Interlude • Zayn Malik

twelve

// HAYDEN //

Leon já tinha enfrentado gente pior. The Lions já enfrentaram piores. Leon não teve pena ao atirar na perna de Dave, que caiu aos gritos enquanto eu corria até os braços de Zayn.

Leon tinha aparecido por trás, onde Dave não tinha conseguido o ver, por isso o tiro foi tão certeiro.

Eu finalmente respirei. Zayn me abraçava forte e checava o meu corpo inteiro com as mãos, tendo certeza de que não tinha nenhum machucado maior sem ser um pequeno corte na minha testa.

- Me desculpa! Meu Deus, me desculpa te colocar nisso, Hayden! - mesmo com a voz abafada de Zayn no meu ouvido, só de poder ouvi-lo já foi um alívio gigante. A paz que eu precisava de novo.

- Zee, para com isso! Não foi sua culpa! Agora... - olhei rapidamente pro lado, onde os homens arrastavam Dave sem dó até o carro - Alaia, eu preciso da minha filha!

——

Foi como nascer de novo. Foi como reviver o dia em que Alaia nasceu. Abraçar minha filha novamente foi a coisa mais significativa que me aconteceu em tempos.

- Mamãe! - ela gargalhou de um jeitinho gostoso, com seus bracinhos ao meu redor.

Eu já estava em casa, mas nada parecia certo ainda. A paz que Alaia me trouxe, nada no mundo me traria, mas tudo ainda estava muito pesado. Zayn me olhava apreensivo e com um olhar magoado, como se ainda fosse culpado por tudo. Nossos olhares conversaram e era claro: o mais importante ainda não tinha acontecido

DUAS SEMANAS DEPOIS...

O sol batia em meu rosto, mas o vento estava gelado. Vi Alondra de longe com Hoax, o cavalo. O lugar era lindo. Zayn segurava Alaia no colo, que pedia pra ele andar logo, pois queria ver se tinha outros animais pela fazenda. Demos um riso fraco, e ele me olhou de maneira significativa, como se estivesse me dando força pra ir até a garota que tinha precisado de duas semanas pra colocar a cabeça no lugar.

Alguém de fora que não entende nada do que aconteceu diria que Alondra surtou, mas eu digo que foi só ela sendo humana e sentindo a dor por tudo o que lhe aconteceu. Os pais dela fizeram de tudo e contrataram uma psicóloga particular às pressas que a acompanhou na fazenda que era de amigos da família. A garota mantinha a concentração no cavalo, onde ela fazia carinho no mesmo com muita paixão. Por um segundo, eu me vi ali. Tudo o que eu queria e buscava anos atrás era um conforto.

Fui cínica e cética por um tempão, daquele jeito de quem não acredita em energias e vibrações. Anos atrás, se fosse eu ali, pensaria "que raio vou eu fazer, ficar em pé junto a um cavalo durante duas semanas?", mas eu já sabia que aquilo - equoterapia, um método terapêutico que recorre a animais - foi o que ajudou Alondra durante essas duas semanas. Sua psicóloga fez um ótimo trabalho, era o que todos estavam dizendo.

- Alondra! - a chamei com carinho, e a garota levou um breve susto, mas abriu um grande sorriso ao me ver e correu em minha direção, me dando um abraço gostoso.

- Que saudade, Hayds! Parece que foi um ano!

- Eu também estava com saudades! Como você tá??? Me conta tudo! - questionei animada, ansiosa pra ouvir cada palavrinha da garota.

- Aquele é o Hoax - ela apontou pro cavalo - Mas disso você já sabe, né? - rimos juntas - Mas eu estou bem. Claro que foi muito pra processar e ainda tem muito a se fazer, mas eu tenho sorte, Hayds. Tenho toda essa rede de apoio e muitas mulheres não tem, então... Eu me sinto feliz por isso. - ela suspirou numa espécie de alívio - Quando cheguei, a psicóloga me propôs uma coisa com o cavalo. Foi um negócio pra fazer o Hoax confiar em mim num período de cinco minutos, por aí. Fiz o que ela pediu e o cavalo veio pra perto de mim e passou o dia todo comigo, como se sentisse seguro comigo. Foi a experiência mais doida e confortável que já tive, aí comecei a me preocupar mais com a aprovação dele do que com a de qualquer outra pessoa.