Capítulo 13

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Natasha havia armado um escândalo e por consequência chego tarda a casa, tive de impedir que ambas brigassem e no final tive de ir ao escritório da Úrsula, e tive de aguentar os seus sermões.

Eram por volta das duas da madrugada e todos já haviam se recolhido. Bem não todos, exceto a dona laura, ela provavelmente esteve esperando pela minha chegada no prédio para fofocar ao inspetor.

Como uma sombra a vi me observar da janela do seu quarto. E a perdi de vista quando a ignorei e entrei em minha casa. Meus irmãos já haviam adormecido e ambos pareciam exaustos, eles provavelmente devem ter tentado esperar por mim.

Caminho em direção ao miguel e instalo um beijo na sua testa, neste instante seu corpo se move e em resultado ele abre  os olhos.

"Dayane?." ele me chama sonolento com a voz baixa.

"Sim, volte a dormir está tudo bem."

"Acabou de chegar?."

"Sim." respondo e desvio o olhar." Me desculpe eu não queria acorda-lò, volte a dormir." digo e ergo o lençol para junto do seu corpo. E ele assente antes de fechar os olhos.

Me retiro do quarto de ambos e vou até o meu. Deixo a água escorrer pelo meu corpo após dirigir-me ao banheiro e assim que término vou até a cozinha aonde me alimento. Me sento sobre o sofá aonde a minha mente busca por respostas referentes ao homem que fez-me a proposta. Confesso que estou curiosa sobre o que poderá ser. Ele me ofereceu trabalho, e é o que estou procurando, pondo em conta que fui rejeitada em todos os lugares que fui a procura de emprego, penso que não devia recusar a sua oferta sem da-lo a chance de dizer sobre o que se trata.

****

Não me apercebo o quão rápido adormeço, quando desperto na manhã de terça feira me apercebo que havia adormecido no sofá. Embora não me admira pós me encontrava exausta.

Olho para o relógio na parede e as horas marcam sete da manhã. Ao menos hoje eu não teria que ir tão cedo para o clube, Úrsula disse que eu poderia trabalhar de noite e eu sem contrária-lá apenas concordei.

Como tenho o dia livre resolvo arrumar a casa. Depois do incêndio que houve as coisas estão um pouco bagunçadas. Antes me dirijo ao quarto dos meus irmãos e os desperto, ambos têm de ir para o colégio.

Me encontro apenas de pijama calça e uma blusa larga. As ambas peças me deixam confortável e decido trabalhar deste modo.

Pego em um balde cheio de espuma e uma esponja, prendo os cabelos em um coque e caminho até o aparelho de som. Minha mãe e eu costumávamos sempre colocar uma música quando eu a ajudava a fazer as tarefas domésticas e nos divertiámos bastante com isto.

As músicas dos anos 90 me deixam com nostalgia e por isto coloco uma desta época. Algumas vezes penso como seria a minha vida se tivesse nascido nos anos noventa, mas dizem que do destino não se foge.

Me ajoelho sobre o chão da sala e sem hesitar levo a esponja até o mesmo e começo por esfrega-lo enquanto ouço a música e acompanho a mesma. É impossível esquecer está canção, minha mãe costumava canta-la com frequência.

Enquanto limpo os cantos da casa coloco o café na máquina e o deixo pronto para os meus irmãos.

Passando-se alguns minutos vejo os mesmo prontos e lhes sirvo.

"Saberão chegar até o ônibus escolar?." questiono enquanto sirvo o café para o Pedro.

"Não entendo por quê sempre costuma nos acompanhar, acho isto ridículo, e a turma fica nos chamando de criancinhas por isto." pedro resmunga e da uma mordida da sua sanduíche.

"Estão pedindo para que eu não o faça?." pergunto e bebo um gole do café.

"Estaria nos fazendo um grande favor." Miguel se pronúncia.

"Bem, não sabia que era constrangedor para ambos." sorrio fraco.

"Estamos atrasados, acho melhor irmos." Miguel diz e se levanta.

"E o meu beijo de despedida?." digo para ambos.

"Isto não é uma despedida." miguel diz e me dá as costas entre passos.

"Parece que alguém acordou de péssima disposição." Pedro diz e instala um beijo na minha bochecha.

"E este papel costuma sempre ser seu." digo e aperto as suas bochechas.

"Até mais tarde Dayane." ele diz e segue o miguel.

"Não se esqueçam de..."

"Eu sei, pode deixar que hoje irei tomar conta dele." ele rola os olhos e fecha a porta.

Suspiro após perde-lòs de vista e novamente volto ao trabalho. Miguel provavelmente está bravo pelos últimos ocorridos, isto explica a sua mudança repentina. Penso que devo da-lo tempo. Eles jamais entenderiam a verdadeira razão de ter me torna numa prostituta.

Sei que ambos são crianças, mais eles não são ingénuos, e se apercebem do que faço diariamente.

Após certificar-me de deixar a casa impecável me dirijo ao banheiro aonde tomo um banho rápido.

Coloco um vestido florescente o mesmo que me recorda a minha mãe. Vestidos ombro a ombro e babados eram suas vestes favoritas, meu pai sempre costumava dizer que foi por isto que se apaixonou por ela, por sua doçura e ingenuidade.

Ele costumava dizer que ela era a garota mais doce e inteligente que havia conhecido, e pelo o que me lembro ambos conheceram-se em um parque, minha mãe costumava ler livros por lá em seu tempo livre.

Pela primeira vez encaro o meu reflexo no espelho e posso me ver com a aparência da minha mãe. Há anos que tenho ignorado isto, pelo fato de ter seguido um caminho diferente, ao contrário da minha mãe, eu não passo de uma simples prostituta, e por isto não me comparo a ela e muito menos permito que alguém diga que me pareço com ela.

Ignoro o fato de estar todos os dias convivendo com a mulher que os assassinou e isto não é digno de uma filha.

Normalmente eu devia me vingar pela sua morte.

Coloco a minha pequena bolsa no ombro após passar o gloss labial e me retiro da residência.

Ninguém jamais soube da verdadeira causa da morte dos meus pais. Úrsula tratou de se livrar dos seus corpos, e aquela foi a última noite que os vi.

Hoje decido pegar um ônibus, embora me sinta desconfortável nos mesmos. Os olhares direcionados a mim, é parte que mais me incomoda, e por isto evito os lugares públicos.
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A vigarista e o criminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora