Capítulo 13

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Apertei ainda mais o laço do meu robe. - Vou me trocar e já estou indo.
- Quê? - Taehyung pareceu despertar. - Indo aonde?
- Pra casa - , eu disse, sentindo-me exausta.
- Acho que você precisa de tempo pra digerir tudo isso.
Ele cruzou os braços. - Podemos fazer isso juntos.
- Acho que não. - Eu estava quase chorando. A tristeza era maior que a vergonha e a decepção.
- Não enquanto você continuar me olhando como se tivesse pena de mim.
- Não tenho sangue de barata, Nelly. Só não sendo humano para não se comover com essa história.
Os sentimentos que vinham se acumulando desde a hora do almoço extravasaram na forma de uma dor aguda no meu peito e uma onda de raiva e sinceridade. - Não quero que você sinta pena de mim!
Ele passou as duas mãos pelos cabelos. - Você quer o que então, porra?
- Você! Eu quero você.
- Isso você já tem. Quantas vezes preciso dizer?
- As palavras não significam merda nenhuma sem uma atitude pra comprovar o que elas dizem. Desde que nos conhecemos, você sente tesão por mim. Não conseguia nem me olhar sem mostrar claramente que queria acabar na cama comigo. E eu não estou vendo isso
agora, Taehyung. - Meus olhos faiscavam. - Esse olhar... morreu.
- Você não pode estar falando sério. - Ele me encarou como se eu tivesse dito o maior dos absurdos.
- Acho que você não entende o que seu desejo faz comigo. - Cruzei os braços, cobrindo meus seios. Estava me sentindo nua, e não no bom sentido. - Faz com que eu me sinta linda, poderosa e cheia de energia. Eu... não consigo nem pensar em continuar com você se esse desejo não existir mais.
- Nelly, eu... - Sua voz foi desaparecendo até silenciar. Sua expressão era carrancuda, distante. Ele estava com as mãos fechadas pendendo dos dois lados do corpo.
Afrouxei o laço do meu robe e fiquei totalmente nua. - Olhe pra mim, Taehyung. Pro meu corpo. É o mesmo corpo que você não queria largar ontem à noite. O mesmo corpo
que você estava tão desesperado para possuir que me levou para aquele maldito quarto de
hotel. Se não o quiser mais... se não conseguir mais se excitar olhando pra ele...
- Isto é excitação suficiente pra você? - Ele desamarrou o cordão da calça e exibiu sua intensa e pulsante ereção.
Avançamos um para o outro ao mesmo tempo. Nossas bocas se encontraram quando ele me levantou para que eu envolvesse seus quadris com minhas pernas. Ele cambaleou até o sofá e se jogou sobre ele, usando uma das mãos para absorver o peso combinado dos nossos corpos.
Abri bem minhas pernas, soluçando e quase sem fôlego, quando ele se ajoelhou no chão e começou a me lamber. Foi um gesto um tanto bruto e impaciente, sem a finesse habitual, e eu estava adorando. Gostei ainda mais quando ele se ergueu e meteu em mim sem cerimônia. Eu já estava toda molhada, e aquela sensação me fez expirar com força, então senti seu polegar no meu clitóris, em movimentos circulares que faziam meus quadris se remexerem sem parar.
- Isso - , gemi, arranhando com força suas costas. Aquela frieza toda havia sumido.
Ele tinha voltado a ser fogo puro. - Me fode, Taehyung. Me fode com força.
- Nelly. - Ele cobriu minha boca com a sua e agarrou meu cabelo, mantendo-me imóvel enquanto investia contra mim de novo e de novo, entrando cada vez mais fundo. Ele afastou o encosto de braço com o pé e veio sobre mim com toda a vontade, perseguindo seu orgasmo de maneira obstinada e feroz.
- Minha... minha... minha...
As pancadas ritmadas das suas bolas contra a curvatura da minha bunda e a veemência do seu mantra possessivo me deixaram cheia de tesão. Sentia um novo estímulo no meu corpo a cada pontada de dor. Sentia meu sexo ficar cada vez mais apertado conforme a excitação crescia.
Com um grunhido longo e gutural, ele começou a gozar, estremecendo dos pés à cabeça à medida que se esvaziava dentro de mim.
Eu o agarrei quando ele chegou ao clímax, acariciando suas costas, beijando seus
ombros.
