12-Por onde eu começo?

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Re-ve-la-ções 

Aguenta coração

 —————————————————————————————————————————————————-  P.O.V. Madu: Eu acordei tarde, tudo que aconteceu, foi muito confuso pra minha cabeça, eu estava com medo que o Rafael tivesse feito aquilo só porque também estava confuso, bêbado, ou louco. Ao me levantar percebi que algumas manchas em meu corpo podiam ser visíveis e eu tinha medo se por acaso ele perguntasse por elas, eu poderia mentir, falar que não era nada demais, mas eu não podia mentir pra ele, eu confiava tanto nele que não conseguiria mentir sobre isso. Vesti um roupão que estava na cadeira, analisei o quarto bagunçado e consegui ver algumas roupas totalmente destruídas no chão. Sai do quarto ele estava sentado vendo alguma coisa no celular, mas logo me notou.

  - Ei Madu, bom dia!

  - Oi Rafa, olha precisamos...

  - Nada de conversa, eu sei sobre quer falar, e se não for pra elogiar como eu beijo bem não aceito comentários - Ele olhou sério, mas logo deu uma risada.

  - Rafa é sério eu quero falar com você.

  - Então eu quero perguntar uma coisa antes.

  - Pode perguntar.

  - Madu eu bebi além da conta, sim eu sei, nós ficamos juntos, isso eu também sei, foi fantástico, não me pergunte se eu me sinto culpado porque não me sinto, mas só me diga, eu te machuquei Madu? Me perdoe se eu fiz isso, me diga, isso, essas marcas em seu corpo, não foi eu foi?

  - Não, não foi, eu sei que você nunca faria isso.

  - Então meu anjo, quem foi que fez isso com você?

  - É uma longa história.

  - Eu estou te ouvindo - Ele largou o celular e me pediu que sentasse ao seu lado.

  - Por onde eu começo?

  - Por onde preferir, mas por favor me conte, tudo.

  - Há uns dois anos atrás - respirei fundo e coloquei a cabeça em seu colo - Eu tinha um namorado, Victor, seu nome, eu o amava tanto, eu confiava tanto nele, ele era uma boa pessoa, era tão atencioso, tão responsável. Só que um dia, o irmão dele fez com que ele experimentasse coisas novas, coisa péssimas, bebidas, drogas, todos os tipos, no começo eu não me importei, eu achava que estava tudo bem, até que ele saiu em uma noite e voltou completamente diferente, ele estava completamente diferente, ele era frio comigo, e as pouquíssimas vezes que era amoroso, rapidamente virava outro, ele queria que eu fizesse o que ele quisesse ou ele me batia, as vezes eu fazia tudo e ainda assim ele me estapeava, me chutava. - Eu precisei parar, já não conseguia falar, mas ele me abraçou e me pôs em seu colo, acariciou meus cabelos enquanto eu retomava - Eu morava com meus pais, mas eu estava completamente cega, e antes que eu pudesse fugir daquilo tudo eu havia me mudado com o Victor pra uma cidade pequena. Quando eu já tinha visto que a situação estava apenas piorando, eu busquei ajuda a um amigo, Gustavo, meu ex, ele me ajudou a fugir do Victor, ele me fez voltar a sorrir, mas ele também conhecia o Victor, então na primeira vez que tentei fugir ele disse pra ele, e ele... - Eu chorava como uma criança naquele momento.

  - Madu, pode parar um pouco se quiser.

  - Não, não, espere, eu consigo. Ele me bateu, e essas machas são disso, mas elas vão passar, essa dor vai parar. Depois eu consegui sair da cidade, enquanto ele ficava em algum lugar com drogas e outras pessoas. Eu tinha que confiar no Gustavo porque só ele poderia me tirar dali, então ele me prometeu que não contaria nada, ele veio pra São Paulo uns dias antes e eu vim depois, e foi naquele dia que te conheci.

  - Meu Deus, eu não sei o que falar.

  - Eu tenho que agradecer a você.

  - Pelo que?

  - Por me receber aqui.

  - Não tem que me agradecer, foi a melhor coisa que eu fiz em minha vida. -Ele beijou minha testa e me abraçou.- Madu eu não sei se disse, talvez não tenha dado tempo.

  - O que?

  - Pode parecer que estou confuso, e em muitas coisas eu sou mesmo, mas não em dizer que eu... eu é.

  - Tudo bem, não precisa falar, foi rápido demais pra ser decidido algo.

  - Mas você...

  - Sim, eu amo você, e eu prendi isso porque não sabia se era só mais uma ilusão ou coisa da minha cabeça, mas Rafa eu fui quase embora por você e voltei por você também.

  - Como assim?

  - Eu poderia ter ido, as vezes passa na minha cabeça, seria melhor, eu quase fui por que eu não queria que você perdesse ela, eu não queria estragar o amor de vocês, e eu...

  - Madu para, você não estragou nada.

  - Claro que sim Rafa, me desculpa, me desculpa - Sai de seu colo e voltei para meu quarto, com lagrimas no rosto, era muita emoção para um dia só.

  - Madu, espera, você não... idiota -

  Eu o ouvi falar sozinho enquanto batia na porta do quarto, eu poderia abrir, me levantar e abraça-lo, mas era impossível, minha cabeça girava tão rapidamente que eu não conseguiria parar em pé, era muita coisa pra minha cabeça.

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Espero que tenham gostado, eu realmente não sei onde essa história vai parar, mas as ideias não param de surgir agora.

Deixe ai seu voto, um comentário, e até mais tarde ou amanhã ou quando der.

Beijoquinhas, Mi


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