Delírios Insanos De Uma Mente Perturbada

Tela Branca

Me vejo como uma tela branca.
Não uma nova, mas uma que já foi usada várias vezes, e tentaram apagar os rabiscos e desenhos.
Uma tela que ainda espera ser desenhada, mas não é tão atrativa quanto uma nova e completamente branca.
Sou cheia de erros que foram mal apagados.
Talvez ainda desenhem em mim, talvez eu tenha sido descartada de vez e não seja usada novamente.
A tela sou eu, a minha vida, os rabiscos e desenhos são as coisas que já aconteceram comigo, as coisas que meu cérebro insiste em tentar apagar.
Acho que ainda vão ter desenhos na tela, mas em algum momento ela vai estar gasta, e não será mais branca, e mesmo que pintem de preto ainda irá se gastar mais, a própria tela irá se cansar de tantas tentativas.
E quando a tela não puder mais ser desenhada ou até admirada, sua vida terá acabado, e ela não vai se chatear por isso, pelo contrário, até sentirá alívio, pois finalmente terá acabado aquele sofrimento, a espera por algo bonito a ser desenhado terá se encerrado e ela irá se conformar com o fim, pois ela se cansou de tanto ser usada.