- Espere aí - , ele disse asperamente, posicionando suas mãos por baixo de mim e me apertando contra ele.
Taehyung me levantou e depois me pôs em cima dele. Eu estava lubrificada pelo orgasmo dele, o que facilitou a tarefa de trazê-lo de volta para dentro de mim.
Ele afastou os cabelos que cobriam meu rosto com a mão, depois limpou minhas lágrimas de alívio. - Estou sempre pronto para você, sempre com tesão. Estou sempre morrendo de vontade. Se alguma coisa pudesse mudar isso, já teria sido feita antes de chegarmos a este ponto. Entendeu?
Agarrei seus pulsos com as mãos. - Sim.
- Agora mostre que você ainda me quer. - Seu rosto estava vermelho e suado, e os olhos, inebriados e turbulentos. - Preciso saber que perder o controle não significa perder
você também.
Tirei suas mãos do meu rosto e as levei aos meus seios. Quando ele os agarrou, lancei os braços nos seus ombros e comecei a remexer os quadris. Ele estava semiereto, mas logo endureceu quando comecei a rebolar. Seus dedos nos meus mamilos, apertando e fazendo movimentos circulares, provocaram ondas de prazer pelo meu corpo, um estímulo suave que chegava até as profundezas do meu ser. Quando ele me puxou mais para perto e abocanhou um dos meus peitos, gritei bem alto, ficando toda acesa e querendo mais.
Flexionei as coxas e me ergui no sofá. Fechei os olhos para me concentrar na sensação que ele produziu ao sair de dentro de mim; depois mordi o lábio ao senti-lo entrar novamente.
- Isso mesmo - , ele murmurou, lambendo meus seios até chegar ao outro mamilo, passando suavemente a língua pela pontinha dura e hipersensível. - Goza pra mim. Quero que você goze cavalgando meu pau.
Mexendo os quadris, desfrutei da sensação maravilhosa de tê-lo dentro de mim por
inteiro. Sem pudor e sem remorso, entrei em uma espécie de frenesi me movimentando
sobre seu pênis, ajustando a angulação do movimento para que sua ponta grossa se
esfregasse exatamente onde eu precisava.
- Taehyung - , sussurrei. - Ai, assim... que delícia...
- Você é tão linda. - Ele agarrou minha nuca com uma das mãos e minha cintura com a outra, arqueando os quadris para entrar ainda mais fundo. - Tão sexy. Vou gozar pra você de novo. É isso que você faz comigo, Nelly. Eu nunca me canso.
Estremeci ao sentir que meu corpo todo se enrijecia, assim como a gostosa tensão que surgiu a partir dos movimentos ritmados. Estava ofegante e quase fora de mim, remexendo os quadris sem parar. Levei a mão até o meio das pernas e massageei o clitóris
com os dedos, ansiosa pelo momento de chegar ao clímax.
Ele respirou fundo e jogou a cabeça para trás no encosto do sofá. Era possível ver suas veias saltando no pescoço esticado. - Você está prontinha pra gozar. Sua boceta está toda quentinha e apertadinha, toda gulosa.
Suas palavras e sua voz eram o que faltava. Gritei bem alto quando fui atingida pela primeira onda de tremor, depois senti o orgasmo se espalhar pelo meu corpo, sentindo meu sexo pulsar em torno da sólida ereção de Taehyung.
Com os dentes rangendo audivelmente, ele se manteve firme até as contrações diminuírem; depois ergueu meus quadris e me penetrou com força. Na terceira estocada profunda, ele gritou meu nome e soltou seu jorro quente, exterminando meus últimos medos
e questionamentos.


Não sei quanto tempo ficamos no sofá daquele jeito, grudados um no outro, com minha cabeça apoiada no seu ombro e suas mãos acariciando a curvatura das minhas costas.
Taehyung beijou minha cabeça e pediu: - Fique aqui.
- Vou ficar.
Ele me abraçou. - Você é tão corajosa, Nelly. Tão forte e sincera. Você é um milagre. Meu milagre.
- Um milagre da terapia moderna, talvez - , ironizei, passeando com os dedos por seus luxuriosos cabelos. - E, mesmo assim, fiquei perturbada demais durante um bom tempo, e ainda existem alguns gatilhos que não sei se consigo encarar.
