CHAPTER 13

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D Y L A N

      O inverno havia chegado cedo aquele ano, e o campo de lacrosse estava envolto em uma névoa gelada. As luzes dos postes iluminavam o gramado, criando um contraste surreal com a escuridão da noite.

Eu havia vindo aqui para espairecer e para esquecer os problemas do dia como sempre fazia.

Eu corria pelo campo. Meus passos ritmados e meus movimentos precisos, enquanto o ar frio cortava o meu rosto. Treinar de alguma forma fazia eu me sentir vivo.

Enquanto corria, notei uma figura sozinha na arquibancada. Uma garota, com os olhos baixos e os ombros curvados, envolvida em um casaco. Algo em sua postura me chamou a atenção.

Sem medir esforços aproximei-me dela, pensando em perguntar o que estava fazendo ali tão tarde. Mas ao chegar perto, vi que seus olhos estavam marejados de lágrimas. Ela parecia... triste?

— Quer morrer de hipotermia? — perguntei, tentando manter a voz neutra.

Ela olhou para cima, surpresa, e nossos olhares se encontraram. Por um momento, eu me senti... exposto.

Notei que os seus olhos estavam turvos, com uma expressão de dor e confusão. Seu rosto estava pálido e frio, com uma tonalidade azulada nos lábios. Ela tremia visivelmente.

Seus olhos começaram a fechar-se, e ela inclinou a cabeça para frente, como se estivesse prestes a desmaiar. Sua respiração estava lenta e superficial.

De repente, seus músculos relaxaram, e ela começou a cair para frente. Eu reagi rapidamente, segurando-a pelos ombros antes que ela caísse no chão.

Ao segura-la, notei que seu corpo estava frio e rígido, com uma temperatura corporal baixa. Seu pulso estava lento e fraco.

Ela não respondeu quando eu a chamei, nem quando a sacudi suavemente. Seu corpo estava completamente relaxado, sem resistência.

Eu sabia que precisava agir rápido. A hipotermia estava avançando, e ela precisava de ajuda médica imediata.

Carreguei-a em meus braços, sentindo seu peso leve e frágil. Seu corpo estava completamente relaxado, sem resistência. Seu rosto estava pálido e frio, com os olhos fechados.

Enquanto caminhava em direção ao estacionamento, eu podia sentir o frio da noite penetrando em meu casaco, mas eu estava mais preocupado com a garota em meus braços. Seu cabelo loiro estava espalhado sobre meu ombro, e seu hálito frio estava próximo ao meu ouvido.

Ao chegar ao carro, eu a coloquei cuidadosamente no banco de passageiros, afivelando o cinto de segurança para mantê-la segura. Seu corpo ainda estava frio ao toque.

Liguei o motor e comecei a dirigir em direção ao hospital mais próximo, com os faróis iluminando a estrada escura. O silêncio no carro era opressivo, quebrado apenas pelo som do motor e da respiração lenta da garota.

Eu olhava para ela de vez em quando, preocupado com seu estado. Eu esperava que ela não estivesse em perigo.

Ao chegar ao hospital, eu estacionei o carro na entrada de emergência e saí rapidamente para buscar ajuda. Uma equipe de médicos e enfermeiros correu para o carro, e eles rapidamente a levaram para dentro do hospital.

Acompanhei a equipe médica até o quarto onde a garota seria hospedada. Eles a colocaram na cama e conectaram alguns aparelhos para monitorar seu estado.

A enfermeira se aproximou de mim.

— Ela está estável agora — disse ela. — Mas precisamos que ela descanse.

Eu assenti, sentando-me na cadeira ao lado da cama.

O quarto estava silencioso, com apenas o som dos aparelhos médicos e o respirar suave da garota quebrando o silêncio.

De vez em quando, uma enfermeira entrava para verificar seus sinais vitais e administrar medicamentos. Eu assentia em resposta às suas perguntas sobre como ela estava, mas na verdade, eu não sabia muito.

Quem era essa garota? O que a trouxera a esse estado? E por que eu me importava?

Eu não tinha respostas, mas sabia que não podia deixá-la sozinha. Alguém precisava estar lá quando ela acordasse.

Comecei a notar pequenos detalhes sobre ela. Seu cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo desalinhado, e seus olhos, embora fechados, pareciam ser de um azul profundo. Seu nariz era pequeno e reto, e seus lábios, embora pálidos, pareciam ser macios.

Eu senti-me um pouco tolo por notar essas coisas.

À medida que as horas passavam, eu comecei a notar pequenos detalhes sobre o quarto. As cortinas estavam fechadas, bloqueando a luz do luar. A cama estava ajustada para uma posição confortável. Havia um quadro branco na parede, com o nome da garota escritos em letras grandes: "Carrie Monroe".

Carrie. Eu finalmente sabia seu nome.

Me levantei e caminhei até a janela, abrindo as cortinas e percebendo que estava chovendo horrores lá fora.

Voltei para a cadeira e sentei-me novamente, observando Carrie dormir. Seu rosto estava tranquilo, sem sinais de dor ou sofrimento.

Ela estava segura agora.

À medida que o tempo passava, eu comecei a sentir meu próprio cansaço.

Eu me recoste na cadeira, fechando meus olhos por um momento, e dormi. Acordei no outro dia de manhã, num sobressalto.

O barulho do celular tocando alto me fez saltar da cadeira. Fiquei confuso por um momento, até que me lembrei de onde estava: no hospital.

Rapidamente, peguei o celular no bolso da mochila e sai do quarto para atender a ligação, não querendo acorda-la.

O corredor do hospital estava movimentado, com médicos e enfermeiros passando apressados.

— Alô?

— Dylan, onde você está? — rugiu a voz do treinador do outro lado da linha. — Você deveria estar aqui há horas para o treino! Você está atrasado!

— Me desculpe, treinador. Eu tive um probleminha.

— Probleminha? — repetiu ele, sua voz aumentando de volume. — Você sabe que o time precisa de você! Você não pode simplesmente desaparecer!

Eu senti uma onda de raiva. Meu pai nunca entendia nada além do lacrosse e sempre exigia o máximo de mim.

— Eu sei, pai — disse eu, tentando manter a calma. — Eu vou chegar o mais rápido possível.

— Melhor ser assim — disse meu pai, sua voz ainda firme. — Se você não estiver aqui em uma hora, você está fora do time.

O meu pai desligou a ligação sem dizer mais nada.

Lacrosse, Love And YardsOnde histórias criam vida. Descubra agora