O plano - parte 2

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Deu 19:00, avisei para a mamãe que ia dormir na casa do David, o que de certa forma não era mentira, mas antes teria que encarar o Cleiton.

Cheguei na lanchonete um pouco atrasado, mas ele já estava me esperando. Era o mesmo local em que eu vi a Karen e o David da outra vez, grande, espaçoso, assim que entrei no local, vi os três (Fabi, David e Afonso) de cabeças baixas em uma mesa longe, mas com uma boa visão para nossa. David e Afonso de capuz e de costa.

Logo o Cleiton me viu e disse para me sentar.

- Que bom que veio. – disse.

- Eu falei que vinha

- É mas, deixa pra lá

- Então...

- Já pedi algo para nós, deve chegar logo – ele disse

- Ótimo.

- Eu queria pedir desculpa mais uma vez Fernando, sério – E pegou minha mão – Por tudo mesmo – ele estava acariciando minha mão e eu não podia soltar, tinha que continuar o plano.

- Já disse que está tudo bem, mesmo.

    Nosso pedido chegou e ele me soltou.

Ele passou muito tempo conversando, falou de quase tudo que passou na cadeia, do porque a magreza excessiva e o corte no rosto, duas histórias horríveis. Até que:

- Podemos ir para outro lugar? Queria beber algo para comemorar a liberdade – isso estragava todo plano, mas precisava continuar.

- Claro.

- Ok, só vou no banheiro, coisa rápida aí vamos.

 Ele saiu. Peguei o meu celular o mais rápido que pude.

Eu: Ele quer ir para outro lugar, venham nos seguindo, mas não se aproximem muito.

Ele já estava voltando.

- Vamos?

- Sua mãe está em casa?

- Não, ela está na casa do namorado dela. Por que?

- Ah não sei... poderíamos ir para lá -  por favor... diz que sim

- Ah não, depois. Então vamos?

- Sim, mas aonde? – pergunto

- Em um barzinho perto de casa, só algumas prometo – Era um Cleiton diferente, admito, mas ele ainda era o cara que me bateu até me deixar inconsciente.

- Tudo bem.

***

Adamos um pouco até chegar no bar, as vezes olhava para trás e vi algumas pessoas nos seguindo, todas dispersas, não daria mesmo para notar que eram eles.

- Vamos nos sentar aqui – Ele escolheu uma mesa em um lugar escuro, aquilo me deu um pouco de medo, mas tinha que continuar. Nos sentamos e ele pediu algumas bebidas.

Ele continuou falando por alguns minutos que pareceram horas sobre ele e continuava a pegar minha mão em alguns momentos. Eu sentia uma repulsa toda vez.

- Você não está bebendo quase nada – eu disse – É muito fraco.

Eu tinha conseguido, ele se sentiu desafiado e virou uma garrafa de vodka quase toda, aquilo estava saindo melhor que o planejado.

- Quem é o fraco?

Passado uma hora ele já estava bem bêbado, eu diria que quase morrendo de tanto que bebeu.

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