- Minha nossa. A maneira como cheguei até você no começo... poderia ter arruinado tudo antes mesmo de começar. E aquilo lá no evento... - Ele se encolheu todo e enterrou a
cabeça no meu pescoço. - Nelly, não deixe que eu estrague tudo. Não permita que eu afaste
você de mim.
Levantei a cabeça em busca de seu rosto. Estava insuportavelmente lindo. Às vezes
era difícil olhar para ele. - Você não pode ficar repensando tudo o que já fez ou falou pra
mim por causa de Nathan. Isso só vai nos afastar. Vai acabar com a gente.
- Não me diga uma coisa dessas. Nem pense nisso.
Com os polegares, atenuei a expressão fechada de sua testa franzida. - Eu não devia ter contado. Seria melhor se você não soubesse.
Ele pegou minha mão e beijou meus dedos.
- Preciso saber de tudo, conhecer você nos mínimos detalhes, por dentro e por fora.
- Uma mulher precisa ter seus segredos - , provoquei.
- Comigo você não vai ter nenhum. - Ele me agarrou pelos cabelos e passou um dos braços pelos meus quadris, apertando-me, lembrando-me — como se fosse possível
esquecer — de que ele ainda estava dentro de mim. - E eu vou possuir você, Nelly. E vai ser
justo, porque você já me possuiu.
- E o que vamos fazer a respeito de seus segredos, Taehyung?
Seu rosto se transformou em uma máscara inexpressiva, com uma naturalidade tão grande que dava para perceber que aquilo era parte da natureza dele. - Recomecei do zero quando conheci você. Tudo o que eu pensava que era, tudo o que eu achava que precisava... - Ele balançou a cabeça. - Estamos descobrindo juntos quem eu sou. Você é a única pessoa que me conhece.
Mas eu não o conhecia. Não de verdade. Estava descobrindo as coisas aos poucos, passo a passo, mas em muitos aspectos ele era um mistério para mim.
- Nelly... Se você me disser exatamente o que quer... - Ele engoliu em seco. - Posso melhorar se você me der uma chance. Só não... não desista de mim.
Jesus. Como era fácil para ele me deixar com o coração na mão. Algumas palavras, um olhar de desespero e eu já estava entregue.
Acariciei seu rosto, seus cabelos, seus ombros. Ele era traumatizado como eu, mas o motivo ainda era desconhecido para mim. - Preciso que você faça uma coisa por mim, Taehyung.
- Qualquer coisa. É só pedir.
- Preciso que você me conte alguma coisa sobre você todos os dias. Alguma coisa pessoal, por mais insignificante que pareça. Preciso que você me prometa isso.
Taehyung me olhou desconfiado. - Pode ser o que eu quiser?
Concordei com a cabeça. Eu não me sentia muito segura fazendo aquilo, e não sabia ao certo o que queria extrair dele.
Ele bufou. - Certo.
Eu o beijei bem de levinho em sinal de agradecimento.
Roçando o nariz contra o meu, Taehyung perguntou: - Vamos sair pra jantar ou quer
pedir alguma coisa?
- Tem certeza de que é uma boa sairmos juntos?
- Quero mostrar pra todo mundo que você é minha namorada.
Não havia como recusar um convite daquele — não sabendo o avanço que aquilo representava para ele. Para nós dois, na verdade, já que nossa última saída como um casal havia sido um desastre. - Parece uma ideia bem romântica. E irresistível.
Seu sorriso de alegria foi minha recompensa, além do banho que tomamos juntos. Eu adorava aquele momento íntimo de lavar seu corpo, assim como adorava sentir suas mãos deslizando sobre o meu. Quando peguei sua mão e a pus entre as minhas pernas,
incentivando-o a enfiar os dedos em mim, vi o tão familiar e bem-vindo tesão no seu olhar
quando ele sentiu o que havia deixado lá dentro.
Ele me beijou e murmurou: - Minha.
Isso me incentivou a pegar seu pau com as duas mãos e sussurrar eu mesma um pronome possessivo.
Já no quarto, posicionei meu novo vestido preto na frente do corpo. - Foi você que
escolheu, Taehyung?
- Fui eu, sim. Gostou?
- É lindo. - Abri um sorriso. - Minha mãe falou que você tem muito bom gosto... a não ser pela preferência por morenas.
Ele olhou para mim e logo depois desapareceu
em seu closet gigantesco. - Que morenas?
- Ah, é assim que se fala.
