Pragnieinie

Pragnieine

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O salão de eventos estava cercado pelo som de conversas animadas, algumas risadas desde que os convidados elegantes chegavam com seus ternos sob medida e vestidos longos no começo do entardecer. Tinha um instrumento de corda sendo tocado ao fundo, as notas suaves e belas carregadas pela acústica do lugar, ditando os passos de dança dos mais ousados, escondendo os negócios ilícitos sendo firmados na mesa mais ao lado esquerdo do salão, perto do palco.

A mesa circular tinha uma toalha branca e utensílios de prata, champanhe dourada e rosê em taças de vidro frágil, escolhidos cuidadosamente para ficar harmoniosa e agradável aos olhos com o ambiente. A luz branca nos grandes lustres de ouro no teto, as paredes num tom opaco de brando, os arranjos nas mesas com flores brancas e amarelas, olhando ao redor, tudo parecia muito nobre, muito limpo.

E claro, ainda tinha as máscaras nos mais diversos tamanhos e cores de rendas e plumas delicadas adornando as faces de todos os presentes.

Muito honrado.

Assim, ninguém saberia de quem veio a doação de milhões de dólares que salvaria crianças inocentes, construiria as casas destruídas pelos desastres naturais.

Assim ninguém saberia quem ordenou a morte daquele político ou de onde viriam as armas usadas nos mais diversos crimes.

Itachi tomou outro gole do líquido rosê em sua taça, ouvindo Madara fazer um breve discurso sobre o valor da família, em pé ao seu lado. Ele falou sobre a importância dos mais abastados cuidarem daqueles em necessidade, honrar a tradição passada a eles pelas gerações. Madara fez uma breve pausa para ajustar o terno impecável, ergueu a taça em sua mão direita e sua voz ecoou pelo salão.

-É por isso que meu sobrinho e sua adorável noiva concordaram juntos em abrir mão dos presentes de noivado, convertendo todo o valor em doações!

Palmas animadas e sorrisos foram direcionadas para Itachi e para a jovem ruiva e pequena ao seu lado. Os dois ficaram em pé para agradecer, curvando-se para a multidão.

-Um brinde à Yona Uzumaki e a Itachi Uchiha! - Madara completou - Que a união deles seja repleta de felicidades!

Madara não desejou amor aos dois pois sabia que esse sentimento não existia entre eles. Aquela noite estava sendo a primeira vez que se viam, o casamento arranjado entre os clãs era visto como uma apólice de seguro para firmar ainda mais a paz e garantir que a guerra nunca mais volte a acontecer entre as duas máfias mais influentes do país.

Quando tornaram a sentar, Yona sorriu para ele por baixo da máscara adornada com pedras vermelhas organizadas como escama de um dragão. O sorriso discreto dos lábios coloridos com um tom claro de rosa foi retribuído por educação, mas não houve conversa. Yona voltou-se para a mãe ao seu lado, as duas ruivas conversando discretamente sobre algo que ele não queria ouvir. Itachi olhou para os cabelos ruivos de mãe e filha queimando intensamente no meio de tantos nipônicos presentes.

Itachi sabia que aquele tom era natural e não resultado de tintura, a cor era a herança genética que seus bisavós trouxeram quando migraram da Polônia para o Japão durante a segunda guerra mundial. De refugiados e fugitivos para a mais influente máfia ocidental no controle do tráfico de armas e pioneiros em ações de caridade. Não havia um cidadão que não conhecesse o clã Uzumaki, muito menos quem os enfrentasse, exceto pelo clã Uchiha.

Dono do mercado de drogas internacional, o clã Uchiha demorou para aprender a coexistir com o clã Uzumaki. Itachi tinha por volta de cinco anos quando Madara e Kushina, ambos líderes da sua família, se enfrentaram pela última vez e conseguiram estabelecer um acordo de paz.