Hazen é a típica garota que mora em uma cidadezinha esquecida no mundo e perdida no tempo com costumes que já são considerados ultrapassados.
Dividida entre ser a garota perfeita que a cidade espera e uma jovem corredora de corridas clandestinas se...
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– Todo mundo bem? – Donny perguntou do banco de trás.
Ouvi o barulho de algo sendo arrancado, mas não quis checar o que era quando tateei minhas coxas mexendo os dedos dos pés dentro das botas sentindo cada músculo dos meus membros inferiores. Respirei aliviada voltando a realidade tentando tirar o cinto para dá continuidade a segunda fase do plano de Nathan, mãos envolveram meus ombros me prendendo no banco como um suporte para que eu não caísse na lataria amassada do carro e assim, com muito cuidado me libertei deixando ser puxada para fora, para o ar frio da noite e o trânsito de carros que haviam diminuído a velocidade para checar o que estava acontecendo.
As mãos que se mantinham apertando meus ombros me colocaram de pé me obrigando a sentir minhas pernas tremerem e quase falharem sem força para segurar meu corpo depois do acidente totalmente planejado, foi quando percebi que aquelas mãos pertenciam a Scar, que se colocou em minha frente me encarando ansioso.
– Estou bem. – falei com a voz rouca sentindo a boca seca.
– Vamos. – ele disse ao me puxar em direção ao acostamento onde seu carro estava estacionado.
Olhei para trás bem a tempo de ver Nathan jogar um fósforo acesso no carro amassado de Kyra, os dois parados lado a lado frente ao carro esperaram que o fogo surgisse antes de saírem em direção ao Mustang estacionando bem ao lado do Bugatti. Não vi como Donny estava, mas aceitei quando Scar me colocou no banco de trás dando a oportunidade para Andrea sentar no banco do motorista antes mesmo que ele pudesse perceber. Por um instante me perguntei se ele deixaria que ela dirigisse seu carro e a resposta veio logo em seguida quando Scar bateu a porta ao meu lado abrindo a sua do motorista.
– O que está fazendo? – Andrea perguntou sabendo que aquilo não fazia parte do plano.
– Eu dirijo. – respondeu direto, no rosto cheio de cicatrizes, um corte avermelhado na testa me chamou atenção o suficiente para checar minhas mãos e braços em busca de ferimentos.
– Mas você... – começou ela.
– Eu estou bem. – interrompeu ele dando um passo para o lado e passagem para que Andrea saísse.
Relutante ela o fez, apressando os passos para entrar do outro lado enquanto Scar se preparava para arrancar com o carro e seguir o Mustang de Nathan que já corria em nossa frente. Ficamos todos em silêncio na volta para Reno e aproveitando desse momento, discretamente tateei o cano da bota para checar se o celular ainda estava ali, minhas mãos trêmulas ainda pelo impacto e tudo o que ele trazia para mim, ficou um pouco mais tranquila ao sentir o aparelho dentro da bota. Respirei fundo fechando os olhos trazendo-a de volta para sentar sobre elas para controlar o nervosismo que crescia em mim a medida em que a adrenalina passava deixando apenas a sã consciência me julgar por tudo.
Por ter aceitado e participado do plano de Nathan, por ter roubado um banco, por ter avisado a Reeve, por ter destruído o carro de Kyra eliminando qualquer prova que tinham sobre nós e por não ter pensado em Tahoe naquele momento. Afinal, foi por causa de um acidente daqueles que meu irmão perdeu a mobilidade e mesmo que tivesse sido proposital, era muito errado.