- Abra a gaveta da direita, a de cima - , ele gritou lá de dentro.
Ele estava só querendo desviar a atenção de todas as morenas com quem tinha sido
fotografado — inclusive Magdalene?
Deixei o vestido na cama e abri a gaveta. Lá dentro havia dezenas de conjuntos de lingerie Carine Gilson, todos do meu tamanho, em uma enorme variedade de cores, além de cintas-ligas e meias de seda, tudo ainda na embalagem.
Olhei para Taehyung quando ele reapareceu segurando as roupas que ia vestir. - Então eu tenho um gaveta?
- Três na cômoda e duas no banheiro.
- Tae. - Eu sorri. - Abrir espaço na gaveta da cômoda é uma coisa que só se faz depois de alguns meses.
- Como é que eu ia saber? - Ele estendeu suas roupas sobre a cama. - Você já morou com outro homem além de Jimin?
Eu o fuzilei com o olhar. - Ter uma gaveta não é a mesma coisa que morar com alguém.
- Isso não responde à minha pergunta. - Ele andou na minha direção, tirou-me gentilmente do caminho e pegou uma cueca.
Pressentindo mais uma de suas mudanças de humor, respondi antes que ele se emburrasse.
- Não, nunca morei com nenhum outro homem.
Abaixando um pouco, Taehyung deu um beijo repentino na minha testa antes de voltar a se vestir. Ele parou no pé da cama, de costas para mim. - Quero que nosso relacionamento seja o mais marcante da sua vida.
- Já é. De longe. - Apertei a toalha contra o peito. - Chega a ser estranho, até. Nosso relacionamento virou uma coisa importante muito rápido. Talvez rápido demais. Fico o
tempo todo me perguntando se não é bom demais pra ser verdade.
Ele se virou e me encarou. - Talvez seja. E, se for, nós merecemos.
Fui até ele e me joguei em seus braços. Era ali que eu desejava poder ficar para sempre.
Ele deu um beijo na minha cabeça. - Não consigo suportar a ideia de que você queira que isto acabe. É o que você está fazendo, não? Pelo menos é o que parece.
- Desculpe.
- Precisamos fazer com que você deixe de se sentir insegura. - Ele passou os dedos pelos meus cabelos. - Como podemos fazer isso?
Hesitei por um momento, mas acabei dizendo o que queria. - Você faria terapia comigo?
Seus dedos pararam de se mover. Ele ficou em silêncio por um instante, respirando profundamente.
- Pelo menos pense a respeito - , sugeri. - Ou procure se informar melhor, saber como funciona.
- Estou me saindo tão mal assim? Na nossa relação? Só estou dando bola fora mesmo?
Eu me afastei um pouco, para poder olhar para ele. - Não, Taehyung. Você é perfeito. Pelo menos pra mim. Sou louca por você. Acho que você é...
Ele me beijou. - Tudo bem. Eu vou.
Naquele momento, senti que o amava. Loucamente. E no momento seguinte. E
durante toda a programação naquela noite, um jantar íntimo e maravilhoso no Masa. Só havia três mesas ocupadas no restaurante, e Taehyung foi cumprimentado pelo nome ao
chegar. A comida estava divina, e o vinho era tão caro que, se eu parasse para pensar a
respeito, teria até vergonha de beber. Taehyung era perigosamente carismático; seu charme era natural e sedutor.
Eu estava de ótimo humor, sentindo-me linda no vestido que ele havia escolhido para mim. Taehyung já sabia o que eu tinha de pior a revelar, e ainda estava comigo.
Seus dedos acariciavam meus ombros... desenhavam círculos na minha nuca...
desciam pelas minhas costas. Ele beijou minha têmpora e roçou a minha orelha com o nariz, tocando levemente minha pele sensível com a língua. Meu corpo inteiro vibrou em reação à sua presença. Meu desejo por ele era tão forte que até doía.
- Como você conheceu Jimin? - , ele perguntou enquanto dava um gole no seu vinho.
- Terapia de grupo - , segurei a mão dele para conter sua escalada pela minha perna, sorrindo diante da malícia que vi em seus olhos. - Meu pai é policial e ouviu falar de um terapeuta que fazia milagres com adolescentes rebeldes, e eu era uma. Jimin se tratava com o doutor Travis também.
- Fazia milagres, é? - Taehyung sorriu.
