Wishes.

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Sabe aquela sensação de estar dormindo e sentindo tudo o que acontece ao seu redor?

Estou me sentindo assim.

Ouvi vozes e senti meu corpo se mover, como se estivesse saltando. Isto é efeito de alguma droga? Abri os olhos assustado, a possibilidade de eu estar drogado era alta, já que a minha vida deu uma volta sinistra.

— Papa!

Surgiu um gritinho e, logo em seguida, algo caiu em cima de mim. Conhecia esta voz e conhecia este cheiro de bebê. Antes eu odiava que me acordassem, ainda mais assim, gritando e pulando em cima de mim. Porém, agora, eu estava sorrindo. Mas, é ele, o pequeno encantador que me enche de alegria sem nem se esforçar. Não sei explicar, mas, parecia que a cada novo dia, um sentimento maior por ele crescia dentro de mim. Eu o amo, sei que sim, sinto isso. Meg disse que é meu instinto paterno. Mesmo não me lembrando das coisas, ainda assim, o reconheço como filho.

Talvez seja verdade.

— Bom dia pra você também, Be.

Finalmente abri os olhos por completo e olho para baixo. Ele estava com o queixo apoiado em minha barriga e seus joelhos apoiados ao lado do meu quadril. Ele sorriu ao me ver acordado e se arrastou para cima até que sua cabeça estivesse em meu colo.

— Bom dia, papa.

— Ben! Vem aqui. – Dean parecia irritado, o corpo de Ben enrijeceu sobre mim e, segundos depois, a porta foi aberta bruscamente. É, ele parece mesmo irritado ao julgar pela cara fechada e rosto vermelho. — Por que você saiu correndo, mocinho? Eu disse que não era para acordar o seu pai!

Ele repreendeu e o garoto escondeu o rostinho na curva entre meu ombro e pescoço. Sinto dó por ele, Dean soa assustador falando assim. Acariciei as costas do pequeno e beijei seus cabelos.

— Mas hoje é dia de dançar na chuva.

Ele falou abafado, pois sua boca estava pressionada em meu pescoço. Olhei curioso para Dean, ele passou as mãos pelo rosto e negou com a cabeça.

— Dia de quê?

Pergunto confuso. Seria isso um tipo de código ou programa em família?

— Dia de dançar na chuva. – Dean respondeu e veio até Ben e eu. Ele o segurou pela cintura e o puxou para cima, o pequeno tentou em vão se agarrar em mim. Pensei em pegá-lo e deixá-lo aqui, porém, ele estava rindo, parece estar gostando. Dean o apertou contra seu corpo e olho para ele, só então notei que o mesmo estava vestindo apenas uma cueca de algum desenho. — Você, senhorzinho, vai tomar banho. E, depois, nós vamos conversar sobre você me desobedecer.

— Não precisa brigar com ele também, ele é só uma criança!

Falei sem pensar e Dean me lançou um olhar que fez com que eu desejasse sumir dali naquele momento. Ele sustentou o olhar sério durante alguns segundos e, sem dizer nada, apenas pôs Ben no chão. O pequeno acenou para mim e saiu correndo do quarto.

— Ele é uma criança sim, Castiel, mas precisa saber que não pode desobedecer as pessoas. Então, não me repreenda na frente dele, porque ele vai achar que está certo e vai fazer sempre. A não ser que você queira uma criança mimada que te responde!

Ele estava completamente sério e com os braços cruzados. Senti-me como uma criança levando um esporro. Dean consegue assustar as pessoas quando fica assim.

— Desculpa...

Ele suspirou e seu rosto suavizou a expressão.

— Tudo bem, você ainda está se adaptando a tudo isso. – agora, ele estava apreensivo e mais calmo. Quase suspirei aliviado. Dean mandão é assustador demais. — Aliás, seria bom a madame levantar e tomar um banho também, ou iremos nos atrasar.

𝐒𝐭𝐮𝐩𝐢𝐝 𝐇𝐮𝐬𝐛𝐚𝐧𝐝                                             (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora