XXII -REENCONTRO...

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Ziyah passou o braço pelo ombro de Ciçek para tentar encobrir a garota, teria dado tudo certo se não fosse um vento que levou o perfume de Jasmin direto para as narinas de Berat, ele então olhou novamente para o casal que apressados praticamente corriam pela calçada. Ele parou o que estava fazendo e inspirou novamente, reconheceria aquele cheiro em qualquer lugar, jurou mesmo que fosse a última coisa feita em vida acharia Ciçek, disfarçadamente seguiu o casal que entrou na floricultura, ele não conseguiu confirmar pois não viu a figura da moça mais não adiantava talves o medo dela realçou o perfume e agora ele tinha certeza era ela. Pacientemente foi embora sem que ninguém percebesse, afinal tinha dois seguranças parados a porta e não precisava ter presa ela não escaparia novamente de suas mãos.
Tuna e Nedim levaram um susto com a porta batendo e precisaram amparar Ciçek que passava muito mal. Ziyah contou o que aconteceu e eles falavam entre eles quais os próximos passos, Ziyah já tinha mandado o segurança ir até a praça ver se tinha rastros de Berat e enquanto decidiam o que fazer nessa situação Ciçek correu para o quarto fez a bolsa e disse.
- EU PRECISO IR EMBORA...PRECISO FUGIR DAQUI...ELE VAI MATAR A TODOS VOCÊS...ELE ME ACHOU TENHO CERTEZA DISSO...Em pânico correu para o jardim com todos tentando acalma-la, Tuna dizia que estava aos seu lado e não precisava temer, mais a moça estava perdida no medo e ainda correndo precisou se agarrada. Ziyah passou seus braços no entorno de sua cintura e a trouxe para o chão, chorando e implorando ela pedia pra ele soltar.
- POR FAVOR...VOCÊ NÃO ENTENDE...EU TROUXE A DESGRAÇA PARA A VIDA DE VOCÊS! DEIXE-ME IR POR FAVOR...Ela seguia repetindo as mesmas coisas e Ziyah apenas segurava seu pequeno corpo para que ela se acalmasse. Percebendo que não tinha saída ela disse que precisava contar a verdade de tudo que passou e então eles provavelmente a mandariam embora.
Eles voltaram pra dentro da casa e Tuna foi fazer um chá pra acalmar a amiga, ela respirando fundo disse.
- ELE SE CHAMA BERAT KASAGUN...QUANDO EU ABRI MÃO DE TUDO QUE TINHA, VENDI PARA A FAMÍLIA DELE PRECISAVA DE DINHEIRO PORQUE QUERIA IR EMBORA DA SÍRIA...NÃO AGUENTAVA MAIS AS NOTÍCIAS DE MORTE QUE SÓ AUMENTAVAM...PRA ISSO EU PRECISAVA DE DOCUMENTOS E UM ATRAVESSADOR DE PREFERÊNCIA HOMEM QUE FIZESSE ESSE CAMINHO COMIGO...DEPOIS DE UMA SEMANA COM TUDO RESOLVIDO BERAT DISSE QUE ELE VIRIA COMIGO POIS SEU PAI ESTAVA QUERENDO EXPANDIR OS NEGÓCIOS DA FAMÍLIA AQUI NA TURQUIA TAMBÉM...ENFIM SEGUIMOS VIAGEM, O GRUPO ERA PEQUENO  E COMEÇO FOI TERRÍVEL...
Ela contou que embarcaram em um caminhão com situações precárias, contou que aquela noite um dos companheiros de viagem morreu pisoteado, mais ela seguiu firme. No caminho os corpos sempre ficavam no acostamento e se não quisessem ser o próximo precisavam andar depressa, não tinham tempo para nada.
- DEIXAR AQUELES CORPOS NA BEIRA DA ESTRADA E SEGUIR ESSE ERA MEU DESTINO, MAIS DEPOIS QUE ENTERRAMOS UM ENTE QUERIDO, ALGUÉM DESCONHECIDO VIRA ALGO COMUM...PASSAMOS TRÊS DIAS VIAJANDO SEM COMIDA APENAS ÁGUA...DESEMBARCAMOS EM UM CAMPO DE REFUGIADOS QUE FICAVA NA FRONTEIRA COM MARDIN, ESSES DIAS EU ME APROXIMEI DE UMA IRMÃ BEM MAIS VELHA. IRMÃ AIDAN ESTAVA AFLITA POIS PERCEBIA AS INTENÇÕES DE BERAT. ELA TENTAVA ESTAR SEMPRE PRESENTE, MAIS ELE ERA ASTUTO E VIVIA DRIBLANDO A VIGIA DELA.
Ciçek estava com muita vergonha pois iria mexer com memórias doloridas e não conseguia segurar as lágrimas, as mãos então não paravam quietas. Ela seguiu narrando sua trajetória, contou que ficaram mais 4 dias naquele campo de refugiados e Berat seguiu fazendo insinuações e com a uma mão boba que ou estava na cintura dela, ou nas costas ou grudada nas mãos dela e qualquer homem que olhasse pra ela aparecia surrado. Irmã Aidan estava insegura e tentava ajudar como podia mas ele tinha poder entre os que estavam guiando.
- CERTA NOITE IRMÃ AIDAN ESTAVA AJUDANDO COM OS FERIDOS E DOENTES, EU ACHEI QUE PODIA TOMAR BANHO E QUE NADA ACONTECERIA...INFELIZMENTE BERAT ENTROU NO BANHEIRO E...Ziyah olhou nervoso por saber o que o homem tinha feito, correu pra perto dela e abraçou dizendo que não precisava falar mais nada.
- NÃO VOCÊS VÃO SABER TUDO...SÓ ASSIM PODERÃO SABER O QUE FAZER COMIGO! ELE NÃO QUERIA ME ENTREGAR A TOALHA E ME OBSERVAVA ENQUANTO EU TENTAVA COBRIR MEU CORPO, ELE ME AGARROU E EU NÃO PODIA FAZER BARULHO...AFINAL ERA ISSO QUE ELE QUERIA PELO ESCÂNDALO ME OBRIGAR A SE CASAR COM ELE...POR SORTE IRMÃ AIDAN ENTROU, BATEU NELE O COLOCANDO PRA FORA...EU ME SALVEI NAQUELA OCASIÃO MAIS AIDAN SENTENCIOU SUA MORTE. OS DIAS QUE SEGUIRAM EU SABIA QUE ELE ESTAVA ME VIGIANDO, NO BANHO E EM TODOS OS LUGARES...PARECIA UM LOBO A ESPREITA DE SUA PRESA. PASSAMOS PRO OUTRO LADO DA FRONTEIRA E NA MESMA NOITE, ELE MATOU IRMÃ AIDAN EU ESCAPEI PORQUE ELA SE ENTREGOU EM MEU LUGAR, ENQUANTO ELA MORRIA EU FUGIA...E MAIS UMA VEZ FIQUEI SOZINHA NO MUNDO! AGORA VOCÊS ENTENDEM ONDE EU ESTOU A DESGRAÇA ALCANÇA E INOCENTES MORREM...
Todos que estavam na sala tinham lágrimas nos olhos, Nedim balançava a cabeça em sinal do seu descontentamento, Ziyah como era sensível chorava sem pudor e Tuna abraçava a nova irmã preocupada com o futuro dela.
Berat Kasagun era um homem maduro e no auge de seus 40 anos comandava os negócios da família, era o filho mais velho de 11 irmãos divididos entre as 4 mulheres de seu pai. Fazia parte da cultura deles casar com muitas mulheres, isso era demonstração de poder e dinheiro, Berat foi o primeiro filho homem a nascer e sua mãe sempre teve regalias por esse feito então foi criado de forma diferente, como o ouro da família. Ele tinha um temperamento explosivo e uma maldade enraizada, seu pai com o passar do tempo deu todo comando para ele.
Seu primeiro casamento foi as 18 anos e sua esposa logo engravidou porém nasceu uma menina e logo veio outra menina precisando firmar seu poder casou NOVAMENTE e assim por diante mais a maldição permanecia, só tinha filhas mulheres. Ele então começou a matar suas esposas e entregar as filhas mulheres que nasciam para serem criadas por outras famílias, quanto mais ele fazia essa maldade mais amaldiçoado era.
Seu pai tinha uma condição para mantê-lo no poder ele precisava primeiro de um filho homem e depois garantir a expansão dos negócios da família para Turquia. Quando ele viu Ciçek pela primeira vez se apaixonou perdidamente por ela, aqueles olhos pretos o deixaram louco, precisava possuí-la de qualquer forma, tratou de colocá-la na mesma viagem que ele para Instambul. Naquela mesma noite que a viu pela primeira vez teve um sonho e nele foi revelado que sua maldição só acabaria quando ele se casasse com a moça que viu mais cedo e ela seria responsável por dar o filho homem que ele tanto almejava.
