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CAITLYN - PERÍCIA CRIMINAL
Atentado ao teatro de Piltover - cerca de 2h45min depois do ocorrido.

A cena do crime era algo... Complicado de definir em palavras. Havia sido chamada pela madrugada e pestanejei pra caramba antes de me arrumar e sair, mas era meu dever. Meu trabalho na cidade do progresso não tinha nada a ver com o fiasco da minha vida social, onde tudo que eu tinha eram dois amigos gays que se odiavam e que odiavam ainda mais o armário em que estavam, a ponto de ficar esperando ligações de uma provável presidiária.

Estava com olheiras. Não conseguia dormir direito. Também não tinha fome. Alguns quilos foram pelo ralo e agora meu uniforme estava mais folgado. Eu o odiava.

Meu coração apertou no peito. O que diabos ela tinha feito? E por que sempre me dava as informações pela metade? Gostava de problemas, de mistérios a resolver, mas aquele parecia tão potencialmente destrutivo.

E mais importante... Onde ela estava? Não nos falávamos há semanas. Ela ainda estava brava comigo.

Analisei os cartuchos no chão, as marcas de tiro e reconstruí toda a cena do ataque. Quem quer que fosse, possuía menos de 1,65cm de altura. Pelos movimentos que pude imitar, também não devia ter mais de 53kg. Pela falta de cuidado com a cena poderia dizer ser um homem desleixado, mas tudo parecia exatamente sido deixado de propósito. Os desenhos na parede eram infantis: devia ter pouco mais de 15 anos. Seu traço ainda era instável, o que queria dizer que ela podia ser boa em tudo, menos em desenhar. Não conseguia identificar aquele cheiro de tinta.

Havia sido pintado em roxo, rosa e às vezes laranja

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Havia sido pintado em roxo, rosa e às vezes laranja. Os desenhos se repetiam e pareciam significar alguma coisa, mas não conseguia entender o que era. Minha mente vagou até as crianças da explosão. A garota que me ligava procurava a irmã. Eu procurava uma garota que, se elas fossem quem eu suspeitava, tinha idade pra ser irmã dela.

Quando o conselho me deu a missão, não acho que sabiam onde estavam me metendo. Tinha cada vez mais certeza que não procurávamos a irmã mais velha, mas sim a outra. O difícil seria convencê-los disso. Meu telefone tocou no bolso. Suspirei frustrada pela milésima vez na semana. Não queria falar com ninguém e sabia que a única exceção não me ligaria tão cedo.

Talvez nunca mais.

Confiança não se constrói assim, e ela precisava confiar em mim o suficiente pra me deixar ajudar. Se meu palpite e intuição estivessem corretos, em tantos anos encarceirada, ela não devia fazer ideia na criminosa que a irmã se tornou, se aquela fosse realmente sua irmã.

Talvez a própria irmã não fizesse. E se ela fosse somente uma criança perdida? Uma adolescente cuja mente cresceu em inteligência, mas não amadureceu e se reprimiu, assustada e com medo? Ela continuava sendo uma criminosa, mas isso não fazia dela insana como diziam pelas ruas de Piltover.

Me sentindo mais frustrada ainda, reuni minhas poucas provas retiradas daquela nova intercepção de carga e fui para casa, só então revendo a mensagem de Violet. Meu coração acelerou, mas não a entendi. Decidi ver se os meninos estavam acordados.

Procurada: VIOnde histórias criam vida. Descubra agora