sentia falta de estar naquele lugar.

Cumprimentou o porteiro do condomínio, que logo o reconheceu já que ele trabalhava há mais de quinze anos no mesmo lugar. Realmente, o tempo havia passado rápido demais. O homem que era mais jovem quando chegou, agora tinha alguns fios brancos e algumas marcas de expressões mais fortes, provavelmente pelo cansaço, ser porteiro não era uma profissão fácil.

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