• alguém novo •

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No outro dia no colégio, o clima estava surreal de mais estranho do que um dia pudera ser. Asahi sentia todos olharem para ele, como se acabasse de ganhar a partida de vôlei mais importante de sua vida e o troféu era Karin ao seu lado, agarrada no seu braço, sorrindo como se fosse uma celebridade chegando no tapete vermelho.

O Ace, em contrapartida, jamais se sentira tão desconfortável em sua vida, já que nunca foi do seu feitio ser o centro das atenções. Pelo contrário, ele sempre evitara que as pessoas o notassem, porque assim podia lidar o menos possível com elas, bem como, com as suas inseguranças.

Quando adentrou o corredor das salas, Karin o puxou e deu um selinho longo de despedida no mais alto, que não sabia onde enfiar a cara por todos estarem vendo aquilo, mas sua reação mais assustada foi quando abriu o olho do pequeno beijo e viu quem observava a cena sem esbanjar emoção alguma na face.

Olivia naquele dia estava especialmente exausta, pois não conseguira dormir muito bem, pensando naquele que acabara de presenciar beijando a loira que fazia parte do clube de cheerleaders. Não era a cena que a mesma esperava ver logo de manhã, após uma noite mal dormida refletindo sobre aquilo, mas não podia fazer nada, pois o problema era dela.

A garota esperou a loira afastar-se junto as amigas, voltando o olhar para o mais alto de cabelos castanhos amarrados daquela maneira mais solta. Achava incrível como ele conseguia ficar lindo pela manhã, principalmente após uma noite animada, já que estava se achando um caco naquele dia, com olheiras arroxeadas, fundas e os cabelos presos semelhantes ao dele, mas com muitos fios fora do lugar.

Já que seus olhares não se afastavam um do outro, resolveu falar com o mesmo, pois ela havia "estruído" ao que fazer na primeira noite com Karin, apesar de ter sido apenas uma desculpa para tocá-lo. Asahi, no entanto, estava quase tendo um ataque de pânico, sentia vergonha por tê-la imaginado de todas as formas e posições possíveis enquanto esteve com outra na cama, principalmente após a mesma tê-lo ignorado depois do que ocorrera no parque.

O Ace não poderia achá-la mais linda. Cada traço parecia ter sido perfeitamente desenhado e a simplicidade na feição sonolenta, junto aos cabelos num coque desleixado a deixavam ainda mais sexy. Poderia vê-la daquela forma e de todas as formas todos dias, mas ela jamais o olharia assim, como pensava.

Quando finalmente estavam de frente um para o outro, Olivia se encostou de lado na parede, mas não conseguiu proferir uma palavra sequer. Pelo contrário, estava completamente sem saber o que dizer. Asahi, que esperava a atitude da garota que era mais destemida que ele desde sempre, não conseguia dizer nada, pela vergonha que sentia.

Se olharam, na expectativa de decifrar o que os olhos de cada um transpareciam. Se o Azumane fosse um pouco melhor em interpretar situações, diria que os orbes dela diziam que estava cansada, decepcionada, temerosa e triste... Entretanto, aquilo não poderia ser por ele, já que estava ali, agindo como se nada tivesse acontecido.

Olivia realmente temia, pois não sabia o que perguntar, mas estava ridiculamente curiosa para saber até onde chegaram, se ele havia gostado, apesar de a resposta ser bem óbvia, já que ele e a loira haviam chegado juntos na escola e estavam demonstrando afeto em público a torto e a direita.

A morena ao observar que a conversa não sairia do lugar, resolveu sair logo dali, deixando Asahi, que estava de frente a mesma ainda mais nervoso, mas na cabeça dele, entendia muito bem as razões dela fazer aquilo. Provavelmente estava envergonhada dele ter passado do limite consigo, quando a mesma só queria "ensiná-lo", fazendo com que se sentisse péssimo por ter desejado tanto aquilo, como desejava neste exato momento.

Em passos apressados, com a respiração pesada, Olivia adentrou a sua sala de aula. Realmente estava ansiosa ao ponto de não conseguir falar?

O pior, o olhar de Asahi parecia dolorido ao vê-la, como se fosse um incômodo tê-la por perto. Aquilo não poderia ser mais doloroso para a mesma, já que cada vez mais percebia que ele jamais sentiria o mesmo que ela.

𝑴𝑬 𝑬𝑵𝑺𝑰𝑵𝑬. - 𝑨𝒔𝒂𝒉𝒊 𝑨𝒛𝒖𝒎𝒂𝒏𝒆.Onde histórias criam vida. Descubra agora