Capítulo 17

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Sair da cidade não estava em meus planos, mas não havia outra alternativa. Eu não apenas estaria largando a cidade, como também estaria deixando a minha infância inteira e, o pior de tudo, estaria deixando os meus dois irmãos para trás.

Como o Gaël havia dito que partiriamòs ao amanhecer, não preguei o olho a noite pensando nos meus irmãos, ir embora seria como abandoná-los, e eu estaria quebrando a promessa que fiz a minha mãe.

Havia saído do banho no momento em que o Gaël passou pela porta e deparòu-se com a minha nudez. Pude vê-lo envergonhado, talvez um pouco constrangido, mas aquilo não importava para mim, ele não era o primeiro homem que me via sem roupas.

"Me desculpe, eu acreditei que já estivesse pronta." ele diz e me mostra o seu lado cavaleiro.

"Não peça desculpas por isto, não é o primeiro homem que me vê nua, ou devo lembra-lo que sou uma prostituta?." enxugo os cabelos e jogo a toalha na cama.

"Sendo prostituta ou não, isto não muda o fato de que seja uma mulher assim como as outras, e que merece respeito." ele diz o que eu menos esperava escutar da sua boca.

"Vejo que já está pronto." desconversò e o observo. Suas vestes são típicas a de um bad Boy. Gaël está usando uma calça jean preta, um par de botas e um casaco de couro preto, seus cabelos estão presos, o que faz com que o seu rosto fique exposto.

Seus olhos verdes são lindos. Penso.

"Eu não demoro." lhe dou as costas e caminho em direção a mala.

"Estarei a esperando no carro." ele diz e ouço o barulho da porta sendo fechada.

Abro a minha mala e retiro um par de calça, um sobretudo e uma pequena blusa. Me visto apreensiva e após prender os cabelos caminho ao seu encontro.

"Deixe-me adivinhar, foi assaltando idosas que conseguiu comprar um Mercedes." digo enquanto entro no seu carro.

"Vejo que ainda não me perdoou por isto." ele coloca um par de óculos antes de ligar o carro.

"Bem, era a minha bolsa favorita e me dava sorte." digo.

"Se lhe desse tanta sorte eu não teria a tirado tão facilmente." ele sorri torto e da a partida.

"Podemos dar uma parada antes de irmos ao aeroporto?." pergunto e olho para ele.

"Não acha que já levou roupas que cheguem?." ele arqueia a sobrancelha e suspira.

"Sim, mas é que..." suspiro." Gostaria de ver os meus irmãos antes de partir." digo e desânimo. Ele me lança um olhar rápido e logo volta a atenção a estrada.

"Acha que as visitas são permitidas numa hora dessas?."

"Eu não sei, apenas gostaria de tentar."

"Como quiser, mas teremos que ser rápidos."

"Eu lhe prometo que serei breve."

Ele concorda com o meu pedido e lhe Índico o caminho do orfanato. Passando-se alguns minutos seu carro estaciona no local.

"Não é obrigado a me acompanhar." digo quando o vejo retirar-se do carro depois de mim.

"Não faço isto por você, quero apenas me certificar de que não seja um truque."

"Acha que estou tentando fugir?." o olho incrédula enquanto caminhamos.

"Bem, nunca se sabe, custa acreditar que seja um tipo de pessoa afetuosa."

"Acha que inventei a história de ter irmãos?."

"Não a conheço, então penso que sim."

O ignoro e simplesmente toco na campainha quando encontro o portão do orfanato.

A vigarista e o criminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora