Capítulo 6

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P.O.V. LIZ

~dias atuais~

       Depois que entrei no carro, sob livre e espontânea pressão, tive meus olhos vendados por todo o caminho, imaginei que não posso saber onde fica a sede deles, não questionei. Durante toda a viagem prestei atenção na estação de rádio que tocava, tocou cerca de 30 músicas, o que deve ter dado mais ou menos uma hora e meia de estrada, pelo jeito que a voz dos locutores chiava, estávamos saindo da cidade.

       Decorrente do que pareceu uma eternidade, o carro freou bruscamente, ouvi sons de portas batendo e alguém me puxou pelo braço de forma indelicada, que povinho sem educação, mas não acho que estou em condições de fazer comentários.

       Segui com a venda nos olhos, guiada por duas pessoas, umas de cada lado segurando meus braços, andei aos tropeços para dentro de uma construção, pelos degraus que tropecei e a luz que aumentou. Andamos mais um pouco até me trazerem para uma sala escura, a falta de luz me deixou desnorteada, fui puxada com força para sentar em uma cadeira de metal frio que congelava minha pele, mesmo pela calça. Senti as algemas serem presas à parte de traz da cadeira. Uma luz forte foi ligada sobre minha cabeça e arrancaram a venda.

       A luz repentina ofuscou minha visão, pisquei algumas vezes para me acostumar, estava em uma sala com cores cinzas, havia um armário médio em uma parede, uma mesa e um espelho a minha frente, era óbvio que era falso, deviam estar me observando por ali mesmo, francamente essa é mais velha que andar para frente.

       Ouvi um barulho de porta ranger e logo uma figura passou por ela. Droga, não consigo enxergar muito com essa luz na minha cara, estava começando a me dar dor de cabeça. Logo ouço passos e metal arrastando. A figura que outrora entrara puxou uma cadeira e se sentou à minha frente.

       —Ora, ora, ora. Você não conseguiu fugir no fim, não é?

       —Claro que não, até porque eu me entreguei, se fosse depender de vocês, apareceria outro serial Killer antes de chegarem a mim.

       O homem deu uma risada baixa, pude notar melhor parte de sua aparência, não devia ter mais de 30 anos, olheiras fundas, olhos claros, e um porte físico forte.

       —Você realmente não sabe a situação em que está.

       O homem se levantou e ergueu a tampa do laptop que estava sobre a mesa, revelando a pasta de dados que roubei de Jake, e tornou a se sentar na cadeira.

       —O que sabe sobre o hacker?

       —Tudo. Eu sou o hacker.

       —E o Jake?

       —Um tolo apaixonado que fez o que eu mandei.

       —O homem sem rosto?

       —Não estava nos meus planos.

       —Outro tolo apaixonado?

       —'Tava' mais pra um stalker.

       —Trabalhava pra você?

       —Não mesmo.

       —A quanto tempo conhece o Jake Donfort?

       —Acho que pouco antes de invadir seu sistema.

       —E quando ele se tornou seu hacker?

      —Eu disse que retribuiria o sentimento se fizesse o que eu mandasse.

       —E ele fez?

      —Como um cachorrinho, enganou vocês com perfeição.

       —E por que de repente você se entrega, depois de tanto trabalho pra se esconder? Você nos passou a perna muitas vezes.

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