2017 - SUMMER BREAK

670 44 5
                                    

Perth, Austrália, Agosto de 2017

POV Max Verstappen

- Eu não entendo qual o seu nervosismo. Você já encontrou meus pais diversas vezes. - O jatinho preparava-se para pousar. Foram pouco mais de 16 horas de voo até a Austrália, onde decidimos passar o summer break juntos.

- Dessa vez é diferente, eu não beijava o filho deles na boca.

Daniel se divertia com a situação. Ele me assegurava que estava tudo bem, rindo e distribuindo beijos meu pescoço, mas era difícil relaxar. Fazia pouco mais de dois meses desde aquela noite em Mônaco, em seu barco. E e por todo esse tempo, nos bastidores, descobríamos cada vez mais de nós dois. Por trás de seu jeito brincalhão, havia um homem muito romântico. Havia um piloto centrado, mas que se entregava em pequenos gestos de carinho por mim. E eu explorava como retribuir, mesmo com todo o receio de ser visto. As brincadeiras em entrevistas eram mais recorrentes e cheias de toques e olhares. Desenhava corações com os dedos nas palmas de suas mãos. As rosas começaram a brotar descaradamente nos nossos quartos do motorhome. Ainda era tudo muito novo, mas sentia Daniel confiante em mim. Amigos próximos já desconfiavam - o jeito que vocês se olham está diferente, eles diziam. O jeito carinhoso que existia naquele par de olhos castanhos chegava em um outro nível. 

Ao pousarmos, havia uma McLaren azul dentro do hangar, esperando por nós. Nossas malas seriam entregues diretamente na casa dos pais de Daniel. "Quero dirigir um pouco com você" ele me disse, abrindo a porta do passageiro. Ele baixou a capota e colocou os óculos escuros, assumindo o volante. Me pegou pelo queixo e selou um grande beijo apaixonado. Para a nossa sorte, era um dia de sol e muito calor, perfeito para cair na estrada.

Perth é uma cidade litorânea, plana e isolada. Era o maior centro urbano em muitas centenas de quilômetros, que fazia um ótimo local para relaxar: a cidade natal de Daniel e sem muitos papparazi. Passamos por rodovias, pelo coração da cidade e pela avenida que contornava as belas praias. Enquanto dirigia, Daniel cantava e tagarelava muito, me fazendo rir diversas vezes. Circulamos em diversas estradas, o que me deixava confortável para acariciar sua coxa nesta pequena viagem. "O Ursinho Carinhoso Max" e muitos outros apelidos vinham de um sorriso de Daniel quando eu o tocava. E mesmo assumindo esses riscos públicos, me sentia feliz e começava a entender o verdadeiro intuito dele: queria que eu relaxasse antes de chegarmos em seu lar.

Logo entramos em ruas residenciais e apertei levemente sua coxa. Ele logo estacionou em frente a uma enorme casa de dois andares, de tijolo a vista. Arbustos e pequenos canteiros enfeitavam a frente da casa, com uma bela porta entalhada. Era isso, eu ia rever sua família, agora como um casal. "Você consegue. É só lembrar de respirar" ele sorriu, olhando em meus olhos. Atravessamos o pequeno gramado, com Daniel abrindo a porta para entrarmos. Comecei a ficar nervoso novamente. Seus pais, Joe e Grace, estavam sentados na ampla sala da residência, e quase explodiram de felicidade ao nos ver. Nos abraçaram efusivamente, convidando para se sentar e contar como nós estávamos - não queriam saber das corridas, queriam saber da gente.

- É muito bom vê-los novamente! - Eu disse roboticamente, completamente imerso no nervosismo. Daniel me abraçou pela cintura, tentando me tranquilizar.

- Ele só tá um pouco nervoso - Ele me beijou na bochecha, que me fez enrubescer no mesmo instante. - O que você quer beber, baby?

Era a primeira vez que ele me chamava assim na frente de outras pessoas. Engasguei um "Água, por favor". Ele logo se juntou a mim no sofá de dois lugares, entregando meu copo. Conversamos por horas e os pais de Daniel fizeram de tudo para que eu relaxasse. E assim aconteceu nas horas seguintes, me sentindo à vontade em ficar de mãos dadas com ele e trocar selinhos vez ou outra. Era clara a aprovação do nosso relacionamento. Passamos tanto tempo na sala que a noite chegou, pedimos pizzas e continuamos juntos, como uma família. E era incrível como isso era bom.

Como chegamos aqui?Onde histórias criam vida. Descubra agora