O paraíso é um céu colorido com as chamas do inferno
É bom se sentir livre e selvagem?
O paraíso é o jogo do faço ou morra
Eu só dirijo.Lana Del Ray- Forever Angels.
Desligo o despertador e vou me arrumar, apaguei sem nem perceber, foi ótimo dormir sem perturbações. Acabo de tomar banho, coloco uma calça jeans rasgada, blusa preta e meu all star.
Surpreendentemente meu pai está em casa, conversamos um pouco e eu saio para a escola, meu carro ainda está no concerto, sinto uma pontada no peito só de lembrar do meu bebê. Tenho que ir a pé para escola, Kathe está na casa da amiga, coloco meus fones e começo a andar.
Não ando muito e escuto alguém me chamar, olho para trás, Eric. Que merda de dia, apesar de ele ser um francês gato.
-Gatinha!- ele abre um sorriso presunçoso.
-Meu nome é Clarisse.- sinto toda a minha paciência se esvaindo.
-Não fica assim docinho, eu sei que você está feliz em me ver!- ele da um sorriso radiante.
Tá, ok. Não que eu esteja feliz, mas vamos combinar que é gato, e aquele beijo... Reparo que solto um suspiro e rapidamente tento disfarçar.
-Enfim, o que você quer?
-Eu vou estudar, estou indo para a escola.
-Ah, sério? Vou ter que te ver todo dia?!- bufo.
-Sim, mas não grita muito não, muita felicidade de manhã não faz bem.
Boto o fone e vou andando, como ele é ritante, parece uma criança!
Chego na escola e as pessoas ficam me encarando, odeio toda essa atenção. Fico com as meninas, elas não me perguntam muito o que aconteceu, e eu agradeço.
Jonanthan me encara a aula toda e Eric pega o número de todas as meninas, ele é rápido no gatilho. Evito no máximo esses dois, chega de problemas na minha vida, uma noite já foi mais que o suficiente, mas infelizmente eu não tenho sorte.
Entro na biblioteca, Jonanthan está lá, espero que ele não me veja, estou na torcida, mas isso falha fatalmente. Estou entrando na biblioteca, tento ser invisível, então assim que entro tudo cai. Esbarro na estante mais próxima, alguns livros caem, as coisas que estão na minha mão caem, eu caio. Eu sou uma jegue, todos olham para mim, acho que estou mais vermelha que meu cabelo, não que eu pinte o cabelo, ele é natural, assim como o meu dom de ser retardada.
Jonanthan vem em minha direção, e subitamente estou furiosa com minha idiotice.
-Não precisa me ajudar.- deixo minha voz firme.
-Larga a mão de ser grossa!- ele pega as coisas do chão.
Me levanto e pego minhas coisas da mão dele, sua mão é quente contra a minha fria, seus olhos me encaram, desvio, odeio que me olhem nos olhos.
-Obrigada.- sou seca como o deserto.
Ele vem atrás de mim.
-Eu te fiz alguma coisa?- ele para em minha frente.
-Você me beijou, e você age feito um louco, se não é!- ele bota a mão no meu rosto.
Tiro sua mão, ele me olha como se pedisse algo, seus olhos negros dizem algo, que eu não decifro, estou olhando para um louco, tudo nele me diz para correr, e uma parte quer ficar para ver onde isso acaba.
Me viro e saio sem falar nada, ouço ele dizer baixo:
-E ela não mudou nada...- ele suspira.
Continuo andando, seja lá o que ele quis dizer com isso não paro para tirar satisfações. Saio da biblioteca e esbarro em alguém, quem?
-Docinho de coco!- inferno.
-Não estou afim.- saio sem dizer maia nada.
Ele puxa meu braço, uma corrente elétrica percorre o meu corpo, o encaro. Seus olhos verdes percorrem todo o meu corpo e param em meus olhos, acho que estou hipnotizada, presa aos seus olhos. Encreca, é o que grita uma parte de mim. Gato pra caralho, é o que grita a outra parte. Me solto da sua mão, subitamente desperta do transe.
-O que você quer?- pergunto tentando não vacilar.
-Quer sair comigo?- ele sorri.
-Não.
Ele me encara por um tempo, ele parece estar meio confuso.
-Ah- uma pausa.-, beleza.
Ele sai de perto de mim, me sinto mais gelada que nunca, Molly está me encarando. Quem é Molly?
A pior de toda as patricinhas operadas, ela é o pior cão do inferno, a pior das piores, e ela está vindo em minha direção. Merda!
-Tira o olho do Eric!- ela solta veneno.
-Ou o que?- solto um risinho.
-Quer que eu te lembre de tudo, querida?- com isso ela sai.
Meu sangue ferve, quero socar o seu nariz até todo o sangue dela se esvair.
Vou para o banheiro, de repente me lembro de tudo, desde o começo.
Eu era a rainha da escola, sim, eu era uma patricinha, Molly não chegava nem perto dos meus pés. Eu era a garota que todos os caras queria comer, e que todas as garotas queriam ser. E claro, eu namorava o Jason, ele era O Deus Grego.
Eu não era operada, tudo meu era natural, e Molly odiava o fato de eu ser perfeita. Eu era o centro de Ellicott, mas ai eu descobri que Jason estava comendo a Molly, eu vi com meus próprios olhos. Para mim aquilo foi o meu fim, isso tudo aconteceu ano retrasado, desde esse dia eu mudei, Molly subornou todos e agora é ela que manda.
Me olho no espelho, eu ainda sou Clarisse Gasperi, e eu não nego um desafio. Mando uma mensagem para Savannah pedindo para ela ir me encontrar no banheiro, quando ela chega pego sua maquiagem. Passo um lápis para realçar o azul dos meus olhos, passo um batom e arrumo o cabelo.
-Ela voltou!- exclama ela toda animada.
Abro um sorriso e saio do banheiro, mas do que nunca as pessoas me olham, vou até o refeitório, Eric está sentado na mesa da Molly. Ótimo.
Todos estão olhando para mim, menos o pessoal da mesa.
Chego e apoio minhas mãos na mesa, me empino um pouco. Todos olham para mim.
-Não acredito!- Eric solta.
As meninas rapidamente se afastam, Molly me lança um olhar fatal. Abro um sorriso quando falo:
-Eric querido, eu aceito a sair com você!- falo docimente, todos arregalam os olhos.
-Ah docinho de coco!- ele sorri como nunca.
O refeitório está quieto, Molly me lança um único olhar e ele diz:
Morra!
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A Queda dos Céus
ParanormalE se tudo fosse verdade, todas as histórias de anjos e demônios? Agora pense nisso tudo e acrescente o fato de você estar nesse meio, você surtaria certo? Acho que estou surtanto, porquê? Porque estou no meio de uma batalha em que tudo depende de mi...