Procurada: VI

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VI — ÁGUAMANSA.
(POV)

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O parecia cinza pairar no ar, naquele buraco onde todos os ratos aos olhos de Piltover estavam sob controle. Era difícil olhar para o alto, aos incontáveis e muros que chegavam a se perder de vista, e conseguir lembrar de quando podia rir ou mesmo brincar em A última Gota. Quando Vander, Claggor e Mylon ainda se faziam presentes, quando Powder estava sob a minha vista, a vida parecia ter sentido.

Passei a vida achando que não tínhamos nada, mas eu tinha tudo o que precisava. Nós só damos valor às pessoas que estão ao nosso lado, quando não as temos mais. Passávamos inúmeras dificuldades, mas estávamos juntos. Vivos, e juntos.

Precisava encontrá-la de todas as formas.

— Detenta 516 — um dos carcereiros chamou — Hora do seu banho de sol.

O celular estava escondido em um buraco que cavei ao longo dos anos com uma das trocentas colheres que roubei das refeições e que nunca deram falta. Desligado, completamente incomunicável. O aparelho havia sido comprado em troca de serviço bruto. Um dos guardas me pediu pra colocar um pacote de drogas no bolso do outro enquanto ele estivesse distraído. Desesperada por qualquer sinal do mundo exterior e das pessoas que amava, topei sem pestanejar. No dia seguinte, descobri que ele havia sido executado, e que sabiam que havia sido forjado. Estavam procurando o culpado e, deixe-me pontuar o óbvio: não seria de forma alguma o policial riquinho que me contratou.

A verdade era que, se não desse um jeito de sair dali em alguns dias, minha cabeça decoraria os muros de Águamansa. Uma colega de cela disse que talvez ela pudesse ajudar, embora não fôssemos amigas, também já havia passado poucas e boas ali. Me passou o telefone da policial em ascensão, dizendo que havia acabado de se tornar Xerife em Piltover.

A garota Kiramman, no momento, era minha única alternativa. Se ela salvasse minha vida, entraria em uma dívida que podia me complicar, mas ainda era melhor do que 6 anos presa pra nada.