Quando ele acordou tratou de colocar homens de vigia nela e também subiu os valores para transporta-la sabia que se a deixasse sem recursos financeiros e o medo da viagem provavelmente ela viria correndo para seus braços e depois para sua cama. Ao sair fez uma promessa ao seu pai: colocaria a família Kasagun no topo entre as famílias turcas e que seria pai de um filho homem, pra desta forma consolidar seu poder na família. Durante a viagem tratou de deixar mais assustadora possível, pegou rotas perigosas e totalmente desnecessárias, matou pessoas só pra manter a moça por perto sempre com uma desculpa "COMIGO VOCÊ ESTARÁ SEGURA, NÃO TENHA MEDO". Prolongou o máximo que pôde a chegada deles, até que encontrou uma pedra no sapato, a senhora Aidan percebia todas as intenções dele e estava sempre cercando Ciçek como podia, ele não conseguia mais chegar tão perto dela e tudo por culpa de Aidan que agora tinha tomado um lugar especial na vida da jovem, era seu porto seguro.
As noites ele sempre entrou no alojamento onde Ciçek estava pra espiar enquanto ela dormia, quase a venerava chegava ser doentio. Ele gostava de ver ela tomando banho, mesmo que de longe ver ela tocando seu próprio corpo o deixava excitado, mais agora era quase impossível afinal Aidan sempre estava de olho nele.
Berat dizia ter sido enfeitiçado pois sonhava dia a noite com ela, precisava se livrar o quanto antes de Aidan se quisesse que seus planos descem certo. No dia que tudo mudou ele estava saindo do alojamento quando ouviu um doce canto, não precisava ver pra ter certeza que Ciçek estava por perto. Ele então seguiu hipnotizado pelo canto dela e parou na porta do banheiro, pra sua surpresa não tinha ninguém lá, envolvido entrou meio que sem pensar e pela primeira vez viu ela inteiramente nua, o corpo parecia ter sido esculpido pelos deuses, uma cintura demarcada e um quadril redondo a pele só poderia ser macia e aveludada como um pêssego. As pupilas chegaram a dilatar, as mãos queimavam de vontade de possuí-la, seu membro rígido pulsava de desejo preso na calça, quando ela se virou a visão terminou de ser perfeita, mesmo com o susto e ela tentando se esconder não podia, ele já tinha visto muito mais que um homem poderia ver.
- POR FAVOR BERAT...POR FAVOR...ENTREGUE-ME A TOALHA...POR FAVOR!? Implorava a moça tentando se esconder e esticando a mão pra tentar alcançar a toalha que estava tão perto dele. Berat pegou a toalha e olhando pra ela entregou, conforme ela pegou ele a puxou pra mais perto, rapidamente ela se envolveu escondendo o que ele já tinha visto, mais agora estava nos braços dele tentava pedir pra ele parar mais não podia fazer um escândalo ou seria muito pior, ele cheirou seu pescoço e os cabelos e disse.
- MESMO QUE EU ATRAVESSE OS SETE MARES AINDA RECONHECERIA ESSE PERFUME...VOCÊ É DOCE, NÃO TENHA MEDO VOCÊ ESTÁ SEGURA COMIGO...
Aidan entrou no banheiro pra salvar Ciçek das mãos dele, com um pedaço de madeira bateu nele em várias partes do corpo dizendo pra ele ficar longe dela e que nada tinha acontecido ali. O medo dela era que ele alegasse ter tirado a pureza pra obrigar moça se casar com ele, muito esperta a irmã Aidan tratou de furar com os planos dele e o colocou pra correr.
Apesar de ter consciência que ajudou nesse momento horrível também sabia que ele a mataria na primeira oportunidade e foi o que ele fez, quando atravessaram ela colocou todo seu dinheiro e jóias na bolsa de Ciçek e mandou a menina correr, disse que iria segurar o quanto pudesse ele pra ela ter a chance de fugir. Uma única bala tirou de um só vez a vida de irmã Aidan e o porto seguro de Ciçek que conseguiu fugir apesar de todos os traumas.
Ciçek continuou sua narrativa, ela disse que depois de 4 dias andando e se escondendo de Berat, ele a encontrou com um grupo de refugiados e sem chances ela precisou seguir com ele. Estava mais do que certo que ela não resistiria as investidas dele, mais a moça estava decidida que morreria mais não se entregaria sem lutar. Ela não tinha mais paz, não importava de era de dia ou de noite estava sempre se esquivando dele, até que em uma noite, ele resolveu que acabaria logo com aquele jogo e resolveu atacar a moça.
