Marina de Monte Carlo, Maio de 2017
POV Max Verstappen
Era um sonho. Só podia ser um sonho.
Os contornos da manhã começavam a tomar forma, a luminosidade me acordou. Respirei fundo, esfregando os olhos para despertar de verdade. As imagens ainda estavam em minha mente. Havia sonhado que eu estava no barco de Daniel, bebendo com Daniel, ao beijos e amassos com o Daniel! Isso só poderia ser loucura.
Mas tinha uma mão sobre meu peito, com a tatuagem de um número três no mindinho. Havia maresia e o balanço do mar. E Daniel, imerso no seu sono, deitado ao meu lado. O que parecia ser um sonho, não foi. Fiquei um tempo olhando ele dormir, acariciando sua mão. Estava sem camisa, havia um colar prateado em volta do pescoço, que não notei na noite passada. Era um sono tranquilo, pesado - será que sonhava com alguma coisa? Movi sua mão com cuidado e sentei, observando o sol começar sua saída do mar, a marina se enchendo dos seus raios. Me perguntava também tudo o que eu tinha feito ontem. O que nós tínhamos feito. Aquela curiosidade, aquela ânsia.
Os últimos meses foram imersos em dúvidas sobre mim mesmo. Sobre o que tinha mudado desde aquele dia na sede da RBR - de como eu me queimei por dentro vendo aquela cena. Eu cheguei a conclusão que era ciúmes e eu não entendia o porquê. Será que aquilo já estava dentro de mim e eu nem percebi? Quando que eu comecei a reparar mais em certos aspectos de Daniel que eu não via antes? Como seus olhos se iluminavam quando dava uma gargalhada, ou a forma que colocava as sapatilhas antes de uma corrida. A concentração enquanto fazia malabarismos na garagem. Como existia um jeito leve no seu andar, como ficava bonito de boné virado para trás. A forma sexy se limpava seus lábios com o polegar quando bebia algo. Aqueles lábios. Quando que eu comecei a desejá-los?
O círculo laranja do sol já estava quase inteiro no horizonte, quando um braço passou pelo meu ombro, pousando a mão em meu peito, para um abraço. O beijo em minha nuca logo em seguida me fez arrepiar.
- Bom dia, baby - disse baixinho. Ele passou o outro braço ao meu redor da minha barriga, completando o abraço por trás.
- Bom dia, Danny - Eu me inclinei contra seu tronco, segurando seus braços, retribuindo o abraço. Me estiquei o quanto pude, dando um beijo em sua bochecha. Ele automaticamente relaxou, deixando seu corpo colado ao meu.
- Dormiu bem? Eu... achei melhor não te acordar pra dormir lá dentro... - Eu podia ouvir o sorriso na sua voz. Isso me fez relaxar também, ele parecia feliz.
- E me deixar sozinho lá? Não mesmo.
- Tem espaço pra dois lá dentro, sabe? - Ele se sentou ao meu lado, alongando-se. Se inclinou na minha direção, mas hesitou. Então eu mesmo tomei a atitude e dei pequenos selinhos naquela boca, culminando em um beijo longo. Ele me acariciava o rosto enquanto me beijava, e nada poderia ser melhor do que aquela sensação - Tenho que oferecer café da manhã na cama também?
- É o mínimo, já que eu acordei primeiro.
Rimos. Ele se levantou e entrou na cabine, voltando minutos depois com uma bandeja: café fresco, algumas frutas e dois brownies de feijão preto - os favoritos de Daniel. Eu sabia que ele os tinha roubado do motorhome no dia anterior, seu hábito de levar embora para comer mais tarde.
- Eu prometo que o próximo será mais elaborado - ele se desculpou pela simplicidade.
- Não se preocupe, está ótimo - eu já me servia um pouco do café, pegando um dos brownies na sequência. Conversamos sobre amenidades enquanto comíamos, mas existia uma felicidade em cada uma das palavras. Eu genuinamente me perguntava se já tinha me sentido assim. Ao nosso redor, a marina começava a ganhar vida. Pouco a pouco, as pessoas começavam a entrar em seus barcos e sair pela baía. Ao terminarmos, Daniel limpou tudo e levou de volta para dentro da cabine, retornando rapidamente e se aproximando para mais um beijo.
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Como chegamos aqui?
RomanceÉ a última corrida de Daniel Ricciardo e Max Verstappen juntos. Que tal permitir uma viagem ao passado, entre corridas e sentimentos? Indicado para maiores de 16 anos. Atenção: Essa história mistura fatos e ficção. Não leve a sério todas as informaç...