Capítulo 57

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Samantha e Jay finalmente estavam de volta ao hospital e descobriram que Erin entraria em breve para a segunda cirurgia. Eles foram informados que não poderiam vê-la antes disso. Não importa o quanto eles achassem injusto, era o que era e isso era protocolo médico, eles sabiam que por pior que tudo isso fosse, ainda era para a segurança de Erin e que eles não seriam proibidos se não tivessem motivos para isso.

Eles estavam esperando na sala de espera, estavam aflitos, mas também estavam aliviados de que ela não teve nenhuma piora nem mesmo uma infecção da cirurgia anterior nesse tempo que ficaram fora e então, agora eles apenas tinham que esperar e orar para que essa desse tudo certo também.

Ela não teve nenhuma melhora, mas também não teve piora, o estado dela era grave, mas ela se manteve estável desde o momento que saiu da cirurgia. Eles esperavam que tivesse melhoras após a segunda.

- Eu odeio isso. - Sam diz e começa a andar pela sala.

- Eu sei. - diz Jay sentado, ele não queria se sentar, mas sabia que se ficasse em pé ele iria começar a ficar irritado. No entanto, a ansiedade era notável devido a maneira que a perna dele estava balançando. Ele a observa, ela também está nervosa.

- Você já esteve com ela no hospital? - Sam pergunta.

- O que? - ele não escutou a pergunta direito ou talvez só não tenha entendido.

- Ela já teve que vir parar no hospital depois que vocês começaram a trabalhar juntos? - Sam questiona.

- Uma vez, mas porque ela é teimosa, um homem a derrubou e eu fiquei preocupado e a fiz vir, mas fora isso nunca. - ele diz continuando sua observação, ele sente que tem algo por trás dessa pergunta.

- Ela nunca me contou...

- Não foi nada, eu estava preocupado e pedi para que ela viesse, não tinha o que contar...

- Não... as vezes que ela vinha para o hospital nos últimos doze anos, ela nunca me contou. - ela diz e o encara.

- Como você pode ter certeza disso? - questiona Jay, sentando mais na ponta da cadeira e agora sua perna parou de balançar, e ele deixou os cotovelos se apoiarem em sua coxa e ele olha para Sam que também parou de andar e está olhando para ele.

- Ela nunca me disse, nem uma vez se quer que ela se machucou a ponto de ter que vir para o hospital. - ela repete. - Eu ouvi você falando sobre não contar para as crianças, que não queria que eles se preocupassem porque eles não entenderiam a situação dela, eles iriam perguntar somente se ela ia viver ou morrer e você não pode dar certeza.

- Sam...

- Isso é difícil para mim, muito difícil. - ela funga e respira fundo. - É difícil ficar nessa droga de sala esperando pela cirurgia dela terminar e ainda sim nem saber se vai dar tudo certo. - ela diz a última frase com muita raiva, não de Jay, não de Lindsay e nem dos médicos, ela não poderia culpar nenhum deles, ela só estava com raiva das circunstâncias. - Eu tenho 21 anos, então imaginei que seria realmente difícil para as crianças assimilarem tudo, e então eu pensei "nossa, que sorte a minha, ela nunca sequer teve um arranhãozinho nela, nada". - ela funga e sorri dando de ombros. - Só que quando você disse que não queria que seus filhos soubessem eu lembrei de todas as vezes em que eu dormi na casa de uma amiga, em dias aleatórios e que não era planejado. Tudo bem, algumas vezes podem ter sido casos até mais tarde, algum encontro... mas teve vezes que foram dias seguidos e quando eu voltava para casa ela tinha algum machucado ou andava estranho e ela sempre dizia que caiu de mal jeito. - Sam diz e Jay se preocupa.

- Sam, eu acho que...

- Não... - ela o interrompe de novo. - Eu queria ficar com raiva, pensar que talvez ela não confiasse o suficiente em mim, mas sei que não é isso. - ela o encara novamente, limpa o rosto e sorri. - Sei que ela queria me poupar de ter medo ou trauma, de que eu ficasse assustada demais e eu não me lembro de todas as vezes, da gravidade de cada um e nem do tempo que ela sumia, mas eu lembro da frase que ela sempre falava para mim quando voltava para casa. Eu não entendia tanto igual eu entendo agora. Ela chegava e quando eu perguntava para ela o que tinha acontecido, ela se sentava do meu lado e dizia "Não importa, a única coisa que importa e que eu quero que você saiba é que aconteça o que acontecer, eu sempre, sempre vou voltar para você." - as lágrimas de Sam caem, doeu lembrar disso, mas foi bom saber que ela cumpriu as palavras dela. - Eu sei que ninguém pode prometer isso, sei que a vida é completamente imprevisível, mas ela me prometeu, ela disse que sempre voltaria por mim e ela voltou todas as vezes e eu sei que ela vai voltar para mim agora, porque além de ter que cumprir essa promessa para mim, ela tem que cumprir para três pessoas a mais e isso tem que significar alguma coisa. - as lágrimas correm sem controle e é quando Jay se levanta.

Linstead - Corações QuebradosWhere stories live. Discover now