CHAPTER 16

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D Y L A N


       Me sento no banco do vestiário, tirando os protetores de joelho após o treino matinal. O suor escorre por meu rosto e eu estou concentrado em recuperar a respiração.

De repente, ouço a voz do meu pai, o treinador Bryson.

— Dylan, venha aqui um minuto — disse ele, me chamando até sua sala.

Meu coração começou a bater mais forte. O clima no vestiário ficou tenso. Meus companheiros de equipe pararam de conversar e começaram a olhar para mim com curiosidade e preocupação. Alguns deles trocaram olhares, pensando se eu levaria uma bronca.

Levantei-me do banco e caminhei em direção à sala do treinador, sentindo o peso da expectativa dos outros.

Ao entrar na sala, vi meu pai sentado atrás da mesa. Ele tinha uma pasta aberta na frente dele, com documentos e estratégias da equipe.

— Sente-se — ele ordena e eu obedeço. —
Eu quero falar com você sobre sua nova posição como atacante.

Eu, que estava encarando qualquer outra coisa na decoração da sala para não ter que enfrentar o olhar intimidador do meu pai, voltei rapidamente o rosto para ele.

— Atacante?

— É. — ele limpou a garganta como se a frase a seguir fosse um espinho a engolir. — Eu acho que você tem potencial, mas precisa mudar seu número para refletir sua nova posição.

Olhei para o chão, sentindo uma mistura de emoções. Eu deveria estar feliz, mas... por que eu sentia que aquilo só tornaria a minha vida mais difícil?

Com uma nova posição, as expectativas do meu pai sobre mim seriam maiores e eu não sabia se estava pronto para lidar com toda aquela pressão.

— Eu posso pensar a respeito?

— Essa é a única chance que eu estou lhe dando. É pegar ou largar.

— Entendi — baixei a cabeça, pensativo. O que eu deveria fazer? Assumir o posto que eu sempre quis ou recusar a oferta e correr o risco de nunca mais ter a chance de um reconhecimento em campo?

— E então?

— Certo — eu assenti, embora, no fundo, eu estivesse com um pouco de medo. — Eu posso fazer isso.

O treinador levantou e me entregou uma nova camisa, com o número 22.

— Este é seu novo número. Você vai usar para lembrar de sua responsabilidade — disse ele.

Olhei para a camisa, sentindo uma sensação de mudança. Eu lembrava do número 12, que me acompanhara durante toda minha carreira no time.

— Não decepcione-me, Dylan — disse ele.

Senti um nó na garganta.

— Não vou decepcionar — respondi.

Quando eu saí da sala do treinador, sentindo o peso da responsabilidade, havia um monte de jogadores curiosos amontoados na porta do vestiário. Eles estavam tão próximos que quase caíram quando a porta se abriu.

— Whoa, cuidado! — disse eu, rindo.

Os jogadores se levantaram, olhando para mim com uma mistura de curiosidade e preocupação.

— O que aconteceu, Dylan? — perguntou Austin, um dos meus amigos de equipe.

— E aí, você levou uma bronca? — perguntou outro jogador.

— Não, não foi isso — disse eu, sorrindo. — O treinador mudou minha posição no time.

— Que posição? — perguntou um jogador mais alto.

— Vou jogar como atacante agora — respondi.

— É sério? — perguntou Alex, surpreso.

— Sim, é sério — disse eu. — E também mudei de número.

— Que número? — perguntou outro jogador.

Eram tantas perguntas que eu estava ficando meio perdido.

— O número 22 — respondi, mostrando a nova camisa.

Os jogadores começaram a murmurar entre si, discutindo a mudança.

— E aí, você está nervoso? — perguntou Alex.

— Um pouco — admiti com um sorriso fraco, internamente preocupado.

— Você vai se sair bem, Dylan — disse Alex, dando-me um tapa nas costas.

Os outros jogadores concordaram, mostrando apoio.

Eu sorri, sentindo-me um pouco mais confiante.

Enquanto eu dialogava com os jogadores, notei um em específico, ao fundo, que não parecia muito contente com minha nova promoção.

Aiden O'Connor, um dos principais atacantes do time, estava com os braços cruzados, observando a cena com uma expressão de inveja.

Seus olhos estreitados me lançavam um olhar de desafio, como se dissesse: "Você não merece isso".

Eu conhecia Aiden há anos. Nós sempre fomos rivais no campo.

Agora, parecia que ele via a mim como uma ameaça.

— O que você acha, Aiden? — perguntei, tentando quebrar o gelo.

Aiden não respondeu. Ele apenas deu de ombros e se virou, caminhando em direção ao vestiário.

Os outros jogadores notaram a reação de Aiden e começaram a murmurar entre si.

— Ele está com ciúme — disse Austin.

— Não se preocupe com isso — disse outro jogador.

Eu sorri, tentando mostrar confiança. Mas por dentro, eu estava preocupado.

Aiden era um jogador perigoso. E agora, ele parecia ter um motivo para me querer derrubar.

Lacrosse, Love And YardsOnde histórias criam vida. Descubra agora