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Queria começar esse capítulo agradecendo MUITO o carinho de vocês com essa história. Ela surgiu dentre uma fase de bloqueio criativo muito grande, cujo plot desencadeado por Arcane me deixou empolgada. Só que eu nunca levei história nenhuma pra frente. Quase nunca finalizo nada.

Vocês gostam tanto dessa história, que me faz querer continuar e finalizar ela, mesmo que eu nem sempre esteja satisfeita com o andamento e resultado dos capítulos dela. Então, como demonstração de como isso é especial pra mim: tenho uma surpresa pra vocês quando chegarmos aos 20k de visualizações.

Obrigada. Mesmo. ♡

***

Caitlyn ainda parecia transtornada. Eu me sentia dividida entre achar ela muito gata braba e ter medo porque eu era menor e sabe-se lá o que gente mais alta pensa de gente pequena. Vai que ela resolve me usar de enfeite no jardim. Ela queria manter minhas mãos livres, mas pela própria segurança dela, sugeri que me mantivesse algemada. Ela não entendeu, eu não expliquei.

Pelo menos há uns dois metros de distância de mim, ela estava segura. Era muito doentio a criminosa querendo dar uns beijos na policial, e eu não queria que ela se sentisse um pornozão de xvídeos daqueles que discutiam lá na cadeia toda santa refeição.

Não sei como aguentei tanto tempo naquele lugar. Também não tinha por que ela querer alguma coisa com alguém absurdamente sem futuro. Beleza, ela queria me libertar, mas o que eu tinha? Pra onde eu iria voltar? Todos os que amo estão mortos. Powder está desaparecida com aquele desgraçado do Silco. Eu precisava encontrá-la, mas ainda não tinha ideia de como fazer isso.

Ela devia achar que eu a odiava, mas tive que cortar esse pensamento, antes que Caitlyn percebesse e viesse com o papo de autoajuda pra cima de mim.

- Entra no carro.

Olhei pra ela confusa. Ela achava que carros existiam na subferia? Como é que abria aquela coisa? Puxei a porta com tanta força que amassei a maçaneta.

- Estou tentando.

Pensei que ela fosse ficar braba, mas a desmiolada riu e deu a volta. Ela me mostrou como puxava e abria aquela coisa. Eu suspirei e entrei, então ela me prendeu na cadeira chique e eu olhei indignada.

- Eu já estou algemada! O que mais você quer? Tá achando que vou matar nós duas no caminho? Eu acabei de sair viva, Caitlyn. Tô querendo morrer não, caceta.

Ela franziu o cenho como se estivesse juntando as informações, ou procurando uma forma melhor de lidar.

- Se chama cinto de segurança. Caso algum acidente aconteça, ele impede que o impacto faça você ir para frente e bater no vidro. Serve pra nos proteger. Mantenha ele preso, ok?

Me senti envergonhada. Talvez minhas têmporas tenham ficado rubras, mas ela não comentou. Me deu um sorriso gentil e eu não retribui por birra, só cruzei os braços. Não queria ficar sozinha com ela em um carro, ela estava armada e com raiva de ter sido, como é que ela disse mesmo...? Abandonada.

Raiva tinha eu de depender dela pra fazer as coisas. Rolei os olhos e enfiei a cara na janela, emburrada. Sim, talvez eu ainda fosse uma criança por dentro. Na cadeia a única coisa que cresce é o nosso ódio. Ela ligou uma musiquinha bem baixinho pra não me assustar e eu achei adorável, mas naquela situação, preferia tomar um tiro do que assumir. Cantarolava baixinho enquanto dirigia, e até dirigindo o pedaço de inferno era bonita. Céus, eu a odiava.

- Pra onde vamos?

- Pra cadeia.

A olhei incrédula. Sim, Caitlyn, essa parte eu estou sabendo, filha de uma rapariga cínica. Ela deu risada e disse uma coisa que eu não esperava:

- Mas antes, vou te levar pra tomar um banho decente.

Procurada: VIOnde histórias criam vida. Descubra agora