Capítulo Vinte e Sete.
"— Já notou aqueles dois?"
— São os últimos. — Astoria disse logo após pousar com sua Pesadelo Monstruoso alaranjada, saltando para fora do dragão e auxiliando os três homens com mãos amarradas à frente do corpo a descerem também.
— Tiveram algum problema no percurso? — Theo perguntou, anotando algo em seu grande pergaminho, dando a Cedric um olhar rápido e o gêmeo se aproximou dos prisioneiros.
— Nenhum, Treinador. — Astoria respondeu seriamente.
A garota era aplicada, sendo uma das poucas jovens vikings a ter conseguido permissão para voar em um dragão próprio. Mas, claro, tendo conquistado isso ao conseguir primeiro conquistar o dragão.
Ela era esforçada em seu treinamento, e parecia ter ficado bastante orgulhosa ao ter sido convidada para transferir os prisioneiros da ilha deserta para Berk, visto que os demais treinadores haviam ficado extremamente sobrecarregados nesta manhã.
— Tudo bem. Parabéns pelo trabalho. — Theo disse então. — Você pode se juntar a Cedric e levar os prisioneiros até a senhora Lily, e então estará livre para se juntar em alguma tarefa necessária na aldeia.
— Sim, senhor!
Cedric deu um último aceno ao seu amigo, se afastando com os prisioneiros depois que a jovem o reverenciou brevemente em sinal de respeito, que agora todos demonstravam aos Treinadores de Dragões, e então o seguindo.
Ao se ver sozinho Theo checou novamente sua lista de afazeres, estalando o pescoço antes de decidir que sua próxima tarefa seria visitar as oficinas, conferir se os reparos e novas armas já estavam sendo feitos.
Tinham se passado apenas três dias desde o ataque, mas Berk já parecia nova em folha — ou quase —, com exceção de pequenos detalhes, mas cada um deles deveriam ser cuidados e planejados para que a cidade continuasse firme e forte como as rochas frias que a cercavam.
Com esse pensamento em mente, Theodore Nott seguiu para seus afazeres.
Harry limpou os olhos pelo que parecia ser a milésima vez, sorrindo pequeno para o tecido com bordas douradas e vermelhas, a pintura de seu pai o carregando no colo quando Harry ainda era apenas um bebê estava bordada na enorme peça em uma das paredes do salão principal.
Era estranho pensar em quantas vezes ele havia passado por ali e nunca parou para de fato admirar a pintura, talvez se ele tivesse feito isso antes, poderia ter sentido mais do carinho que seu pai tentava lhe passar de forma indireta.
Ele podia entender agora, seu pai tinha certa dificuldade de expressar seus sentimentos de forma clara e direta, preferindo transformá-los em algo significativo para si, e esperar que a pessoa para o qual tal sentimento fosse direcionado entendesse.
A tapetaria na parede perfeitamente bordada e com sua pintura juntamente a Harry gravada lindamente, era uma prova disso.
Talvez seu pai não o admirasse tanto no passado, mas ainda assim o amava com tudo o que tinha, e passou a ter ainda mais orgulho quando conheceu o verdadeiro Harry.
O Harry que descobriu-se incapaz de fazer mal para uma espécie inteira apenas para se provar viking. Ele pôde ver nos olhos de seu pai, principalmente em seu último olhar e em suas últimas palavras, o quanto tinha conseguido ser um orgulho para ele.
Fechando os olhos agora, ele podia ver seu pai, todo glorioso em seu trono, sorrindo para ele antes de apontar em sua direção, os lábios abertos mostrando seus dentes enquanto ria. E Harry, extremamente feliz, lhe diria algo como:
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Como Treinar Seu Dragão | Drarry
Fanfiction[CONCLUÍDA] Harry é um adolescente viking da ilha de Berk, onde lutar contra dragões é um meio de vida. Suas opiniões avançadas e um senso de humor estranho, com uma dose de distração e características nada vikings o tornam um desajustado, apesar de...