- ELE MAIS UMA VEZ SUBESTIMOU MINHA INTELIGÊNCIA, EU TINHA ESPALHADO POR TODO ABRIGO COISAS QUE PUDESSEM FERIR...ESTAVA DECIDIDA QUE OU MATAVA OU MORRERIA...NÃO TINHA OUTRA ESCOLHA! QUANDO ELE ENTROU NO QUARTO EU ALCANCEI UM ESPETO E PERFUREI NA ALTURA NO ESTÔMAGO, FUGI LEVANDO O DINHEIRO E COISAS DE VALOR QUE ELE CARREGAVA...POR ISSO ELE JUROU QUE ME ACHARIA E EU PAGARIA CARO POR ISSO...EU PRECISO IR EMBORA...AGORA VOCÊS ENTENDEM?! NÃO VOU FICAR BRAVA OU MAGOADA COM NENHUM DE VOCÊS, JÁ PODEM ME COLOCAR PRA FORA...
Tuna então se aproximou e abraçou Ciçek tão forte que ela pode sentir o coração da jovem pulsar, então disse:
- DESDE AQUELA NOITE... VOCÊ SE TRANSFORMOU EM MINHA DOCE ABLLA, UMA IRMÃ QUE MEUS PAIS NÃO ME DERAM MAIS A VIDA ME ENTREGOU...SE FOR PRECISO MEU CORAÇÃO BATERÁ COM O SEU, QUANDO LHE FALTAR ESPERANÇA EU VOU GARANTIR QUE NUNCA DEIXE DE SONHAR E MESMO QUE SIGNIFIQUE DECLARAR UMA GUERRA CONTRA A FAMÍLIA KASAGUN EU ASSIM O FAREI...As duas estavam emocionadas e se abraçavam sem parar.
Ziyah então pediu licença e disse que precisava dizer algo importante e a sós com Ciçek. Nedim entendendo o que ele pretendia chamou Tuna para o jardim. Percebendo que estava a sós com ela, pegou em suas mãos e disse.
- POR MUITOS ANOS EU NÃO SABIA O QUE SIGNIFICAVA ESTAR VIVO, ESTAVA TÃO ACOSTUMADO COM A TRISTEZA E SOLIDÃO QUE NÃO PERCEBIA QUE ESTAVA PERDENDO O MELHOR DA VIDA COM COISAS FÚTEIS...EU SEI QUE AGORA VOCÊ ESTÁ ASSUSTADA E TAMBÉM SEI QUE NÃO DEMONSTREI SER DE TANTA CONFIANÇA NO COMEÇO...MAIS QUERO QUE SAIBA QUE EU ESTAREI AO SEU LADO! SE FOR PRECISO VAMOS EMBORA, VOLTO PRA ITÁLIA SEM PROBLEMAS...SE FOR PRA SUA SEGURANÇA POSSO FAZER QUALQUER COISA...
- ZIYAH COMO EU ESCREVI NAQUELA MENSAGEM, VOCÊ É MINHA DOCE SURPRESA DESDE QUE CHEGUEI AQUI EM INSTAMBUL...OBRIGADA POR SUA PROTEÇÃO E AMIZADE! Ela estava decidida que iria fugir de madrugada, não deixaria mais ninguém que amava morrer por ela.
Nedim voltou informando que dormiria com elas essa noite, só pra garantir que nada iria acontecer. Ziyah se despediu dizendo que voltava no outro dia e então juntos poderiam achar uma solução para esse infeliz acontecimento.
Na calada da noite, Ciçek escreveu uma carta para Tuna, agradecendo por tudo e dizendo que realmente ela era como uma irmã e por isso não podia ficar e correr o risco de algo sério acontecer com ela. Fez outra carta para Ziyah revelando que seu coração ficou preso ao dele, desde aquele mal entendido e só por isso estava deixando pois não sobreviveria se o perdesse. Com tudo arrumado saiu pela porta, observou Nedim dormindo no sofá e sabia que ele se encarregaria de cuidar de Tuna e isso a deixava mais calma.
Enquanto estava no jardim tomando coragem pra prosseguir ouviu alguém falar, escondido na escuridã.
- ISSO ELE DEVE ESTAR ESPERANDO VOCÊ FAZER ESSA BESTEIRA...SE EU PUDER ARRISCAR GARANTO COMO DEVE TER ALGUÉM DE TOCAIA, APENAS ESPERANDO VOCÊ FAZER ALGO TOLO! Era Nedim que percebeu quando ela abriu a porta e deu a volta pra surpreende-la.
