Capítulo 16

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"Disse que há um emprego para me oferecer." digo e abraço o meu próprio corpo." Digo, se a oferta ainda estiver de pé." sorrio fraco e o encarro.

"Entre, deve estar com frio aí fora." ele diz e abre o espaço para que eu passe.

"Obrigada." agradeço quando ele segura a minha mala.

"Estou surpresa por vê-la a estas horas. De verdade eu já tinha perdido a esperança." disse fechando a porta.

"Estou arruinada, e não tenho para onde ir." não consigo conter as lágrimas.

"Está tudo bem, a senhorita não precisa chorar, vejo que conseguiu se demitir no clube, fez o certo, aquele lugar não era para você." ele diz e me guia até o sofá.

"Não, eu...eu não me demiti."

Contar a ele sobre o ocorrido não estava em meus planos. Mas eu estava me sufocando.

"Então, a senhorita foi demitida?." ele se senta ao meu lado de frente para mim.

"Perdi os meus irmãos, há algum tempo que estava pedindo demissão, mas ela não mó dava." me levanto e lhe dou as costas.

"Seus irmãos foram mortos?." questiona a minha trás.

"Pelo contrário, faz algum tempo que o inspector queria tira-lòs de mim devido o meu trabalho como prostituta. Ele me deu algum tempo para procurar um novo emprego e largar a vida de vender o corpo. Mas tudo se complicou quando a Úrsula não me deu a demissão." olho para ele com os olhos cheios de lágrimas.

"Há quanto tempo trabalha como prostituta?."

"Há sete anos." digo.

"Bem, o importante é que já está livre."

"Não." falo de imediato." Há uma complicação." suspiro" Levaram os meus irmãos para o orfanato. Eu estava fustrada com a notícia e fui me demitir, Úrsula e eu tivemos uma discussão e as coisas não se..."

"Você a matou?." ele ergue a sobrancelha e diz num tom tranquilo.

O encaro confusa com as ambas sobrancelhas erguidas.

"Basta olhar para a senhorita. Está tremendo, tem as pupilas dilatadas. Ou melhor dizendo está tão desisperada que não hesitou em dirigir-se a casa de um homem que se quer conhece o nome. Não tem nada a perder, por isto veio disposta a aceitar a minha oferta de emprego, mesmo sem saber do que se trata." ele diz sem desfazer o sorriso.

"Irá me denúnciar?." pergunto assustada.

"O mais provável é que a polícia prenda a mim, e há mais chances de acreditarem que a sequestrei." ele sorri e caminha até a adega.

"Por quê diz isto?." sorrio com ironia." O que a polícia quereria com um homem que rouba bolsas de idosos?. O mais provável é que passe duas ou três noites na cadeia para pagar pelo crime."

"A senhorita não me conhece, eu estava apenas me divertindo quando lhe tirei a bolsa." ele se serve do álcool e caminha até mim segurando dois copos cheios.

"Se divertindo?." Pergunto confusa.

"Não sou um ladrão de bolsas." sorri e me entrega o copo de álcool." Bem, eu era há alguns anos atrás, e era apenas uma criança, estava apenas relembrando dos velhos tempos." ele bebe mais um gole.

"Mas então, do que o senhor vive?."

"Em breve saberá tudo, quando chegar o momento certo." ele bebe um outro gole rápido e caminha novamente até a adega.

"Posso saber como se chama?." questiono com curiosidade.

"Claro." ele me olha rápido e logo desvia o olhar enquanto se serve outra vez do álcool." Gael Mcdonough." disse.

"Bem eu me chamo..."

"Dayane Marsden." completa e me deixou ainda mais confusa.

"Como sabe?." questiono séria e o encarro.

"Seu nome completo está no site em que a solicitei."

"Ah, é claro."

"Está segura aqui, não se preocupe." tenta me tranquilizar.

"Quero que fique claro que a morte da Úrsula foi um acidente e que agi por legítima defesa, se não tivesse sido ela teria sido eu." exclareço.

"Fique descansada, da para notar que não é capaz de matar uma mosca. Deve apenas ter tido sorte."

"Do que se trata a sua oferta de trabalho?."

"Em breve saberá, mas quero que algumas coisas estejam claras. E quero que me assegure que cumprirá com tudo que eu lhe disser."

"Não tenho nada a perder, para mim qualquer coisa serve."

"Não respondeu a minha pergunta, fará tudo que eu lhe disser?." ele repete e por alguns míseros instante meus lábios paralisam.

"Sim." afirmo.

"Bem, não fará reclamações, pondo em conta que foi a senhorita que veio até mim. Se tivesse concordado antes com a minha oferta eu a daria a liberdade de impor suas regras, mas como agora está a minha frente suplicando pelo emprego será do meu jeito."

"Suplicando?." arqueio a sobrancelha e bebo um gole.

"Bem, se mudar de ideia pode sair pela mesma porta que entrou. Mas lhe asseguro que irei denúncia-la pelo assassinato que acaba de me confessar."

"Não teria provas." sorrio e bebo mais um gole.

"Se eu fosse você não diria isto." ele sorri e retira o celular do seu bolso o mesmo que ele aperta em um botão e não tardo a escutar a minha confissão.

Desgraçado.

"Irei guardar isto caso a senhorita mude de ideia." ele sorri vitorioso e desliga o celular.

"Ou melhor dizendo, irá me chantagear?." digo incrédula.

"Só quando for necessário."

"Creio que ambos iremos presos, acaba de me confessar que é um ladrão de bancos."

"A diferença é que para me prenderem teriam que ter provas concretas, ao contrário da senhorita que me deu as provas de bandeja." sorri torto.

"Deseja que eu assine algum contrato?."

"Quem precisa de um contrato assinado quando se tem um áudio aonde a senhorita afirma ter assassinado a sua chefe?." gargalha." Isto vale mais que uma trilha de cópias de papel."

"Se quer que trabalhemos juntos sugiro que me tire do país. Não tarda e todos os agentes da cidade estarão atrás de mim."

"Não se preocupe, jamais saberão que foi a senhorita a responsável pela morte da tal Úrsula."

"Como tem tanta certeza disto?, Se as Minhas impressões digitais estão por todo o seu corpo."

"Irei tratar disto." ele diz e pega no seu celular.

"Trabalha no laboratório ou algo assim?." digo com ironia.

"Não, mas tenho os meus contatos." dizia enquanto mexia em seu celular." Alguém a viu a matar?."

"Sim." digo.

"Quem?."

"Bem, elas não estiveram presentes na discussão, chegaram algum tempo depois d' eu ter a perfurado.

"Elas trabalham no clube?."

"Sim."

"Me diga como se chamam?."

"Samantha e Natasha, Por quê?, O que irá fazer?."

"Nada." sorri torto." Venha, irei lhe mostrar o quarto que irá passar está noite. Partiremos ao amanhecer."

"Partiremos?. Para aonde irá me levar? Não é nesta cidade que irei trabalhar?." digo enquanto sigo os seus passos em direção às escadas.

"Eu nunca disse que trabalharia na cidade. E muito menos que sou daqui." dizia entre passos.

"Para aonde iremos?." repito e paro de andar quando ele empurra a porta a sua frente.

"Mexico, tijuana..."
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A vigarista e o criminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora