Anniversary.

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— Ah...

Soltei um gemido de dor ao tentar abrir os olhos. Minha cabeça estava latejando, meus olhos ainda ardiam e sentia meu nariz ainda entupido. Após voltar para o quarto ontem – ainda chorando – deite-me com Ben e, abraçado a ele, chorei até pegar no sono.

Minha cabeça não só parecia que explodiria como também estava uma enorme bagunça. Não conseguia achar uma solução para tudo isso, não fazia ideia do que fazer, qual direção seguir. Nem como seguir.

Isso tudo era uma grande bosta, eu poderia simplesmente acordar um dia desses e me lembrar de tudo logo. Seria menos cansativo e doloroso!

Mesmo com os olhos fechados, passei a mão pela cama e senti Ben ao meu lado. Devagar, abri meus olhos e virei a cabeça. Meu baixinho estava ali, todo arreganhando na cama. Sorri com aquela imagem, era a melhor visão para se ter de manhã. Apoiei-me em meus cotovelos e estalei o pescoço duas vezes. Bocejando, sentei na cama e, após me espreguiçar, saí dela. Mas, acabo voltando para dar um beijo em meu filho.

Meu filho. Isso soava tão bem mesmo somente em minha mente. Tinha orgulho de saber que ele é meu filho, Ben é um excelente garoto. Além de super inteligente, é muito obediente e carinhoso. O filho que sempre quis, mesmo durante a adolescência.

Fui até o banheiro lavar o rosto, molhei a nuca e suspirei. Nem sabia que horas eram, mas, deve ser cedo, estava tudo quieto demais.

— Uh...

Mal saí do quarto e já bati de frente com alguém. Cambaleei um pouco para trás e olhei para ver quem quase me atropelou. Sam. Seu rosto amassado deixava claro que ele acabara de acordar, eu nem sabia que ele havia dormido aqui.

— Perdão, não vi você.

Desculpou-se sem jeito e arrumou seus cabelos desalinhados. Sorri para tranquilizá-lo e ele suspirou. Sam encarou-me fixamente, sabia que ele queria dizer algo, só queria que não fosse um sermão.

— Bom dia.

— Bom dia.

Ele desviou o olhar e continuamos em silêncio, aquilo já estava me incomodando.

— É – pigarreei e ergui o tronco, ele me olhou curioso. — Então... Você quer me dizer alguma coisa? Estou começando a ficar sem jeito de tanto que você me olha...

Confessei e ele pressionou os lábios. Sem graça, abaixou a cabeça e eu me controlei para não rir.

— Oh... Perdão. – Pediu timidamente e eu balancei a cabeça. — Eu já vou indo... Avisa o Esquilo quando ele acordar.

— Tudo bem.

— Tchau, Asas. – Acenei para ele que estava prestes a descer as escadas, mas parou sussurrando algo para si mesmo e grunhindo. — Droga!

— Algo errado?

— Não, não! – Ele respirou fundo e bagunçou os cabelos, acho que é quase um TOC dele. — Quer dizer, sim... – Voltou para perto de mim e olhou de relance para a porta do quarto de Ben. Dean estava ali. — Eu prometi que não me meteria, mas, talvez você não saiba o quanto está me doendo ver o meu irmão da forma que eu vi ontem e durante a noite quase toda.

Ouvi-lo dizer aquilo me deixou ainda pior do que estava antes. Eu fazia uma ideia de como estava sendo difícil, só não pensava que era tanto assim.

— Eu sei é tudo uma confusão para você, que você não gosta muito dele. – Entortou a boca e suspirou, olhando para baixo envergonhado. — Mas, Castiel, não é um pedido dele, é um pedido meu, tente ao menos conhecê-lo. Você não tem noção do quão maravilhoso meu irmão é! Não estou lhe dando uma ordem, muito pelo contrário. Ao menos dê uma chance para conhecê-lo de modo correto!

𝐒𝐭𝐮𝐩𝐢𝐝 𝐇𝐮𝐬𝐛𝐚𝐧𝐝                                             (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora