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Era interessante como as árvores e paisagem pareciam correr rapidamente na sua frente, como se não fosse só o carro se movimentando em uma velocidade alta. No entanto, sentiu que se não tirasse os olhos da janela escurecida ao seu lado, eventualmente ficaria enjoada, então você decidiu simplesmente fechar os olhos.
Nesse momento, tentava pensar positivo. Tentava manter pregado à cabeça que os próximos dias não seriam um completo desastre. Mas o seu próprio cérebro não parecia acreditar em suas enganações, e isso fez uma expressão descontente aparecer em seu rosto.
A realidade é que não queria estar aqui.
Não queria estar no Corsa enferrujado do seu tio, batendo a cabeça na porta com cada lombada que o carro passava, segurando protetoramente a cabeça do irmão mais novo, com medo de que ele acordasse. Queria estar em Ipanema, quem sabe até, Copacabana. Desejava do fundo do coração, que neste momento, estivesse tomando sol, com o corpo relaxado em uma espreguiçadeira, passando as páginas de algum livro da Agatha Christie enquanto sentia o calor do sol escurecer a sua pele aos poucos.
E ainda assim, aqui estava. Em direção à uma fazenda desconhecida cheia de pessoas desconhecidas no interior de Minas Gerais.
O pensamento faz seu estômago se revirar. Interagir por um mês inteiro com pessoas que nem ao menos sabe o nome? Parece impossível.
De todo jeito, você não tinha outra opção. Sua mãe estava em uma viagem a trabalho, e provavelmente ficaria fora o mês inteiro, ou seja, não podia cuidar de você e do seu irmão. Existia a possibilidade de ficar em casa e cuidar dele, e ainda arrumar tempo para sair com seus amigos. Mas a sua mãe não queria que todo o peso de cuidar do seu irmão fosse para as suas costas. Sabia o quão difícil era cuidar sozinha de uma criança, então decidiu aliviar-lhe desse fardo.
A casa para qual moraria durante as próximas semanas era de uma amiga de infância da sua mãe, que graças a Deus não perdeu o contato com ela, mesmo depois da distância. Você não a conhecia. Nem ao menos sabia o nome da mulher.
Era isso que te incomodava.
Até porque, sinceramente? Ir morar em um sítio não te assustava. Era mineira, e a casa dos avós maternos sempre foi no interior do interior do interior de Minas, então sabia muito bem o que estava prestes a presenciar.
Mas como viveria um mês inteiro rodeada de pessoas que nem sequer sabe o nome? Sempre foi uma pessoa sociável, de fato. Não gostava muito de conversar com desconhecidos, mas quando tinha a oportunidade, — principalmente quando próxima a pessoas agradáveis —, não tinha problema em trocar palavras e risadas.
Fazia isso com quem você gostaria de se aproximar, e você não queria se aproximar de ninguém naquela casa. Queria ficar na sua. Mas não tinha opção.
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𝐑𝐈𝐃𝐄, jean kirstein
Romance▃▃▃▃ ❝ 𝐑𝐈𝐃𝐄 ❞ Você não queria estar lá. Seu primeiro contato com ele foi uma completa desgraça. Ele era infantil e imaturo, você não se distanciava dessas mesmas definições. Queria um descanso nas férias de deze...