CHAPTER 11

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C A R R I E

[Via Blog]

Queridos leitores,

A noite de ontem foi algo absolutamente incrível! Tive a oportunidade de ver a A3 Band ao vivo pela primeira vez e foi uma experiência que eu nunca esquecerei.

A energia da banda, a música perfeita e o público vibrante criaram um ambiente mágico e muito especial.

Mesmo não estando bem, a minha noite foi iluminada quando os olhos dele, do Alec Green, recaíram na minha direção. Eu não consigo descrever a emoção que senti no momento que aquela linda rosa vermelha foi jogada para mim do palco. Foi como se o tempo tivesse parado ali e tudo que importava para mim era aquele momento.

[Vídeo]

Eu ainda estou tentando processar tudo o que aconteceu ontem, mas uma coisa é certa: essa noite será sempre lembrada.

Esse deveria ser um post bonitinho, de surtos e muita empolgação, mas chegou o momento de dizer adeus...

Depois de 2 anos compartilhando meus pensamentos, experiências e sonhos com vocês, eu decidi fechar mais este capítulo da minha vida.

Eu agradeço imensamente a cada um de vocês que acompanhou a minha jornada e se identificou com as minhas palavras. Este blog foi mais do que um espaço de escrita; foi um lar acolhedor onde pude crescer e aprender ao lado de vocês.

Continuem seguindo os seus sonhos e nunca percam a paixão por contar histórias.

Com carinho, Carrie.

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23 ligações perdidas de Dalton Hendrix e 15 chamadas de Zoey. 97 mensagens não lidas. Encolhida no assento estofado da janela do meu quarto, encaro os carros que vão e vem pela rua.

— A Carrie está aí? — ouvi alguém dizer. Aquela voz distante me dava um frio na espinha e eu nem sequer tinha lágrimas mais para chorar.

— Ela não está se sentindo bem e pediu para ninguém incomoda-la — ouvi Lisa responder do primeiro piso.

— Tudo bem. Me avisa quando ela tiver se sentindo melhor.

Dalton disse e em seguida ouvi o barulho da porta da frente se fechando. Fechei a cortina rapidamente, olhando pela fresta pequena que restara. Ele entrou no carro e foi embora.

Quando presenciei que o caminho estava finalmente limpo, vesti meu casaco fino e com os fones no ouvido, saltei os degraus da escada com as mãos nos bolsos.

— Vai aonde? — mamãe perguntou com preocupação.

— Dar uma volta. Preciso tomar um ar.

— Mas está frio, não vai se agasalhar? — ela reparou no meu casaco fino.

— Eu não vou demorar — disse e saí pela porta da frente de casa.

Caminhei um pouco para espairecer, me sentando no primeiro banco de ponto de ônibus que encontro, exausta. O banco é de concreto, frio e rígido, mas não sentia nada além da dor que lhe consumia por dentro.

Deixei cair minha cabeça entre as mãos, fechando os meus olhos como se quisesse bloquear o mundo exterior. Meu cabelo loiro caiu em torno do rosto como uma cortina, isolando-me ainda mais.

O ponto de ônibus estava vazio, exceto por alguns cartazes de propaganda desgastados pelas intempéries. O sol começava a se pôr, lançando sombras longas e tristes pelas ruas. O ar estava frio e silencioso, refletindo o clima sombrio que eu sentia por dentro.

Eu respirei fundo, sentindo o ar entrar e congelar meus pulmões, mas a dor não diminuía. Eu sentia como se estivesse afundando num poço sem fundo e sem esperança de escapar.

Meus olhos começaram a lacrimejar, mas eu não deixei as lágrimas caírem. Eu as contive, como se fosse uma barragem prestes a estourar. O meu corpo tremia ligeiramente, revelando a tensão e a agonia que eu sentia.

Nesse momento, eu parecia uma estátua de dor, congelada no tempo, incapaz de me mover ou reagir. O mundo ao meu redor parecia ter parado, e tudo o que restava era a dor que me consumia.

Um ônibus parou no ponto e, sem pensar, eu me levantei e entrei nele. Foi como se meus pés tivessem vida própria, guiando-me para longe da dor que me consumia.

Não sabia para onde estava indo, apenas sabia que precisava sair dali. O ônibus seguiu em frente, passando por ruas familiares que eu conhecia bem. Quando a primeira parada foi anunciada, próxima à Howard, minha escola, algo dentro de mim clicou.

Desisti do meu lugar no ônibus e desci, seguindo automaticamente em direção à escola. O campo de lacrosse estava deserto e escuro, refletindo o humor sombrio que me acompanhava.

Caminhei até as arquibancadas e me sentei, olhando para o campo vazio. A grama estava úmida e verde, iluminada apenas pela luz fraca das luzes de segurança. O ar estava gélido e silencioso, com um cheiro de terra molhada.

Minha visão começou a ficar turva, como se uma neblina estivesse se formando diante dos meus olhos. Eu mal podia distinguir o campo de lacrosse, e meu pensamento estava se tornando cada vez mais confuso.

Não percebi que não estava sozinha ali. Não notei a presença de ninguém até que uma voz me chamou a atenção. Uma voz masculina que parecia vir de longe.

— Quer morrer de hipotermia?

A pergunta ecoou em minha mente, e eu tentei focar na pessoa que a fez.

Um rosto bonito, com olhos castanhos e cabelos escuros, surgiu diante de mim. Pensei que poderia ser um anjo, enviado para me salvar.

Tentei manter os olhos abertos, para apreciar aquele rosto, mas minha energia estava se esgotando. Meu corpo estava frio e pesado, e minha mente estava se fechando.

E então, tudo ficou preto.

Eu apaguei.

Lacrosse, Love And YardsOnde histórias criam vida. Descubra agora