- Não estou exatamente traindo sua confiança, vai com calma aí, cacete.
Disparei contra a parede ao lado da porta de entrada e ela virou para trás, me olhando confusa. Tinha percebido que não era para acertar. Joguei a pistola na direção dela.
- Sabe atirar? - perguntei e ela assentiu - Eu sei que não é sua praia, mas você pode precisar. Isso aqui também - joguei as algemas - A história que vou contar é que precisei passar em casa. Você quebrou o polegar e se livrou das algemas, roubou uma pistola, a apontou pra mim e ne deixou algemada em casa para que não perseguisse você. Toda a polícia vai te procurar, Vi, então tome cuidado.
Ela se aproximou, ainda de mãos erguidas. Depois, riu. Eu não queria rir, meu peito estava doendo. Rir era a última coisa que eu gostaria de fazer.
- É exatamente isso o que os cartazes vão dizer? Procurada: VI, por causa da minha tatuagem.
Assenti, e ela deu mais um passo pra frente. Tentei recuar, mas meu corpo bateu na parede gélida e eu estava encurralada. Ela me prendeu naquele lugar com um braço de cada lado do meu corpo e foi a minha vez de olhá-la confusa.
- Está destruindo sua carreira pra me ajudar, ou sua intenção é capturar minha irmã?
- Eu já teria Powder atrás das grades há muito tempo se quisesse. O único motivo dela estar a solta, foi que suspeitei cedo que ambas eram as crianças da explosão. - Assumi, mas parecia bem pior quando dito em voz alta. Na minha cabeça era a atitude certa. Quando dito assim, eu já não tinha tanta certeza. - No seu dociê diz que luta com luvas. Tem luvas hextech na academia, Jayce e Viktor construíram. Roube-as.
- Quem é Jayce? - O olhar dela mudou sobre mim. - Seu namorado? Não quero nada dele.
- Para de ser teimosa. Ele não é nada além de um amigo da família. - Respondi irritada, cruzando os braços. Por que todo mundo acha que tínhamos alguma coisa, inferno?
- Nas Vielas os amigos da família se pegam bastante, foi assim que eu aprendi a beijar. Puta merda, seis anos sem beijar. Vou ter que aprender de novo.
- Violet, ele é mil anos mais velho que eu, pelo amor de deus! Espera aí, você vai pras Vielas BEIJAR? - A olhei incrédula, tentando tirar as algemas de sua mão, arrependida de ajudá-la. Estava tão cega pela raiva que não pensei. Com um movimento só, ela me virou de frente pra parede e juntou meus braços, os prendendo. Mesmo assim, suas mãos não saíam dele e não paravam de apertar. Eu devia ter algum problema, pois não estava achando ruim.
Seus lábios tocaram a pele do meu pescoço e subiram; logo, sua respiração quente batia contra e pele sensível do meu ouvido. Ela aproveitou pra morder o lóbulo superior da minha orelha e precisei prender a respiração. Minhas pernas bambearam a ponto de pender o corpo para trás, me apoiando sobre o dela. Ela me virou novamente, me deixando de costas para a parede. Seus olhos tinham algo que eu não sabia reconhecer. Desejo, talvez. Parecia agressiva até nos pequenos movimentos, mas isso não me dava medo. Não sei se ela tinha noção dessa parte.
- Não posso fazer isso - sussurrou contra a minha pele, antes de se afastar. Suspirei pesado, mesmo sem entender a razão - Se beijar você, nunca mais consigo sair daqui.
- Eu diria não saia, mas sei que você precisa resolver seu passado antes de recomeçar sua vida. Então, vá - era bem menos difícil falar sobre aquilo quando as palavras estavam somente em minha cabeça - E se sentir vontade de voltar, sabe onde me encontrar.
- Vai levar um tempo, Kiramman.
- O tempo que precisar. - Respondi, sem vacilar. Meu peito doía em vê-la me dar as costas.
- Adeus, Cupcake.
- Até logo, Violet.
Eu sempre soube que iria me despedir dela, desde o momento em que saímos de Águamansa. Só não pensei que fosse doer tanto. Durante aquelas semanas ela não me procurou, nem eu o fiz. Talvez ela tivesse me esquecido. Sabe, eu podia ter sido só uma emoção depois de seis anos de chatice. Suspirei olhando para o lago perto de casa quando meu telefone tocou. O nome "Violet" ascendeu na aba de notificações. Meu coração falhou uma batida, eu abracei os joelhos e chorei.
Sentia falta das mensagens inesperadas, de esperar a madrugada pra uma ligação e, sobretudo: sentia falta de ouvir a voz dela. Ainda era capaz de sentir uma faísca da corrente elétrica de quando nos tocávamos se pensasse nisso. Queria tanto vê-la que me dava agonia. Não tinha ideia do que esse sentimento era, mas era hora de procurá-la, ou eu perderia as estribeiras comigo mesma. Olhei para o céu estrelado.
- Vou encontrar você. - Disse para a estrelinha que chamei de Powder. - Talvez assim, ela queira ficar.
Continua...
***
Hey, procurados.
Chegamos ao fim da temporada 1. Prometi não trazer um fim tão triste e não trouxe.
Penso em seguir o formato de capítulos POV (ponto de vista) de cerca de 500 palavras daqui pra frente também. O que vocês acham?
A temporada 2 pode ser encontrada no meu perfil, chamada Procurada: VII, que era o contato da Jinx. Pra vocês que gostaram dos capítulos da maluquinha e querem ver mais dela, não deixem de ler. O segundo arco vai ser focado em Jinx x Violet.
Obrigada por todo carinho e apoio. Nos veremos em breve. ♡
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Procurada: VI
FanfictionEm sua primeira tarefa como nova Xerife da cidade, a piltovense Caitlyn Kiramman precisa localizar e deter a criminosa das ruas violentas de Zaun, conhecida como "VI", o que ela acreditava ser uma identificação numérica de uma irmandade. O que ela n...