- O doutor Travis é um terapeuta bem diferente de qualquer outro que conheci. Seu consultório fica num ginásio de esportes que ele adaptou para sua prática. Ele tem uma política de portas abertas com ‘sua garotada’, e circular por ali era muito mais eficaz que deitar num divã. Além disso, com ele não tinha conversa fiada. E ele exigia que a sinceridade fosse uma via de duas mãos, caso contrário ficava furioso. Isso eu sempre gostei nele, o fato de se importar com os pacientes a ponto de se alterar.
- Você decidiu estudar na SDSU porque seu pai mora no sul da Califórnia?
Abri um sorriso irônico ao ouvir outra revelação de que ele tinha mais informações
do que eu havia revelado. - Você pesquisou muita coisa sobre mim?
- Tudo o que fui capaz de descobrir.
- E eu vou gostar de saber até que ponto você chegou?
Ele levou minha mão até sua boca e a beijou.
- Provavelmente não.
Balancei a cabeça, aflita. - Sim, foi por isso que fui estudar na SDSU. Eu não tive a chance de conviver com meu pai quando era menina. Além disso, minha mãe estava me sufocando.
- E você nunca conversou com seu pai sobre o que aconteceu?
- Não. - Girei a haste da taça de vinho entre os dedos. - Ele sabia que eu era uma menina revoltada e insegura, com problemas de autoestima, mas nunca soube sobre Nathan.
- Por que não?
- Por que nada vai mudar o que aconteceu. Nathan foi punido nos termos da lei. O pai dele pagou uma indenização altíssima pra reparar os danos que ele causou. A justiça foi feita.
- Discordo - , Taehyung falou num tom de voz gelado.
- O que mais você queria?
Ele deu um grande gole antes de responder.
- Algo inapropriado para falar durante o jantar.
- Ah. - Aquele comentário sinistro, combinado com seu olhar implacável, fez com que minha atenção se voltasse para a comida no prato. Não havia cardápio no Masa, apenas omakase, o que significava que cada porção era uma deliciosa surpresa, e a falta de movimento naquela noite fez com que sentíssemos que o lugar era só nosso.
Depois de um instante de silêncio, ele disse:
- Adoro ver você comer.
Olhei para ele. - O que você quer dizer com isso?
- Você come com gosto. E seus gemidinhos me deixam com tesão.
Acertei o ombro dele com o meu. - Pelo que você me falou antes, está sempre com tesão.
- Culpa sua - , ele sorriu, o que me fez sorrir também.
Taehyung comeu com ainda mais disposição que eu e nem se preocupou em examinar a conta astronômica.
Antes de sairmos, ele pôs seu paletó sobre meus ombros e disse: - Vamos à sua academia amanhã.
Eu o encarei. - A sua é melhor.
- Claro que é. Mas posso ir aonde você quiser.
- De preferência um lugar que não tenha instrutores prestativos chamados Daniel? - ,
perguntei num tom inocente.
Ele me olhou com uma expressão de surpresa e um leve sorriso sarcástico.
- Cuidado, baby. Se continuar tirando sarro da minha possessividade, vai ter retaliação.
Dessa vez, ele não ameaçou me bater. Taehyung teria percebido que misturar dor com sexo era uma questão delicadíssima para mim? Algo que me transportava para um estado
mental do qual eu queria distância?
No caminho de volta, aninhei-me junto a ele no banco traseiro do Bentley, com as pernas apoiadas sobre suas coxas e a cabeça sobre seu ombro. Fiquei pensando na maneira como a violência de Nathan havia afetado minha vida — minha vida sexual em particular.
Quantos desses fantasmas Taehyung e eu conseguiríamos exorcizar? Pelo arsenal de
apetrechos que havia na gaveta de seu quarto de hotel, estava claro que ele era muito mais
experiente e ousado que eu em termos sexuais. E o prazer que extraí de sua ferocidade na
nossa transa no sofá era uma prova de que ele podia fazer coisas comigo que ninguém mais
seria capaz.
- Confio em você - , sussurrei.
Ele me envolveu com força em seu abraço. E, com os lábios encostados nos meus cabelos, murmurou: - Nós fazemos bem um pro outro, Nelly.
Foi com essas palavras na minha mente que adormeci em seus braços mais tarde
naquela noite.

EM REVISÃO - All Yours (Toda Sua) Livro 01 [K.T.]Onde histórias criam vida. Descubra agora