Dois dias se passaram... Dean continuou me evitando ao máximo, acredita? Eu quem deveria estar fazendo isso!
Afinal, eu perdi a memória, descobri estar casado com alguém que, supostamente, nunca suportei, tive um filho que meu marido gerou e eu não lembro, estava numa casa estranha, todas as pessoas que eu conhecia, hoje em dia estão casadas e completamente diferentes...
Por que ninguém se põe em meu lugar ao menos um pouco? Por que as pessoas não conseguem entender que eu estou com medo disso? Eu estou vivendo a minha vida como se fosse outra pessoa, é aterrorizante! A minha vida do presente é a minha do passado dentro de minha cabeça, como eu deveria me sentir? Todos falavam como se eu tivesse a obrigação de fingir que nada é confuso para mim e sair cantando "Oh Happu Day" por aí.
Eu sou um adolescente que, na verdade, não é adolescente mais!
O único lado bom em tudo, até hoje, sem sombra de dúvidas, é o Ben. Esse pequeno é incrível. Ele é tão inteligente, cativante, um amor de garoto; um filho exemplar. Ele nunca responde e sempre obedece quando lhe mandam fazer algo. Sem contar que temos nos divertido bastante. Quando ele voltava da escola, eu grudava nele como se minha vida dependesse disso. Somente com ele eu me sentia à vontade nesta casa.
Dean apenas observava de longe, eu sentia seus olhares e via seus sorrisos. Mesmo sem querer demonstrar, era nítido o quão feliz ele ficava ao ver Ben e eu interagindo. Acho que ele gosta disso. As únicas vezes em que o vi sorrir, foram nessas horas. Ou quando ele estava com Ben.
Mesmo sem notar, eu também o observava. Ele parecia cansado. Suas olheiras - antes invisíveis, hoje eram bolsas enormes e escuras embaixo de seus olhos. Dean parecia exausto, eu diria que ele não tem dormido bem pela noite. Mas, eu não fazia ideia se a culpa disso é minha ou de toda essa situação. Ou ambas as razões.
Em algumas vezes eu cheguei pensar se não seria melhor para ele eu ir morar com os meus pais logo de vez. Semana que vem eu farei exames para saber mais do que houve comigo e se isso tem volta. Mas, e se não tiver? Como nós viveremos assim?
Ele parecia estar sofrendo, enquanto eu continuava o odiando internamente, mesmo que um pouco menos. Não conseguia despertar outro sentimento por ele.
Ninguém consegue viver assim por muito tempo. Pensei que, em algum instante, ele ficaria exausto de minha frieza e partiria. E se ele decidir levar Ben consigo? Eu não aguentaria viver sem ele, não mais. Eu aprendi a amar esse garoto!
Meu filho.
Meu.
Rezava todos os dias para que, se caso ele decida ir, que deixe-o comigo.
Era tão confuso e estranho pensar nisso. Um filho. Eu tenho um filho e sou casado com o cara que eu odiei desde muito tempo. Isso é algum tipo de piadinha da vida? Que piadinha sem graça!
— Papa!
Voltei à realidade ao ouvir o chamado de Ben e suas puxadas frenéticas na barra da enorme camisa branca de basquete do Chicago Bulls que ele me fez usar. Dean também estava usando uma, de cor preta, assim como o próprio Ben. Dean disse que é tipo um ritual que costumamos fazer nos dias de jogo, ele contou que Sam viciou baixinho em basquete e, desde então, ele tentava nos fazer gostar também. Agora entendi o porquê de terem tantas coisas do Chicago Bulls espalhadas pela casa. É sério, no quarto do Ben tem vários acessórios do Bulls, como ele mesmo chama o time. Sem contar os diversos moletons deles que ficam jogados por aí...
-— Oi, Be. Me distraí um pouco aqui. – sorri sem jeito para ele e acariciei seus cabelos. Seus olhos acinzentados estavam mais brilhantes hoje. — O jogo começou?
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𝐒𝐭𝐮𝐩𝐢𝐝 𝐇𝐮𝐬𝐛𝐚𝐧𝐝 (Hiatus)
FanfictionO ódio é um sentimento que nos leva a cometer loucuras. Loucuras, essas, que podem acabar com tudo o que construímos com tanto amor e dedicação num estalar de dedos. Quando Castiel acordou naquela cama achando que seria mais um dia cotidiano de um a...