- Olá - cumprimentou de forma pouco amigável, mas a resposta que recebeu o desmontou.
O rapaz que antes estava de costas, se virou ao reconhecer a voz e o recebeu com o sorriso mais bonito que já tinha visto. Viktor perdeu parte da pouca força que tinha nas pernas, mas firmou seu suporte no chão. Não podia cambalear só porque um homem bonito olhou pra ele. O problema é que parecia que Jayce não olhava só o corpo, mas a alma, e isso fazia com que se sentisse desnudo e exposto, como alguém que posa para um quadro.
"É só um sorriso", pensou consigo mesmo. "Para de ser emocionado, Viktor. Seu trouxa."
O problema foi que Jayce deu outro e um passo à frente, como se notasse que ele estava desconfortável. Pegou em seu braço e o trouxe até perto da gema hextech instável. Finalmente seu pensamento desviou de direção e pôs-se a pensar em algo útil: magia.
- Isso aqui é... Incrível.
- Concordo. Ainda não sei como estabilizar, mas... Vou descobrir um meio. Até agora, nada que tentei deu muito resultado.
- Você se importaria se eu...?
Jayce balançou a cabeça, trazendo um "não" silencioso como resposta. Não parecia ironia ou mentira e, naquele momento, Viktor se sentiu mal por sempre tratá-lo daquela forma.
- Parece bem mais alto pessoalmente. - Ele quis dizer "bonito", mas não queria ser inconveniente.
- Vejo que tem companhia, Jayce. - A voz da Conselheira ecoou pelo cômodo que, até então, só possuía as vozes e respiração de ambos. - Gostaria de conversar a sós.
- Vou indo. - Viktor se preparou para sair, uma vez que não queria atrapalhar. Mesmo decepcionado, não deixou transparecer. Ou ao menos pensava que não. Jayce, entretanto, segurou seu braço com certa delicadeza e o trouxe de volta à realidade.
- Com todo o respeito Conselheira Medarda, mas Viktor hoje é meu convidado. O que quer que seja o assunto que deseja tratar, pode ser dito na frente dele.
- Receio que assuntos do Conselho devem ser fiéis ao Conselho. Ele é apenas o assistente do Conselheiro Heimerdinger, não parte do nosso meio.
- Agora ele é meu assistente também.
Viktor o olhou surpreso e, por dentro, irritadiço. Estava dividido entre se sentir honrado e se sentir humilhado. Os dois lados da moeda pareciam problemáticos. Pensou se deveria jogar a moeda no livro e sair correndo. Digo, mancando.
- Não quero atrapalhar.
- Porque você sabe qual é o seu lugar. - Mel andou até a mesa, fazendo menção de se sentar, mas Jayce se movimentava em direção à porta, o que a deixou surpresa.
- Sim, o lugar dele é do meu lado. Pode se retirar.
O olhar que ela o dirigiu foi de frustração e raiva. Sentiu-se trocada e rejeitada, e realmente havia sido, pois Jayce sabia muito bem por qual razão ela gostaria que ficassem a sós. Longe de Mel ser uma mulher ruim, ela só estava disposta a fazer o que fosse preciso para chegar ao topo. Seus ideais eram bons, sua índole no trajeto, nem tanto. Para Talis, entretanto, o caráter era seu legado, conforme sua família havia ensinado.
- "Ao meu lado" é meu brega, não? - Viktor resolveu provocá-lo com a frase infeliz do mesmo, rindo quando recebeu uma careta de Jayce em resposta. - Ela parece afim de você.
- Ela que lute. - Voltou a se aproximar da gema, chamando Viktor. - Temos coisa bem mais interessante juntos. - Estava se referindo a gema instável, mas o outro tomou um soco no peito que o tirou o ar.
"Merda", Viktor pensou; "tomara que essa coisa no peito seja infarto".
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Procurada: VI
FanfictionEm sua primeira tarefa como nova Xerife da cidade, a piltovense Caitlyn Kiramman precisa localizar e deter a criminosa das ruas violentas de Zaun, conhecida como "VI", o que ela acreditava ser uma identificação numérica de uma irmandade. O que ela n...