Capítulo 23

63 5 1
                                    

Se você sabe um pouco sobre biologia, um filho não se parecer com um pai não quer dizer muita coisa. Jesse era praticamente a versão mini de Jay e por mais que fisicamente Maya não parecesse com o pai, ela tinha os trejeitos do homem. O jeitinho de ficar brava, a maneira que sorria. Erin nunca parou para pensar o porque da filha de seu namorado não ser parecida fisicamente com o pai dela. Jesse era a versão de Jay, talvez ela fosse a versão da mãe.

Lindsay era parecida com sua mãe Bunny. Não muito, mais ela tinha traços semelhantes e ela herdou as covinhas de sua mãe. Pelo menos ela pensava isso, até conhecer Hank Voight. Ela se parecia com ele. Ele também tinha convinhas, ela tinha o queixo e o sorriso dele. Erin sabia que era uma mistura de seus pais.

Sam não era parecida com Erin e nem com Bunny, então só restava ela se parecer com o pai biológico, então nunca teve realmente um motivo para Lindsay pensar sobre isso, não até ouvir de Jay, que ele não era o pai de Maya.

- Quer dizer, ela é minha filha. - Jay afirma. - Não biológica, mas minha! - ele diz com convicção, ele nunca teve dúvidas disso. - É... - ele a encara. - Eu cuido dela. Sei que ela ama minhas panquecas, a cor favorita dela é rosa e roxo, seu bichinho de pelúcia favorito é o fuffly porque ela ama unicórnios. Sei que ela não fala, mas eu faço penteados tortos no cabelo dela. Que quando ela fica brava ela franze a testa e faz biquinho parecendo mais fofa do que brava. Sei que ela ama dançar e ama o irmão dela. Eu a conheço, cada parte dela, porque ela é minha filha. - ele diz isso e parecia que ele estava tentando convencer ela de que isso era verdade, mesmo vendo nos olhos dela que não era necessário, então se isso não era suficiente, seu toque deveria ser.

Erin põe a mão sobre a perna dele e aperta suavemente em conforto. Ela o encara, ela sabia que Jay era o pai. Não importa que não sanguíneo. Ela fica em silêncio e deixa que ele leve seu tempo para contar tudo a ela.

- Eu não soube até os três anos de vida dela. - ele começa. Ele confiava em Lindsay e ele já sabia que a queria em sua vida, ela era tão sincera quando se tratava dele e de seus filhos, que se abrir para ela sobre a pior fase de sua vida, era um passo que ele estava pronto para dar. - Eu estava em NY, dormindo por aí com qualquer mulher que aparecia na minha frente. - ele evita os olhos dela. - Foi assim que acabei conhecendo Hailey, a mãe das crianças. Ela era garçonete do bar que eu frequentava e ficamos umas duas vezes e duas semanas depois, ela me disse que estava grávida. - ele a encara. - Ela era uma mulher legal, conversávamos as vezes, não tínhamos nenhum relacionamento e eu sempre usei proteção, mas ainda sim eu sabia que não era sempre cuidadoso. Quando ela disse que teria um filho meu, eu sabia que não queria ser como meu pai. Aquele bebê seria amado, teria tudo que ele merecia e eu cuidaria dele, não importa o que, ele seria protegido. - ele diz olhando no fundo dos olhos de Erin.

Erin não diz nada, ela apenas sorri. Ela sabia que ele estava falando de Maya. Ela não sabia sobre nada, mas hoje, 7 anos anos depois, ela sabe que ele cumpriria a promessa eternamente, ele vinha cumprindo com maestria. Isso a leva para o seu passado, mas ela não se deixa levar, não era sobre ela, era sobre Jay.

- Quando Maya nasceu, Hailey teve alguns problemas e adoeceu, ela parou de amamentar Maya e foi quando elas duas vieram morar comigo. Nós não nos amávamos, mas acho que como éramos só nós dois com um bebê, acabou acontecendo. Nós nos casamos para que ela pudesse ter acesso ao meu convênio médico e quando Maya fez 3 meses, Hailey quis voltar a trabalhar de garçonete. Eu não concordava com isso, mas eu não a impedi. - Jay bebe sua bebida, sua mente voltando ao passado que ele pagaria para esquecer. - Quando Maya estava com dois anos, tive que fazer minha terceira turnê. Eu não queria ir, não queria ser um péssimo pai, queria estar presente para a minha filha, até porque eu preferia cuidar dela do que deixar que Hailey o fizesse. Ela não era uma má mãe naquela época, mas ela não tinha muita paciência, mas eu não tive escolha. Tive que ir em missão para o Afeganistão.

Linstead - Corações QuebradosWhere stories live. Discover now