2017 - ITÁLIA

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Circuito Nacional de Monza, Itália, setembro de 2017

POV Max Verstappen

O clima do retorno às pistas não tinha mudado tanto. Christian Horner ainda depositava esperanças e esforços no meu carro e na minha equipe, mas ainda sim, tínhamos visíveis problemas. Em Spa-Francochamps, amargamos resultados fracos, ainda que dentro da zona de pontuação. E mesmo com a minha família presente, não consegui contar nada sobre meu relacionamento.

Daniel e eu ainda nos reservávamos aos nossos quartos e momentos sozinhos para ser realmente um casal. Na garagem, eu sentia que todos sabiam, mas não ousavam comentar sobre - pelo menos não quando estávamos presente. Eu carregava a pequena caixa com o par de alianças comigo, observando-as vez ou outra. Daniel me passava segurança, todas as sua ações me transpareciam sua vontade de estar comigo. Ainda sim, eu me sentia apreensivo em dar os próximos passos.

Minha mãe e minha irmã Victoria vieram à Itália ao meu convite. Ainda não tinham tido a oportunidade de assistir um GP no templo da velocidade. Hoje, em Monza, é a minha última chance antes de sairmos da Europa e retornar só no fim do ano: depois daqui temos o tour pela Ásia e Américas, mais difícil de encontrá-los.

Na manhã de quinta-feira, chamei minha irmã para fazer o reconhecimento de pista. Normalmente faríamos isso em equipe, checando as mudanças, o estado da pista e fazendo anotações onde poderíamos conseguir melhores resultados. Mas Daniel assumiu essa função com o time, onde ele e mais 4 pessoas caminhavam a alguns metros de mim e Victoria. Eu tentava me concentrar em conversas leves com minha irmã, me atualizando de sua vida, contando sobre as pistas que corri. Mas era inevitável olhar para Daniel a minha frente. Estava quente e ele usava um shorts jeans rasgado, dando para ver parte de suas tatuagens na coxa. Era incrivelmente erótico ver daquele ângulo.

- Max, você nunca me chama pra isso. Na verdade, eu sei que você odeia fazer reconhecimento de pista. O que tá acontecendo? - Victoria interrompeu as conversas amenas, incisiva.

- Vic... eu preciso te contar uma coisa...

- Você está apaixonado.

- Que? Como você sabe? - ela diminuiu o passo, olhando para mim com um sorriso.

- Max, desculpa... só não vê quem não quer, tá estampado na sua cara toda! - ela ria de mim como se ainda fosse uma criança.

- Então... beleza, disso você já sabe... o problema real é por quem eu estou apaixonado... Eu preciso que você me responda baixinho... - Victoria esperou eu completar a frase, concordando com a condição - Sabe... o Daniel?

Como a garota de 18 anos que é, Victoria teve muitas reações de uma única vez. Espanto, choque, felicidade atravessaram seu rosto em segundos. Ela levava as mãos na cabeça, dava pulinhos e tapava a própria boca para conter os gritos.

- Mentira! Não, calma, me conta tudo! Você já falou com ele? Meu Deus! Vocês passaram as férias juntos, claro que você já contou, não contou? Como que ele reagiu? Ai meu Deus, que coisa mais fofa! Ele é uma gracinha mesmo, desculpa falar, mas... - E ela continuou o monólogo de perguntas que ela tentava responder por si só. Eu apenas sorri, continuando a caminhar enquanto aguardava sua excitação passar. Daniel olhou por cima dos ombros, checando o agito de minha irmã, não interferindo no momento.

- Acalmou? Então, é isso... a gente tá junto... - Eu me encolhi, colocando as mãos nos bolsos.

- Você acha mesmo que eu não quero detalhes? ME CONTA, MAX! - Eu fiz sinais pra ela baixar o tom, vendo a movimentação das outras equipes por perto. Ela imediatamente tapou a própria boca. Ouvi o riso de Daniel, provavelmente imaginando que a notícia foi dada.

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