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     Peguei o aparelho nas mãos encarando a tela sentindo o peito apertar de dor.

     Não lembrava dele até aquele momento, mas lembrava de tê-lo roubado para tentar falar com Tahoe. E agora não tinha mais ninguém. E eu não sabia o que fazer com ele. Deveria ligar para Thomas, o responsável por toda essa bagunça? Ou deveria falar com Mina e pedir que chamasse papai para confrontar com os poucos policiais que tinha em Crescent Valley?

     Lembrei da parede cheia de armas da sala de Donny percebendo que aquele grupo estava preparado para qualquer coisa, principalmente com um nerd gênio da robótica fazendo trecos incríveis para eles. Respirei fundo colocando o celular no silencioso, levantei da cama apressando os passos até a cômoda onde escondi na primeira gaveta, de roupas íntimas, bem no fundo e debaixo de todos os tecidos. Iria deixar ali até que conseguisse pensar o que faria com ele sem todos aqueles sentimentos dentro de mim me deixando nervosa e confusa. E principalmente, faminta.

      Uma batida na porta me fez fechar a gaveta com rapidez e brutalidade, assustada com quem quer que estivesse do outro lado. Corri até a cama onde sentei forçando meu corpo a normalizar a respiração e o nervosismo que crescia dentro de mim por quase ser pega. A porta se abriu sem que eu pudesse responder, primeiro vi a bandeja e depois a pessoa que a segurava, Kyra entrou sem cerimônia caminhando pelo quarto até a cama onde colocou a bandeja com uma tigela de sopa quente e um copo de água ao lado. Ela a empurrou em minha direção e não pediu licença para sentar na ponta da cama olhando para mim.

     Não sabia se ela queria checar que eu comeria tudo, mas também não me importei com sua presença ignorando ter rejeitado aquele prato de Scar para aceitar de bom grado aquela tigela com conteúdo que cheirava bem. Comi lentamente saboreando para acostumar meu estômago que parecia vazio por uma década e mesmo que implorasse por comida, provavelmente iria rejeitá-la se comesse rapidamente. Ficamos as duas em silêncio no quarto, ela me observando e eu interessada em comer que nem mesmo ligava se o clima estava constrangedor.

     Uma sombra parou na abertura da porta aberta nos chamando atenção para Andrea que entrou no quarto fechando-a em sua passagem. Kyra e eu observamos quando ela caminhou pelo quarto até a cômoda abrindo a primeira gaveta fazendo meu coração saltar e consequentemente, me fazendo engasgar.

– O que está fazendo? – consegui perguntar entre uma tosse e outra encarando suas mãos que pareciam procurar algo.

     Andrea parou, olhou para mim e então para Kyra como se ela tivesse a resposta para aquela pergunta, muito relutante desviei o olhar de Andrea para ela sentada na ponta da cama que me observava em silêncio.

– Falei para Andrea que vamos te ajudar para hoje a noite. – respondeu e mais uma vez a sopa desceu errado me fazendo tossir voltando minha atenção a Andrea que pegava um conjunto de lingerie.

Correr ou Morrer - DuologiaOnde histórias criam vida. Descubra agora