- NEDIM BEY... VOCÊ SABE MELHOR DO QUE NINGUÉM QUE EU NÃO POSSO FICAR...SABE QUE ELE VAI ME ENCONTRAR E NÃO MEDIRÁ ESFORÇOS PRA ME LEVAR EMBORA...
- SEI...EU TENHO CERTEZA DISSO...MAIS TAMBÉM SEI QUE SE ALGUÉM PODE TE AJUDAR..SOMOS NÓS! SE VOCÊ FOR PARA AS RUAS, VAI ACABAR MORTA POR ELE OU POR QUALQUER OUTRO...CONFIE EM MIM NÃO DEIXAREI NADA DE MAL LHE ACONTECER..NEM A VOCÊ...NEM A MAIS NINGUÉM!  Ele estendeu a mão pra pegar a bolsa, ela convencida que era o melhor a fazer entregou e juntos entraram pra tentar descansar.
Berat estava acostumado a caçar, por isso sabia que precisava deixar a caça sentir segurança pra dar os próximos passos então apenas foi embora. Mais algo o intrigava o que ela fazia agarrada daquele jeito na árvore com outro homem? Quem era ele? Só pelos seguranças parados na porta soube que era alguém importante, mais nada e nem ninguém o impediria.
Ele lembrou da noite que ela escapou por muito pouco, ele não imaginava que ela teria coragem e esperteza para esconder e usar uma arma contra alguém. Isso o deixava ainda mais fascinado, ela era uma mulher de muitos encantos e selvagem daquele jeito só aumentava sua imaginação. Mais tinha prometido a si mesmo, que após ela quebrar a maldição e lhe entregar um filho homem a mataria como forma de punição.
Ele já tinha assumido o lugar de um mafioso que comandava um bairro popular, foi muito fácil roubar o comando, o antigo chefe era despreparado e com isso o nome KASAGUN começava a fazer história nas ruas de Istambul. Ele já tinha mandado trazer suas duas mulheres e suas filhas, as instalou em uma casa grande, ele impunha regras tradicionais a todas portanto não podiam sair sem um acompanhante, vestiam roupas fechadas e hijab em todos os lugares, até mesmo dentro de casa, o ensino era ministrado por sua primeira esposa que era responsável pela educação cívica e religiosa de suas filhas e sempre deviam obediência. Sua primeira esposa, Zeinep responsável por toda casa e criação das meninas apesar de sofrer nas mãos do marido tentava manter uma harmonia para as filhas e se relacionava muito bem com a segunda esposa Samia que apesar de encontrar em Zeinep uma amiga sofria de depressão e vivia mais no quarto do que cuidando dos afazeres. Elas sabiam das atrocidades que Berat cometia, ele chegou a ter outras 3 esposas mais as matou quando não lhe foi entregue um filho, isso mexeu com o psicólogico de Samia e a fez se fechar para o mundo. Se não fosse o carinho de Zeinep provavelmente ela já teria morrido a muito tempo, por isso era muito grata a amiga mas os remédios fortes não permitiam que ela levasse uma vida normal. A muito tempo tinha entregue suas duas filhas como legado para irmã Zeinep e então só esperava os dias dormindo em uma cama.
Naquela noite, depois de muito tempo ele procurou Zeinep, contou que achou Ciçek e disse que iria precisar da ajuda dela, afinal agora já sabia do que a moça era capaz. Sem alternativas, ela garantiu que faria de tudo para que a jovem ficasse bem e com isso ele não teria problemas.
- ALLAH PERMITA QUE ESSA MALDIÇÃO SEJA QUEBRADA E ENTÃO EU TEREI MEU HERDEIRO...
- NÃO SE PREOCUPE O QUE ALLAH SEPAROU PARA VOCÊ ELE ENTREGARÁ...Na verdade ela também desejava que esse filho viesse logo, pois só assim teria paz e enfim não precisaria ver Berat maltratar mais ninguém.
Talvez pela erupção de sentimentos que ele estava sentindo e toda excitação por achar Ciçek, aquela noite ele fez um sexo diferente com Zeinep, ainda era o selvagem que ela conhecia mais algo tinha mudado nele. Fazia muito tempo que ele não a procurava, não que ela sentisse saudade já não sentia nada em relação a ele, o amor já tinha acabado a muito tempo agora ela só esperava que a deixasse em paz para criar suas filhas e cuidar de Samia que precisava muito dela mas também não podia deixar de sentir pena da moça Ciçek, sabia muito bem que se ele não alcançasse seu desejo ela não teria paz e a culpa recairia sobre mais uma inocente.

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