Capítulo 8

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Encaro instantemente a estátua de Cristo e da virgem maria. Neste instante me encontro de joelhos no altar e os sinto dormentes devido o tempo que estou aqui.

Frequento a igreja todas as manhãs de domingo. A missa foi encerrada agora pouco e aproveito o momento que a igreja está vazia para rezar pelos meus pecados.

Talvez eu me confesse ao padre como o de costume, mas do que adianta fazê-lo se sempre irei voltar a pecar?.

Envolvo o lenço sobre os meus cabelos no estilo camponesa em volta do pescoço e cautelosamente me levanto.

Penso que hoje não será necessário me confessar ao padre. Ele me dirá o mesmo de sempre. Para que reze dez ave Maria e dez pai nosso.

Enquanto caminho para fora da igreja ouço instantemente o som dos meus saltos batendo contra o piso de madeira, até o instante que sinto o vento na minha pele facial, o mesmo que indica que estou do lado de fora da igreja.

Meus olhos encontram algumas pessoas e assim que as mesmas me vêm a atenção é dirigida a mim. Me sinto como um monstro fora da jaula, é deste modo que todos me olham, como uma aberração, a pecadora das pecadoras.

Ignoro os olhares direcionados a mim, e assim que tenho a visão da estrada chamo por um táxi. Meu nome tem circulado bastante por aqui, não que ele não circulasse antes, mas desde o incidente que houve em meu apartamento meu nome ficou ainda mais popular na boca dos demais.

Quero acreditar que talvez estejam me encarando pelo modo que estou vestida. Mas não, é apenas a minha fama de prostituta que os fazem me olhar com repugnância e desprezo.

O táxi para ao meu lado e rapidamente entro no mesmo, só neste instante tenho a paz e o sossego. Ajeito a saia preta colada as minhas coxas, e organizo o palito feminino elegante entre o meio dos meus seios.

Optei por me vestir de preto está manhã, está cor representa a minha vida desde que perdi os meus pais. Eu vi o meu mundo rosa se transformar em preto e não pude impedir o processo.

"Para aonde deseja ir senhorita?." o homem no banco do condutor questiona e me encara através do retrovisor.

"Para o clube." digo e levo os óculos de sol até a minha vista. Vejo que ainda me encaram e não hesito em subir os vidros da janela do carro, fazendo assim com que ambos percam a minha visão.

O homem coloca o GPS e rapidamente da a partida. Penso que talvez a Úrsula e eu cheguemos há um consenso, mas não será fácil convencê-lá a dar-me a liberdade de procurar um novo emprego.

Me encontro fustrada e dividida entre a cruz e a espada, a Úrsula jamais me deixará partir, mas os meus irmãos estão em jogo e eu não posso deixá-los ir a um orfanato.

Assim que o táxi é estacionado não hesito em me retirar e ouço a música alta a cada passo que dou, o clube costuma estar muito cheio aos domingos.

Haviam garotas dançando na barra de pole dance, mas não vejo quem procuro, o clube está aglomerado e por isto tenho dificuldades em encontrar a Úrsula.

"Dayene." a voz feminina me chama, e sinto o toque da sua mão no meu braço. Rapidamente olho para trás e encontro a samatha segurando em uma bandeja cheia de álcool.

"Samantha." digo e sorrio.

"Vem comigo." ela fala num tom alto para que eu a escute e mesmo antes de abrir a boca para falar, samatha me puxa em direção ao balcão.

"A Úrsula está aqui?." questiono enquanto sigo os seus passos." Eu preciso conversar com a mesma e..." samatha me interrompe quando me coloca contra a parede e agarra em meus lábios com fervor. Não hesito em corresponder o beijo embora tenha sido inesperado.

A vigarista e o criminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora