I - QUANDO O ACASO VIRA UM CASO...

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Kevser sempre esperou um amor diferente, agora no auge de seus 17 anos cursando o ensino regular um amor como dos filmes era quase impossível de acontecer, logo seu pai acharia um noivo como qualquer outra garota da sua idade. Ela tinha uma alma aventureira, diferente das demais e seu temperamento explosivo já rendeu vários problemas com a diretora e claro com seu pai. Sua irmã Seher e seu irmão de leite Firat eram mais jovens que ela e românticos por natureza, sua irmã com hábitos de leituras gostava de viajar no mundo da fantasia já ela queria viver a realidade.
Yalçin tinha acabado de chegar na mansão, era 7 horas da manhã e todos ainda dormiam, ele costumava passar as madrugadas na rua entre bares e mulheres. Não gostava de nenhum compromisso e o jeito controlador de seu irmão mais novo Yaman era insuportável, ele achava que era responsável por todos. Entrou sem fazer barulho e correu para o seu quarto, deitou na cama bem a tempo do bater na porta:
- YALÇIN...IRMÃO...ACORDE! ESTÁ NA HORA DE IR PARA EMPRESA, VOCÊ PROMETEU QUE IRIA COMEÇAR A SE INTERESSAR PELOS NEGÓCIOS DA FAMÍLIA. Era seu irmão Yaman ele era persistente, Yalçin sabia que não poderia fazer nada então levantou fingindo estar com muito sono.
- IRMÃO...EU FALEI QUE IRIA PENSAR...MAIS VOCÊ JÁ COLOCOU ISSO COMO UMA OBRIGAÇÃO! Estava segurando a porta, vestindo apenas uma cueca box e uma toalha jogada nos ombros. Yaman então respondeu:
- EI...NÃO PENSE QUE VOCÊ ME ENGANA TA BOM!? EU SEI QUE PASSOU A NOITE NA RUA DE NOVO...IRMÃO NÃO DÁ PRA SUA VIDA CONTINUAR ASSIM...
- UFF...YAMAN..UFF TA BOM! EU VOU PRO ESCRITÓRIO SOZINHO, PODE IR NA FRENTE.Virou as costas e foi para chuveiro enquanto o irmão saiu apressado.
Kevser já estava atrasada, como de costume tomou um café rápido pegou a mochila e saiu correndo pelas ruas. Mais um dia chegou atrasada e o inspetor carrancudo apenas esbravejou que não poderia entrar, só no 2° tempo. Yalçin vestiu um jeans e uma camiseta preta, como ia de moto apenas uma jaqueta de couro e saiu acelerando como sempre. O celular dele tocou com uma mensagem da última mulher que ele saiu dizendo que hoje estaria esperando no mesmo lugar, ele sorriu com o canto da boca, mal sabia que o jovem não saia mais de uma noite com a mesma mulher, apenas pensou "NEM EM SONHO."
Enquanto pilotava e olhava no celular não prestou atenção em uma moça que tentava pular o muro da escola teimando com a ordem do inspetor, foi tão rápido que ele apenas teve tempo de desviar para o canteiro. A menina olhava com dois pares de olhos esverdeados que chegavam ao cinza por causa do medo e os cabelos rebeldes avermelhados a deixavam selvagem.
Yalçin retirou o capacete e quando estava pronto para esbravejar algo sem sentido ouviu:
- VOCÊ ESTÁ BEM? OLHA...VOCÊ É LOUCO OU O QUÊ? NÃO PODE PILOTAR DESSE JEITO...QUASE ME MATOU...A moça na sua frente era muito linda, uma gata selvagem com os cabelos esvoaçados avermelhados, olhos acinzentados mais pro verde e rosto angelical; vestia um uniforme completo, camisa social branca, saia com pregas na altura do joelho, uma meia até a canela e um tênis. Foi interrompido com os gritos do inspetor, a moça olhou assustada como quem pedia ajuda e ele prontamente estendeu a mão indicando para ela subir na sua garupa. Ela segurou firme no seu tronco, tão forte que quase esmagava suas costelas, seu corpo estava tão próximo ao dele que os seios ainda jovens e excitados com a situação roçavam em suas costas causando um frio na barriga, as pernas abertas mais querendo fechar pressionava as coxas em seu dorso, como quem avisasse "Não ultrapasse seus limites." Ele teve tempo apenas de perguntar - Para onde vamos? E ouviu como resposta "para o antigo mercado."
Cortou todo o trânsito até parar no estacionamento do antigo mercado, lugar peculiar para uma garota, curioso não chega nem perto do como ele estava. Parou a moto e olhou desconfiado, ao ponto de perguntar:
- VOCÊ VÊM SEMPRE AQUI? DIGO...NÃO É UM LUGAR PARA GAROTAS COMO VOCÊ!
Elas soltou uma gargalhada, em tom de deboche e disse:
- SINTO INFORMAR MAIS O MERCADO NÃO É LUGAR PARA UM MENINO MIMADO COMO VOCÊ...EU ESTOU EM CASA! AGRADEÇO A CARONA, VOCÊ JÁ ME CAUSOU MUITOS PROBLEMAS POR HOJE...
Virou as costas e saiu andando, Yalçin achou a petulância dela invejável, definitivamente ela não era uma menina comum, ficou curioso e resolveu seguir. Conforme andava ao seu lado, viu que muitos comerciantes conheciam a enigmática menina dos olhos cinzas, ela cumprimentava a todos e sempre com um sorriso no rosto. Chegaram nas bancas de frutas, ela então falou baixinho:
- EI...RIQUINHO FIQUE ESPERTO QUANDO EU DISSER CORRA...VOCÊ ME SEGUE TA BOM!?
Mesmo sem entender ficou obsevando sua guia, ela então pegou um pêssego bem grande da quitanda e ao seu sinal, correu o puxando pelo braço. O homem ficou aos gritos dizendo ser a última vez que isso iria acontecer. Só conseguia ouvir "CORRA SULTÃO...MAIS RÁPIDO OU VAMOS SER PEGOS!" Ela tinha as mãos grudadas as dele e puxava de um lado para outro, parecia um fantoche em suas mãos.
Chegaram em um lugar com bastante árvores, ao avistar uma pedra se sentou e disse:
- VENHA...SOU KEVSER! PRAZER EM CONHECER!
- SOU YALÇIN SE VOCÊ QUERIA UM PÊSSEGO EU PODERIA COMPRAR...
- NÃO TENHO DÚVIDAS DISSO...MAIS E AVENTURA ONDE FICARIA? CORREMOS PELO MERCADO E ESSA ADRENALINA É O QUE ME MOVE!
Mordeu o pêssego e passou para ele, que mesmo sem gostar dessa fruta não ousou dizer não, era quase impossível não fazer o que ela queria. Com a mordida o suco escorreu pelo canto da boca, Kevser se aproximou e com a ponta dos dedos limpou a sujeira, observou aquela figura parada na sua frente e disse:
- NÃO PRECISA NEM ME DIZER...VOCÊ VEM DA PARTE RICA DA CIDADE, VEJO PELO SEU PORTE E SUAS ROUPAS...O QUE TE TRAZ PARA O BAIRRO?
- MEU IRMÃO ESTÁ ME ESPERANDO...AÍ DROGA! MEU IRMÃO...TENHO QUE IR KEVSER! ANTES É MELHOR EU TE DEIXAR EM CASA.
- EU NÃO VOU RECUSAR SUA CARONA SULTÃO...VAMOS VOCÊ ME DEIXA NO CAMINHO DE CASA!
Eles andaram em direção do estacionamento, subiram na moto Yalçin pilotou conforme ela explicou, parou duas ruas antes de chegar perto da casa dela, não poderiam arriscar ser pegos em flagrante, seria um prato cheio para as tias fofoqueiras que viviam a cuidar da vida dos mais jovens.
Ela desceu e antes de partir disse:
- EI...YALÇIN AS VEZES O DESTINO TROPEÇA ATÉ ENCONTRAR UM CAMINHO SEM PEDRAS! PENSE NISSO...ARRISQUE MAIS E VOCÊ VAI SE SURPREENDER!
- KEVSER...COMO FAÇO PRA TE VER DE NOVO?!
- NÃO TERÁ UMA SEGUNDA VEZ SULTÃO...ADEUS!
Ele gravou bem o caminho que levava a sua casa, não perderia tão facilmente para ela, só acabava quando ele decidia que era o fim.
Yaman olhava no relógio " Ele disse que logo estaria aqui" mais o irmão não chegava, quando a porta se abriu e a figura do rapaz enfim apareceu ele apenas ergueu a sobracelha em sinal de insatisfação.
- VOCÊ DISSE QUE LOGO ESTARIA AQUI...VEJA ESTÁ MUITO ATRASADO! SE QUISER MESMO FAZER PARTE DA EMPRESA TERÁ QUE TER RESPONSABILIDADE YALÇIN...
Por mais irritante que era o irmão cobrando ele não estava ali em pensamento, só conseguia pensar nela.
Kevser entrou correndo em casa, o coração dela parecia um trem desgovernado batia rápido demais, as mãos estavam geladas e o perfume dele ainda estava em sua roupa. Seher era 2 anos mais nova que ela, sorria ao ver a irmã com aquela fisionomia estranha, perguntou porque ela estava daquele jeito mais a irmã não respondeu. Foram para cozinha era lá que elas se entendiam, Kevser era uma ótima cozinheira e ensinava tudo que podia para a irmã e claro recebia ajuda de um caderninho de receitas deixado por sua mãe.
O pai das meninas era um homem bom, íntegro e muito conservador se achava culpado pela morte precoce da esposa e com isso tentava suprir toda a ausência, a casa era repleta de amor e confiança. Ele só não concordava com as ideias da filha mais velha, queria resolver logo a questão do casamento, ela estava na idade de casar e tinha ideias que ele não gostava "Onde já se viu uma moça abrir um restaurante e ser independente" esses pensamentos da filha o atormentavam.
Ele chegou na cozinha e como todas as tardes, as filhas estavam cozinhando. Ele sentou para observar e elas pareciam fadas dançando entre as panelas, perguntou como foi o dia de Kevser que mentindo disse normal, mesmo sendo o dia mais incrível da sua vida.
Na empresa não demorou para Aksak percorrer os corredores com a notícia que Yaman estava esperando, ele queria saber com quem o irmão foi visto no mercado, talves fosse essa a saída, nenhuma mulher da alta sociedade casaria com o arruaceiro mais talves a família dessa moça aceitasse um acordo.
- YAMAN...COMO DISSE A POUCO É UMA FAMÍLIA SIMPLES DO BAIRRO, O PAI TÊM DUAS FILHAS E AS TRATA COMO ROSAS EM SEU JARDIM. A FILHA MAIS VELHA QUE FOI VISTA COM YALÇIN, VIVE A CAUSAR PROBLEMAS E SOUBE QUE ELE ESTÁ CONVERSANDO SOBRE CASAMENTO.
- TA BOM AKSAK VOU PENSAR NO QUE FAZER...PODE IR!
Como ele suspeitava a chave para resolver seus problemas estava bem sua frente, ele iria casar o irmão a qualquer custo.
Yalçin passou o restante do dia longe, seu corpo estava na empresa mais o pensamento: no que ela estaria fazendo? Será que também pensava nele? Mais uma vez o celular tocou e outra mensagem era Esra a moça que ele saiu noite passada, com uma mensagem erótica, marcando um novo encontro, mais uma vez ele ignorou e continuou seus afazeres.
Chegando tarde na mansão, trocou de roupa e saiu batendo a porta. Dessa vez pegou um carro esportivo e saiu para mais uma noite agitada. Chegou no bar que todas aa noites se encontrava com amigos, pediu a bebida de sempre e sentou na mesa. AKUM era seu amigo confidente, quando ouviu toda a história que ele contou não acreditou mais era bem possível que o amigo estivesse apaixonado.
- EI...ESPERA UM POUCO EU ESTOU OUVINDO DIREITO? VOCÊ ESTÁ ME DIZENDO QUE SE APAIXONOU POR ESSA GAROTA?
- CALA A BOCA AKUM...CLARO QUE NÃO! ESSA GAROTA É DIFERENTE ELA DISSE QUE NÃO QUERIA ME VER MAIS...ELA É CORAJOSA, AVENTUREIRA E INDEPENDENTE...
- ESTÁ FALANDO DE MIM? Esra chegou a tempo de ouvir apenas as últimas palavras, debruçou sobre os ombros dele e o beijou no rosto, fez questão de passar na sua frente se esfregando nele para tentar provocar. Yalçin mandou que ela parasse com aquilo e que ali não era lugar para esse tipo de comportamento.
- ESRA...DEIXE DE GRAÇA! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?
- VOCÊ FEZ QUESTÃO DE NÃO ME RESPONDER O DIA TODO, VIM VER SE ESTÁ TUDO BEM...QUERO SABER DE QUEM VOCÊS ESTAVAM FALANDO AGORA A POUCO?
Akum foi responder mais Yalçin impediu, dizendo que não era ninguém especial, apenas uma personagem de um filme. Ficaram até tarde no bar e entre bebidas e risadas as horas passaram, Yalçin levantou dizendo ser hora de ir para casa e Esra perguntou se ele poderia dar uma carona, sem jeito disse que sim.
No carro, enquanto dirigia Esra levou as mãos na coxa e começou a subir, abriu o zíper e começou a massagear. Ele rapidamente repreendeu a moça mandando se arrumar no banco e parar com aquilo, sem dar a mínima a moça debruçou e enquanto ele dirigia, ela trabalhava com a boca. Sem conseguir resistir parou o carro em uma rua deserta e a puxou para o seu colo, ela já tinha tirado a calcinha e encaixada cavalgou nele, entre gemidos e apertões ele terminou mais já arrependido de ter caído na sacanagem dela, a moça voltou para o seu assento e ele terminou o caminho em silêncio, antes de descer disse:
- ESRA...ISSO NÃO VAI VOLTAR ACONTECER TA BOM!? TENHA UMA BOA NOITE...
- É O QUE VAMOS VER YALÇIN...Disse a moça depois da partida dele.
Já era bem tarde e Kevser não conseguia dormir, sua cama ficava perto da janela e a lua iluminava todo o quarto só conseguia pensar " O que será que ele está fazendo? Onde estava?" tentava impedir os pensamentos mais não conseguia ele estava dentro da sua cabeça. Levantou e foi para a cozinha, preparou a receita favorita de sua mãe, um biscoito que harmonizava o perfume da baunilha e o azedinho do limão enquanto preparava seus pensamentos desacelerava e ela finalmente conseguiu relaxar. Seher que tentava dormir mais ouvindo sua irmã na cozinha levantou.
- KEVSER O QUE ESTÁ ACONTECENDO? VOCÊ ESTÁ BEM?
- ESTOU BEM...APENAS PERDI O SONO...VENHA FIZ BISCOITO E TENHO LEITE QUENTE...VAMOS COMER! As irmãs sentaram lado a lado e lancharam antes de dormir.
Na mansão, Yalçin tomou um banho precisava tirar aquele perfume barato de Esra que fazia enjoar. Deitou na cama e pensava na sua garota, um certo movimento na cueca demonstrava o quanto ela mexia com sua imaginação, ao lembrar do corpo dela colado ao seu rendeu um suspiro profundo. Adormeceu na certeza que no outro dia bem cedo tentaria encontrar com ela, precisava de mais tempo.
Na manhã seguinte a mesma rotina de sempre, ela levantou colocou o uniforme e saiu correndo para aula. No caminho encontrou Serkan um grande amigo, que sempre fazia o caminho da escola era seu companheiro de aventuras e confidente. Yalçin a observava de longe sabia que não era hora ideal para se aproximar, mais já tinha um plano.
O dia passou rápido, ela ficou desapontada achou que ele tentaria uma aproximação, mais como não o viu ficou chateada. Foi para a casa e nada saiu da sua rotina, entre afazeres domésticos e brincadeiras com sua irmã o dia correu ligeiro.
Estava cansada e foi para seu quarto, tomou banho colocou o pijama de seda de sempre, já estava deitada quando ouviu a primeira pedra bater na janela, não deu muita bola até a segunda um pouco maior quando virou ele estava parado embaixo da sua sacada.
- PSIU...NÃO FAÇA BARULHO! VENHA...ESTOU TE ESPERANDO...
- NÃO VOU A LUGAR NENHUM...AINDA MAIS COM VOCÊ! NÃO...
Ele pegou outra pedra e fez que jogaria na janela do quarto de seu pai, como não queria uma confusão mandou esperar que ela já desceria. Correu colocou um tênis e não se deu nem o trabalho de trocar de roupa, foi para a janela e disse para ele ajudar. Se pendurou na floreira e se jogou nos braços dele, assim sem mais nem menos, tinha certeza que ele a pegaria. Ele tinha braços fortes e isso ajudou, ele apenas perguntou se ela estava louca e sorrindo disse que sim, escorregou dos braços dele deixando seu perfume por todo lado.
- O QUE VOCÊ QUE? POSSO SABER? ISSO SÃO HORAS DE VOCÊ APARECER?
- AHAM...ENTÃO QUER DIZER QUE VOCÊ ME ESPEROU? FICOU BRAVINHA FOI?
Ela deu de ombros e começou a andar, ele perguntou onde ela ia vestida de pijama e curto daquele jeito, ela sorrindo mais ainda disse que não precisava por roupa pra socar ele, dando um tapinha nos ombros. Yalçin tirou a jaqueta de couro e vestiu nela, virou um vestido já que o shorts do pijama era bem curto e a blusa de alça deixava todo colo a mostra.
- MAIS ENTÃO...EU NÃO DISSE QUE NÃO QUERIA TE VER NOVAMENTE! O QUE FAZ AQUI?
- EU QUERO SABER QUEM ERA AQUELE RAPAZ QUE ESTAVA AO SEU LADO DE MANHÃ?
- SERKAN?? UM GRANDE AMIGO...MAIS COMO VOCÊ? Percebeu que ele tinha observado de manhã, gostou de saber e sorriu por isso. - ENTÃO A ONDE VAMOS?
VOCÊ NÃO ME IMPEDIU DE DORMIR PARA FICAR AQUI NA RUA?
Ele a convidou para ir a um lugar especial, abriu a porta do carro para que ela entrasse.
Depois de percorrer um caminho chegaram numa praça e bem perto do rio uma carrocinha denunciava os planos dele.
- TIO BEKIR...FAZ UM DELICIOSO KEBAB, VOCÊ GOSTA DESSE LANCHE?
- PUXA VIDA...NÃO GOSTO DESSE LANCHE, NÃO QUERO ENGORDAR...
Ele estava espantado, com os olhos arregalados e boca entre aberta ela então começou a gargalhar do espanto dele. Disse ser mentira e que só queria ver a cara dele, ergueu as mãos e prendeu o cabelo em um coque bagunçado. Com os lanches nas mãos e um xarope de romã gelado, eles sentaram no gramado, durante a refeição ela contou como tinha sonhado sua vida, seu sonho de abrir um restaurante e ser independente.
