Capítulo Oito

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Capítulo Oito.

"Hey, Banguela, você me comeria?"

— Aqui, gatinho, gatinho, gatinho. — Harry murmurou com um bico nos lábios enquanto caminhava pelo vale secreto na floresta.

Seus olhos verdes viajavam desde o enorme lago até as paredes de rocha que escondiam aquele lugar.

— Gatinho? — Tentou novamente, um sorriso no canto dos lábios quando se esgueirou atrás de uma das árvores, tentando ver por cima dos arbustos. — Você está aqui e eu sei!

Uma sombra muito grande ultrapassou seu corpo a medida que Harry caia em uma gargalhada quando as patas negras maiores até que sua cabeça se puseram ao seu redor.

O viking mostrou a língua, estirado no chão com o enorme Fúria da Noite sobre si, olhando para baixo, para ele, com as asas fechadas e baixas. Os olhos com pupilas estreitas pareciam irritados e o dragão deixava uma série de sons escapar ao mover sua boca em um resmungo alto.

— Te achei.

Harry prendeu o riso quando o dragão soltou uma lufada de ar particularmente forte pelas narinas, abrindo a boca e emitindo ruídos raivosos enquanto os olhos azuis brilhantes pareciam lhe olhar com tédio.

— O que foi? Não sabe perder? — Se ergueu ficando sentado e obrigando o dragão a se afastar um pouco, ficando de frente para o humano. — Ou será que é porque eu te chamei de gatinho?

O dragão rosnou e Harry gargalhou com aquilo. Curiosamente, Harry havia descoberto que Draco era decididamente contra gatos, e por isso ele desvendou o mistério do sumiço de vários desses animaizinhos nas proximidades.

Draco afirmou que não era nada pessoal em relação a ser um dragão, mas a forma como os gatos pareciam tediosos mesmo quando deveriam estar assustados, como os cães, o irritava e então, lhe dava fome.

— Tudo bem, Banguela. — Harry riu mais um pouco, estendendo a mão, não se assustando quando o enorme dragão rosnou um pouco mais alto. — Não vou chamar de gatinho mais. Gatinho.

O Fúria da Noite bufou pelas narinas novamente, parecendo chateado e Harry sorriu novamente, desistindo de esperar a enorme cabeça se aproximar de sua palma e resolvendo se atirar contra a fera.

Draco pareceu ser pego de surpresa, as pupilas ficando em fendas em uma fração de segundos, mas relaxando conforme caia deitado com o humano sobre seu corpo. Agitando as asas atrás de si e as erguendo para o alto, então Harry estava no espaço entre suas patas dianteiras, observando curioso quando Draco fechou as asas uma na outra, os envolvendo como em um casulo.

— Uau, eu não sabia que podia fazer isso. — Harry disse em meio à escuridão que se formou graças as asas negras os mantendo presos. Seus olhos verdes então se focaram no rosto do dragão, que estava voltado para si.

Harry sentiu todo o seu corpo esquentar de uma forma única. Os olhos de Draco eram como duas chamas azuis, brilhando mesmo que no escuro de seu casulo particular, firmes e intensos, parecendo perfurar sua carne e atingir sua alma.

Harry sentiu-se nu mediante seu olhar.

— Você é tão... lindo. — Sussurrou perdido, vendo as pupilas vacilarem e crescerem ainda mais, um ronronar alto e em uma melodia que ele já conhecia tão bem se fez presente.

Haviam se passado cerca de umas três semanas e alguns dias desde que Draco havia lhe ensinado a primeira coisa sobre como usar enguias para afastar os dragões.

Depois disso, Harry continuou aprendendo novas coisas. Ele nunca esteve tão fascinado e tão confuso sobre seu mundo e sobre o mundo dos dragões.

Como Treinar Seu Dragão | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora