C A R R I E
A manhã fria e cinzenta de dezembro recebia a agitação dos alunos da Howard, ansiosos para embarcar na excursão escolar de três dias ao Parque Nacional. O estacionamento estava repleto de ônibus e carros, enquanto os estudantes se reuniam em grupos, com suas mochilas e equipamentos espalhados pelo chão.
O ar estava fresco, com um toque de névoa que cobria a cidade, e os alunos se vestiam com casacos e gorros para se proteger do frio. O som de risadas e conversas preenchia o ar, enquanto os professores tentavam manter a ordem.
— Vamos, pessoal! É hora de partir! — gritou o professor Campbell, organizador da excursão, enquanto segurava um megafone. — Por favor, verifiquem se têm tudo o que precisam e embarquem no ônibus!
Dentro do ônibus, os alunos se acomodam em seus assentos, ajustando as mochilas e equipamentos. Estou sentada no meio do ônibus, olhando pela janela e observando a névoa que cobre a cidade. Estou ansiosa para deixar a cidade e me conectar com a natureza.
Daphne Russell, uma líder de torcida de cabelos ruivos e pele clara, acomodou-se bem ao meu lado, exalando uma energia contagiante logo de manhã.
Ela começou a falar animadamente, sem parecer se importar com a falta de intimidade entre nós duas.
— Estou tão animada para essa viagem! Nós iremos passar três dias no Parque Nacional, é incrível! Você já esteve lá?
Sorri educadamente, ainda um pouco sonolenta pela manhã cedo.
— Não, nunca estive. Mas estou ansiosa para explorar.
Daphne não parou de falar, mostrando sua excitação.
— Eu estive lá uma vez com minha família e foi incrível! Nós vamos fazer trilhas, acampar e conhecer a natureza. E vamos ter uma noite de fogueira!
Comecei a me sentir mais animada com a energia de Daphne.
— Sim, parece que vai ser divertido. Você gosta de acampar?
Daphne assentiu entusiasticamente.
— Adoro! Meu pai é um grande amante da natureza e sempre nos levava para acampar quando éramos crianças.
Enquanto Daphne continuava a falar, eu notei Dylan sentado no fundo do ônibus, ouvindo música em seu fone de ouvido. Eu me perguntei se ele estava ouvindo música para se distrair ou só para evitar conversar com os outros.
Daphne, percebendo o meu olhar, seguiu seu olhar até Dylan.
— Ah, Dylan é sempre tão quieto, não é? Mas ele é bem legal, uma vez que você o conhece melhor.
Eu sorri, sentindo-se um pouco mais confortável com Daphne.
— Sim, parece que ele é um pouco reservado.
A conversa continuou, com Daphne mantendo o ritmo animado, enquanto eu começava a me sentir grata pela sua adorável companhia.
O ônibus começou a se mover, deixando a escola para trás. A excursão havia começado, e os alunos estavam prontos para viver uma experiência inesquecível.
Até que o Aiden, que ocupava o primeiro banco na frente, levantou do seu assento e se aproximou da Daphne e eu, com um sorriso no rosto.
— Oi, Daphne. Posso trocar de lugar com você? — perguntou ele, com um tom de voz casual.
Daphne olhou para Aiden com surpresa.
— Claro, Aiden. Por que você quer trocar?
— Não gosto muito de ficar na frente. E preciso... trocar uma ideia com a Carrie.
A Daphne olhou para mim, depois para o Aiden, e depois de deduzir alguma coisa, ela sorriu educadamente, levantando do seu lugar para cedê-lo ao Aiden.
Quis pedir para que ela ficasse, mas não o fiz, e ela acabou pegando sua mochila e trocando de lugar com ele.
Assim que Daphne se afastou, eu cruzei os braços e fechei a cara.
— Ainda está chateada pelo que houve na festa, aquela noite?
Aiden tentou chamar minha atenção com o seu jeito engraçadinho.
— O que você acha?
— Que você fica linda, toda marrentinha assim — ele sorri e me olha de canto.
— Me deixa, Aiden.
— Te deixar por quê? Eu adoro a sua companhia, sabia?
Respirei fundo, encostando a cabeça na janela de vidro do ônibus.
Agradeci por Aiden parar de falar e me deixar quieta um momento enquanto o mesmo mexia no celular.
O ônibus continuava em sua jornada, atravessando a estrada sinuosa que levava ao Parque Nacional. Até que de repente, o motor começou a falhar, emitindo um som estranho e depois parando completamente.
O ônibus parou no meio da estrada, cercado por árvores altas e silenciosas. Os alunos se entreolharam, surpresos e preocupados.
— O que aconteceu? — alguém perguntou, olhando para o motorista.
— Não sei — ele respondeu, franzindo a testa. — O motor simplesmente parou.
O professor se levantou do seu assento e junto ao motorista, saiu do ônibus para ver o que estava acontecendo.
— Parece que estamos no meio do nada — comentei ao acaso, preocupada.
— Eles vão dar um jeito e logo voltamos para a estrada — Aiden foi quem o disse, parecendo um pouco alheio à situação.
Mas enquanto aguardávamos, o silêncio começou a se tornar desconfortável. Eu comecei a me perguntar se estaríamos presos ali por muito tempo.
— Acha que vamos ficar aqui por muito tempo? — perguntei, frustrada.
— Não sei, vamos ter que esperar. Quer descer e dar uma volta enquanto isso?
— Não, eu estou bem.
Me ajeitei ligeiramente no assento, me concentrando nas árvores fora da janela.
O tempo passava lentamente, enquanto esperávamos ansiosamente por notícias sobre o destino de nossa viagem.
De repente, o motorista voltou ao ônibus, com uma expressão séria no rosto.
— Infelizmente, o problema é mais grave do que pensei — disse ele. — Vamos precisar chamar um reboque para levar o ônibus até o próximo posto de serviço.
Os alunos se entreolharam, preocupados. A viagem que deveria ser divertida e emocionante estava se tornando um desafio.
O professor Campbell, que estava logo atrás, adentrou o ônibus e se voltou para os alunos.
— Todos, por favor, fiquem no ônibus — ordenou ele, com uma voz firme. — Não queremos que ninguém se afaste do grupo enquanto estamos esperando pelo reboque.
Os alunos se entreolharam, alguns já estando de pé, prontos para sair do ônibus.
Todos se acomodaram novamente em seus assentos, alguns começando a conversar e outros olhando para fora da janela.
O professor Campbell se sentou novamente no banco do passageiro, puxando seu telefone para ligar para o serviço de reboque.
— Vamos ter que esperar um pouco — disse ele. — Mas vamos fazer o melhor possível para chegar ao parque o mais rápido possível.
O ônibus ficou em silêncio, com os todos esperando ansiosamente pelo reboque.
O tempo passava lentamente, e a tensão começou a se acumular.
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Lacrosse, Love And Yards
RomanceCarrie está presa em um amor impossível por Dalton, seu melhor amigo. Mas ele não vê além de sua amizade e está apaixonado por outra garota. Quando tudo parece perdido, Carrie encontra um estranho misterioso que a salva de uma situação desesperadora...