Azul Profundo.

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Outubro.

Outubro havia chegado junto com as chuvas, a neve e os ventos fortes.

Finalmente era inverno.

Não era lá a estação favorita de Baekhyun, principalmente quando tinha treinos e não podia aproveitar sua cama quentinha e ficar agarrado com Chanyeol em meio aos edredons. Os dois se acostumavam aos poucos com o rumo que aquela relação havia levado. Não havia ocorrido nenhum pedido de namoro, na verdade, nem precisavam disso porque os gestos que tinham um com o outro, já demonstravam o quanto gostavam um do outro.

No dia anterior, Chanyeol saiu para almoçar junto com Minseok para aproveitarem o domingo, por mais que estivesse frio. As conversas eram longas e falam sobre tudo, mas quando o Kim perguntou, pela milésima vez desde a conversa que tiveram juntos no banheiro do restaurante coreano, se Chanyeol já havia tido a tal conversa com Baekhyun e o Park sempre tinha a mesma resposta: "ainda não".

Era complicado despejar todo o seu passado para outra pessoa, por mais que gostasse de Baekhyun com todas as suas forças. Mesmo com todas as memórias boas do passado, coisas ruins aconteceram, que o fizeram se tornar um homem inseguro com relacionamentos e com suas próprias atitudes. Confiava demais no rapaz que agora, era uma parte de sua vida, mas ainda era dominado pelo medo. Toda vez que pensava em começar esse assunto, não conseguia achar as palavras certas para a conversa seguir em frente. Quando estava com Baekhyun ao seu lado, sentia-se feliz, e sinceramente, não poderia estragar aqueles momentos quando se sentia tão bem.

Baekhyun estava sentado em uma poltrona de couro, com as pernas em cima do estofado, encarando o espelho enquanto passava um pincel em uma de suas pálpebras, deixando-as azuis como seus olhos. Ao seu lado, estavam Jongin e Krystal, dando dicas do que ele poderia fazer. Pela primeira vez no ano, Baekhyun estava experimentando o que usaria em sua apresentação nas Olimpíadas de inverno.

Os três amigos haviam improvisado um pequeno camarim para testarem alguns tipos de maquiagem em Baekhyun. O patinador falava sobre esse dia praticamente a semana inteira, e quando finalmente chegou, puxou Chanyeol com ele para que ele visse e opinasse sobre o que usaria no dia doze de dezembro. Ficou quase meia hora misturando as sombras e fazendo pequenos detalhes para ver qual ficava mais bonito. E para ser sincero, Chanyeol nem sabia que Baekhyun era bom com maquiagem, mesmo que Krystal auxiliasse a maioria das coisas.

Chanyeol mexia em seu celular, olhando as notícias do dia, esperando Baekhyun terminar a maquiagem depois de passarem o dia inteiro treinando. Segundo Baekhyun, passariam a noite de sexta-feira em sua casa, bebendo o vinho que Chanyeol havia lhe presenteado na primeira noite que dormiram juntos. E obviamente, aquilo deixou o Park extremamente ansioso para conhecer onde Baekhyun morava.

— Essa sombra combinou demais com os seus olhos, Baek! — Krystal comentou sobre a maquiagem do patinador, deixando um sorriso amostra. — Ficou lindo demais!

Baekhyun abriu os olhos, dando de frente com o próprio reflexo. Realmente, estava muito bonito e o sombreamento branco destacava demais o seu olhar. Não tinha muita técnica para maquiagem, sabia o básico porque sempre se maquiava sozinho durante as apresentações e sempre escolhia tons escuros, mas por ser uma competição que aconteceria no inverno, decidiu colocar tudo azul, até mesmo a roupa que usaria.

Seus olhos se encontraram com os de Chanyeol, fazendo os dois abrirem um sorriso. Chanyeol parecia surpreso com a mudança no visual do patinador, tanto que guardou o aparelho no bolso e caminhou até ele para ver mais de perto.

— Krystal, quer ir comigo na cafeteria? Não tomei café da manhã e minha barriga parece que vai explodir de fome

Ao perceber o clima entre o patinador e o treinador, Jongin decidiu que seria melhor deixá-los a sós, então chamou Krystal até o estabelecimento que ficavam mais próximo, também porque estava quase desmaiando de tanta fome e já era quase o fim da manhã. Krystal concordou rapidamente, pegando na mão de Jongin para que saíssem o mais depressa possível.

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