Trouble

7-O que esconde minha garota?

 Escute com a música

Begin Again- Taylor Swift

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  P.O.V. Isa:  Quando acordei na manhã seguinte, só havia eu no quarto, e uma pequena pilha de roupas que logo reconheci, me levantei e vesti meu roupão que estava na cadeira. Vi no relógio que já se passava das 10h 40m, a Madu não estava em casa e Rafael estava na cozinha preparando algo para o café da manhã, ele parecia ter acordado por agora, na mesa ainda tinha restos do jantar e copos pela metade. Ele se virou e me encarou, eu percebi tristeza em seus lindos olhos, ele estava chorando, ainda dava pra ver seu rosto avermelhado e algumas lágrimas perdida em sua face, ele disfarçou com um sorriso a dor que sentia, mas era tão visível que não pude evitar em perguntar: 

   - O que foi?  

  Ele não me respondeu com palavras, apenas desviou o olhar até o quarto que até ontem tinha alguém e hoje cedo já estava vazio, ele então pegou um papel no bolso da calça e me entregou, estava escrito em letras rabiscadas uma mensagem que não era pra ser lida por mim, eu comecei a ler "Não posso mais..." e logo parei sabia que aquele bilhete se tratava pois vi nos olhos daquela linda moça o que o coração sentia. 

   - E o que você tem a dizer?  

   Eu disse, sabia que ele não seria capaz de me dizer o que sentia pela jovem, mas eu sabia que ele não chorava a toa, sabia que seus pensamentos confusos se tratavam, ele me amava eu sabia disso sem duvida nenhuma, mas aquele grande coração era capaz de tantas loucuras eu só sabia dizer: 

   - Vai, procure-a 

   P.O.V. Madu: Eu já caminhava a algum tempo, senti o peso da mochila em minhas costas, e o peso das lágrimas a cair de meus olhos, não tinha ideia pra onde, não tinha lugar para ficar, mas eu percebi que ficar ali naquela casa junto com os dois só me machucava. Estava perdida no centro da cidade, um calor humano, centenas de pessoas e carros passando, indo para seus destinos, seguindo seu caminho, eu gostava de observar quando mais nova, os carros passando e as pessoas, todas tão diferentes, lembro que encontrei numa dessas ruas movimentadas, por acidente, meu namorado, quer dizer ex. Não vai ser fácil me acostumar com isso, não ter aquele que acreditei ser dono do meu coração, duvido do amor, do que pode ser, porque acho que nunca amei alguém, talvez tenha amado, mas nunca correspondida. Embarcando em meus pensamentos, sozinha no meio da multidão, senti algo sair do lugar, não podia piorar.  

   - Passa a bolsa agora! - Disse um cara com o rosto tapado com uma blusa e um tipo de faca em uma das mãos. 

   Eu não podia revidar, o que um louco armado poderia fazer, bem eu já estava na pior mesmo, perder minha bolsa não seria nada tão ruim, mas lembrei de algo que não poderia ser roubado ou violado nunca, algo mais precioso pra mim do que qualquer joia, celular de marca, ou coisas materiais, aquele meu caderno azul, ele tinha tudo sobre mim, toda a minha história, sobre minha família, amigos, relacionamentos e outras coisas do que possa ser imaginado.  

   - Você pode levar, mas por Deus me deixe ficar com meu caderno! 

   - O caderno? Deve estar brincando! 

   - É só um caderno, é muito importante, pode levar tudo, mas deixe o caderno! 

   - Ta né!

   Ele disse e jogou o caderno que estava em um bolso externo, logo correu com a bolsa, já havia perdido tudo, estava no meio da 25 de março, sem dinheiro, bolsa, sem lugar pra onde ir, minha sorte é que pelo menos os documentos sempre andavam comigo então eu poderia ser alguém em algum lugar.