- SABE...AS PESSOAS DITAM O QUE DEVEMOS FAZER E COMO DEVEMOS AGIR, MAIS NÓS SÓ TEMOS ESSA VIDA YALÇIN E PRECISAMOS VIVER! NÃO QUERO ME CASAR E FICAR REFÉM DE UM HOMEM E DE SEUS CAPRICHOS...
- E O QUE SEU PAI DIZ DISSO? PORQUE NÃO ME PARECE SER PLANOS QUE UM PAI TERIA PARA SUA FILHA!
- MEU PAI NÃO ME ENTENDE, MAIS NÃO TERIA CORAGEM DE ME FORÇAR UM CASAMENTO...E VOCÊ ME CONTE SUA VIDA SULTÃO...
- NÃO ME CHAME DE SULTÃO TA BOM?! EU SOU O IRMÃO DO MEIO, MAIS QUEM MANDA MESMO EM TUDO É MEU IRMÃO YAMAN ELE É EXTERNAMENTE...
- CHATO....SÓ PODE SER CHATO! ALGUÉM QUE MANDA EM TUDO....Conseguiu tirar um sorriso dele finalmente.
- SIM VOCÊ ESTÁ CERTA...CHATO! MAIS SE NÃO FOSSE ELE E SEU TRABALHO DURO, NÃO TERÍAMOS CONQUISTADO TUDO QUE TEMOS HOJE. ELE ME SUFOCA COM TANTAS COBRANÇAS, QUER QUE EU VIVA COMO ELE!
- NÃO SE PREOCUPE DONZELA...EU O SALVAREI DA TORRE E VOCÊ GANHARÁ SUA LIBERDADE! ENFRENTAREI ESSE TERRÍVEL DRAGÃO...Brincou encenando como venceria esse obstáculo, as pernas dela estavam de fora e correndo em sua volta com a brincadeira ele conseguia ver a polpa de sua bunda, quase que por instinto ele a segurou e jogou na grama caindo sobre ela.
- QUEM É A DONZELA EM PERIGO AGORA?
- SOLTE-ME SULTÃO...VAMOS EU MANDEI SOLTAR!
Quanto mais ela brigava e tentava escapar mais ele pressionava, quando percebeu que ela estava ficando brava de verdade saiu de cima sorrindo. Essa graça lhe rendeu vários tapas e socos nas costas, não tinha problema só de ficar tão próximo daqueles lábios carnudos já valia a surra.
Estavam voltando para o carro, quando um grupo de meninos que vadiavam pelas ruas começaram a mexer com Kevser, ele até tentou virar mais ela impediu. Quando estavam bem perto do carro, ela virou e disse:
- EI BABACA...EU NÃO SOU A PRINCESA QUE VOCÊ ACABOU DE DIZER! SOU A BRUXA MÁ DA HISTÓRIA. Abaixou pegou um enorme pedra e jogou acertando o parabrisa do carro deles rachando ao meio, os meninos desceram com raiva e ela gritou para Yalçin correr, entraram no carro e saíram em disparada fugindo da confusão.
Ele tinha o coração acelerado, ela só podia ser doida, mais não tinha ninguém no mundo que ele gostasse mais de ficar por perto do que dela. Ele parou embaixo da janela e fez sinal que apoiaria seus pés para alcançar a sacada, ela deu um beijo em seu rosto e apoiando nos ombros deu impulso para subir, não sem antes dizer:
- OLHE PARA BAIXO SULTÃO...NÃO PENSE QUE VOCÊ ME ENGANA!
Ele apenas obedeceu e encarando o chão para não ver mais do que deveria, a jogou para cima.
- BOA NOITE BRUXA MÁ...AMANHÃ POSSO TE VER?
- JÁ DISSE QUE NÃO...SULTÃO NÃO INSISTA TA BOM!? VOCÊ VAI SE APAIXONAR POR MIM DESSE JEITO...BOA NOITE!
Entrou rápido antes que ele respondesse e fez isso de propósito. Viu quando a figura dele desapareceu na rua escura, dormiu como um anjo depois dessa noite agitada.

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