CHAPTER 17

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C A R R I E

      Caminhei pelo corredor do refeitório da escola, em busca de uma mesa vazia onde eu pudesse me acomodar e fazer a minha refeição sozinha. Eu carregava a minha bandeja com um sanduíche, uma salada e um suco. E depois de encontrar uma mesa livre, me acomodei e comecei a comer tranquilamente.

Mas quando levantei o olhar, eu avistei a Zoey, que parecia varrer o ambiente com seus olhos em busca de algum lugar para sentar-se. Até que os seus olhos recaíram em mim e ela acenou, sorrindo enquanto caminhava na minha direção.

Senti a bile me subir à garganta.

Okay, eu nunca havia contado para Zoey sobre meus sentimentos pelo Dalton, na verdade eu nem sequer sabia que eram tão próximos assim, no entanto lembrar daquele beijo, daquela foto ou de como Dalton teve que mentir para mim, para estar com ela, me dava muito nojo.

— Carrie! O que houve que você andou tão sumida esses últimos dias? — Zoey colocou sua bandeja sobre a mesa e eu levantei da cadeira imediatamente.

A garota me olhou, espantada e confusa com tamanha grosseria da minha parte, mas sem dizer uma palavra, eu peguei a minha bandeja e encarei a Zoey com um olhar frio. Fiz questão que ela soubesse o quanto não era bem-vinda ali.

— Carrie, o que há de errado? — indagou ela, parecendo realmente perdida.

Mas eu não respondi. Eu simplesmente virei as costas e me afastei, deixando ela sozinha ao lado da mesa vazia.

Comecei a procurar por outro lugar para sentar, mas todas as mesas restantes ali pareciam estar ocupadas. Comecei a me sentir meio frustrada e desconfortável.

Até que uma voz masculina chamou a minha atenção.

— Você está procurando um lugar para sentar? Venha sentar aqui com a gente.

Alguém disse e eu rapidamente me virei. Haviam dois garotos, aparentemente do time de lacrosse, e um deles acabara de sorrir, convidativo, na medida que fazia um gesto para que eu ocupasse a cadeira vazia na mesa deles.

Me aproximei da mesa e, antes de sentar, meu olhar caiu sobre as camisas deles.

O garoto à esquerda estava usando a camisa número 19 e o outro, a camisa número 7.

Nenhum deles era o número 12.

Respirei fundo e sentei. Parecia que eu havia encontrado um refúgio temporário do meu drama com a Zoey.

— Obrigada por me convidar — disse eu, sorrindo fraco.

— Eu me chamo Aiden O'Connor e esse é meu amigo Martin. Como você se chama?

— Prazer, me chamo Carrie Monroe.

— O prazer é todo nosso, Carrie — disse ele, sua voz baixa e suave. Mas sorrindo. — É nova aqui?

— Não — neguei, ainda um pouco tímida. Me sentar numa mesa, sozinha, com dois garotos que eu não conhecia, podia ser o maior desafio para alguém como eu, que não tinha tanta facilidade de fazer novas amizades.

— Engraçado, porque eu não me lembro de ter te visto por aqui antes.

Sorri, fraco. A verdade é que não sabia bem o que responder.

— Eu adoraria te levar a um jogo de lacrosse. Você seria minha convidada especial.

O Aiden sugeriu, mas eu achei o convite um pouco... íntimo demais, então, menti.

— Desculpa, eu... não sou uma grande fã de esportes — respondi prontamente.

— Oh, entendo. É uma pena.

"Aiden também é do time de lacrosse, ele com certeza conhece todos os outros."

Não pude evitar de pensar.

E se ele o conhecesse? E se aquela fosse a minha única e melhor chance de saber a verdadeira identidade do camisa do 12?

Aquela era uma oportunidade que eu não deveria desperdiçar.

—Vocês são jogadores, então... devem conhecer o camisa número 12. Certo?

Martin e Aiden se entreolharam.

— O número 12? Isso é intrigante — disse ele, com um sorriso que eu não fui capaz de discernir o que significava.

Ele conhecia ou não?

— O que tem o camisa 12?

— Nada.

— Você está nos perguntando porque o conhece ou porque não sabe quem ele é? — foi a vez de Martin me questionar.

— É uma história complicada.

— Oh, entendo — o Aiden balançou sua cabeça devagar e deslizou um pouco na cadeira, ficando em posição relaxada.

A falta de uma resposta concreta estava começando a me deixar ansiosa.

— Eu posso ajuda-la.

Aiden falou, fazendo surgir uma ponta de esperança em mim.

— Mas primeiro, você precisa me dizer por que é tão importante encontrar o número 12. Sabe, eu estou curioso.

— Eu já disse, tenho meus motivos.

— Tudo bem — ele assentiu e inclinou-se um pouco sobre a mesa do refeitório. — Na verdade eu sei exatamente onde você pode encontra-lo hoje.

— Onde? — perguntei, ansiosa.

— Na festa que vai haver essa noite — respondeu Aiden. — Todos os jogadores vão estar lá. Inclusive o número 12.

Senti um surto de esperança.

— E como posso ir? — perguntei a ele.

Aiden inclinou a cabeça para o lado, sua voz baixa e sugestiva.

— Eu posso levar você. Mas você precisa ser minha acompanhante.

Por um momento eu quis resistir, mas a oportunidade de encontrar a pessoa que me salvou aquele dia era grande demais para ser ignorada.

— Está bem — disse eu, finalmente.

Aiden sorriu, triunfante.

— Eu passo para pegar você às 8 da noite — disse e estendeu seu celular para mim. — Pode me passar o seu número?

— Tudo bem — eu apanhei o celular de suas mãos e disquei o meu número, me levantando da mesa logo em seguida. — Nos vemos mais tarde, Aiden.

— Pode ter certeza — Aiden piscou para mim depois de salvar o número e colocar o celular de volta no bolso da jaqueta.

Lacrosse, Love And YardsOnde histórias criam vida. Descubra agora