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- Preciso te contar algo. Não quero que me ajude sem saber.

- Não quero ouvir e repensar meus atos, obrigada - sorri, segurando o gelo embalado em um pano limpo sobre a cabeça dela, logo depois de limpar seus machucados.

- Caitlyn, é sério.

Parei e cruzei os braços. Sentei de frente pra ela, o mais perto que consegui para que não precisasse falar alto. Fiz sinal para que ela começasse.

- Eu realmente invadi aquele prédio 6 anos atrás. A ideia foi minha e a execução também. Levei um grupo comigo... Claggor, Mylon e minha irmã mais nova, Powder. Mas... As coisas desandaram depois.

Meu coração doeu. Eu tinha quase certeza de que essa era a criminosa, e que ela se aproveitava dos próprios crimes para culpar a irmã. Ainda não sabia o por que dela fazer isso, mas era a realidade. Não sabia como contar isso a Violet.

- Desculpa dar em cima de você pela internet... Não dava pra fazer pessoalmente.

- Mas que diabo de pedido de desculpa é esse, que não vem acompanhado de um "não vou mais fazer isso", ou "vou tentar melhorar"? - Segurei a risada. A troca de assunto repentina me fez notar que ela estava com dificuldade de foco. Devia ser as pancadas na cabeça.

- É que eu sei que você não pode ficar aqui e que, quando sair por aquela porta ali, os covardes terminarão o serviço.

Respirei fundo. Por impulso, levei a mão até o rosto dela e me aproximei. Era inevitável desviar os olhos para a boca cujo pequeno filete de sangue escorria do cantinho, provindo de um pequeno corte. Era o único defeito daquela boca.

- Eu sei quem você é há muito tempo, Violet. E mesmo que teste minha paciência, me dê nos nervos, me deixe falando sozinha e tenha uma visão completamente deturpada de mim, eu não me importo. Não saio daqui sem levá-la comigo. Você pode odiar o ladoalto e questionar minha índole e moral à vontade: enquanto eu for Xerife, ladoalto ou subferia, água ou óleo, ninguém vai ficar atrás das grades enquanto seu único crime for fazer o que for preciso para sobreviver e sair da miséria.

- Sempre suspeitei que você ficasse mais bonita quando está determinada - ela debochou, e eu dei um tapa em seu ombro, mas ela gemeu baixinho de dor e me arrependi.

- Vou consertar isso. Prometo. Você tem minha palavra - mesmo que isso me custe a vida, pensei.

Procurada: VIOnde histórias criam vida. Descubra agora