Capítulo 18

5 3 0
                                    

A única coisa da qual me recordo são dos seus olhos lacrimejantes, e do seu vazio, depois disto eu me apaguei por completo.

Desejei que tudo não passasse apenas de um sonho. Mas quando despertei em uma cadeira no jato, gael afirmou que tudo havia realmente acontecido.

Ao que tudo indica estamos em um jato particular, há apenas o gael e um piloto.

Não sei o que mais me deixa confusa neste momento, se é o ocorrido com o meu irmão ou o fato do homem que há algumas semanas atrás tirou a minha bolsa e de uma idosa ter um jato particular. Por isto decido lhe questionar.

"De quem é o jato?." questiono e o encaro.

"É do meu chefe." ele diz e sorri." Fico feliz que tenha acordado." adiciona e bebe a vodka sobre o copo em suas mãos.

"É para ele que irei trabalhar?."

"Em breve saberá, deseja beber alguma coisa?." oferece.

"Não sei, penso que talvez um comprimido ajude a diminuir a minha dor de cabeça." digo e toco na minha testa.

"Como quiser." ele se levanta e logo vem até mim com um copo em mãos e um fraco de comprimido.

"Alguma vez ficou sem beber?." digo quando o vejo encher o copo novamente.

"Penso que isto não lhe convém." ele diz rude e bebe um gole rápido." O banheiro fica a sua esquerda caso precise usá-lo, eu irei tirar uma soneca chegaremos ao anoitecer." disse enquanto se acomodava.

"Por quê não me deixou levar o meu irmão?." pergunto.

"Em breve saberá." é tudo que diz enquanto coloca a almofada de pescoço.

"Será que dá para parar de dizer isto?. Não entendo por quê há tanto mistério." digo impaciente.

"Estou tentando descansar, eu agradeceria se calasse a boca e me deixasse em paz."

"Finalmente resolveu dar as caras e mostrar quem realmente è." digo e ele suspira.

O vejo erguer a mão até os tampões de ouvido e de seguida ele os coloca sem hesitar.

"Então é assim?, Irá fingir que não estou aqui?." grito e recebo o silêncio." Imbecil." o xingo quando o vejo fechar os olhos.

Ergo as mãos até as revistas a minha frente e começo por vê-las. Não pegaria no sono com tantos pensamentos.

Penso que não irei voltar a ver os meus irmãos novamente. Pedro foi adotado e acredito que o Miguel será o próximo. Mas talvez seja melhor assim, não fui uma boa irmã e eles merecem o melhor.

Levo o olhar até o Gaël que ate o momento continua dormindo, e me a percebo que já está escurecendo.

Talvez ambos precisemos de tempo, mas eu juro que assim que tiver um trabalho estável e que não os envergonhe irei revê-los novamente, embora seja difícil reencontrá-los.

Em meio há tantos pensamentos adormeço e sou despertada pelo Gaël que avisa a nossa chegada ao México.

Havia um homem de um metro e noventa nos esperando do lado de fora apoiado em um carro com a vista oculta pelos óculos pretos.

O homem abre a porta para mim antes de pegar na minha mala e colocá-la no porta malas.

Gaël entra depois de mim e confesso que a estas horas da noite me encontro confusa. Para começar estou viajando com um completo estranho e se quer tenho a ideia do que a sua oferta de emprego se trata.

Penso em questiona-lo novamente mas lembro da sua resposta quando nos encontrávamos dentro do jato, e sem falar que isto o deixa irritado.

Entretanto me apoio sobre a janela e descanço a cabeça ali. As ruas do méxico estão vazias, provavelmente por ser de madrugada, isto explica o silêncio constante.

Os portões se abrem revelando o grande rancho. Há uma fonte de cavalo e flores no centro do rancho, não enxergo direito a residência devido o anoitecer e penso que ao amanhecer possa explorá-lo melhor.

A porta ao meu lado é aberta pelo mesmo homem e cautelosamente me retiro do carro com os olhos fixos na residência a minha frente. Pelo seu aspecto notasse que é um rancho antigo, mas agradável.

Então caminhamos em direção a entrada, encontrando a grande porta dupla feita de madeira que tinha como maçaneta um círculo de ferro, apenas teríamos que bate-lò contra a porta para que nós atendessem.

Mesmo na primeira batida a porta é aberta revelando um homem exausto que aparentar ter uns trinta anos, ele usava um pijama e seus cabelos se encontravam bagunçados como quem havia sido interrompido o sono.

"Irmão.." ele diz com a voz carregada de entusiasmo e abraça calorosamente o Gaël.

"Desculpe por não tê-lo avisado, foi uma viagem de última hora." disse o Gaël alegremente.

Abraço o meu próprio corpo exausta e apenas desejo descansar.

"Está tudo bem, é sempre bem vindo." ele diz e espalmea as costas do mesmo.

"Esta é a garota de quem lhe falei." Gaël diz, finalmente me apresenta a ele.

"É um grande prazer senhorita." o homem diz com simpatia.

"O prazer é todo meu." digo e sorrio.

"Por favor entrem." ele abre os espaço para que entremos.

O rancho é ainda mais agradável por dentro.

"Iremos conversar pela manhã, terei que ir há uma reunião da comunidade logo ao amanhecer." disse o homem.

"Claro, eu entendo."

"Fique a vontade." disse." Senhorita, me desculpe pela falta de educação, talvez pela manhã nos conheçamos melhor." adiciona.

"Está tudo bem." digo com simpatia e ele se retira.

"Deseja comer alguma coisa antes? Ou está exausta para isto?." Gaël questiona agora com um pouco de simpatia, o contrário de hoje cedo.

"Estou morta, talvez faça isto pela manhã." neste instante bocejo e agarro em meu sobretudo.

"Bem, neste caso me acompanhe, irei lhe mostrar o seu quarto, e conversaremos amanhã sobre negócios."

Penso que talvez este seja o meu novo lar, e que iram me oferecer algum trabalho no rancho. Para mim não importa do que o meu novo trabalho se trate, desde que não seja vender o meu corpo.
--------

A vigarista e o criminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora