1°Capitulo.

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Ralf On.

Acordei com barulho de buzina na rua, e tive vontade de matar a pessoa que havia feito o barulho, estava mais uma vez sonhando com aquele homem. E dessa vez ele chegou tão perto, acho que mais perto que nunca, e o idiota que apertou a buzina atrapalhou tudo. Tentei voltar a dormir, mas não deu certo. Desde de meus 14 anos que eu tenho o mesmo sonho, aliás, não é sempre o mesmo sonho, e sempre o lobo branco, o vampiro e a mesma floresta, e é sempre o lobo correndo brincando com o vampiro. Podem me achar louco, mas de alguma forma eu sempre soube que aquele lobo era de alguma forma eu, e que o outro homem era um vampiro. Eu sei que lobo e vampiros não existem. E eu já quis tanto que fosse real, que eu pudesse conhecer aquele homem, sempre quis que em algum momento ele me alcançasse. E sempre a mesma coisa, o lobo correndo e uivando, o vampiro rindo e correndo atrás do lobo, e em alguns sonhos o vampiro chega tão perto, e às vezes ele fica tão longe. E ele nunca me alcança.

Quando eu sonhei a primeira vez com isso, eu contei aos meus pais, Victória e Armand, eles ficaram tão irritados comigo, gritaram comigo e disseram que eu nunca mais deveria falar daquilo. Minha mãe até disse que não deveria sonhar com isso, como se fosse eu que escolhesse. Se eu escolhesse, escolheria que o vampiro chegasse em mim e que eu pudesse tocar nele. E teve também, a vez que eu estava pesquisando sobre lobos e vampiros, e minha mãe viu, eu ainda tinha 14 anos e queria saber se tinha alguma possibilidade de vampiros e lobos existirem, mas eu fui bem burro, né? Porque se existem vampiros ou lobos, e ninguém sabe, eu não acharia isso na internet, né? Mas voltando, minha mãe me pegou pesquisando sobre isso e ficou muito irritada. Muito mesmo, nem quando eu sai escondido para ir ver a lua cheia na floresta ela ficou tão irritada, ela até mesmo quase me bateu só porque estava fazendo uma pesquisa na internet.

Sai da cama logo, pois tinha que ir ajudar meus pais na loja. Meus pais são donos de uma loja que vende de tudo. Em cada cidade que vamos, eles inventam algum negócio. Nós nos mudamos bastante, o que é muito chato, mas eu nunca tive muita voz nesta casa. E eles nunca me dão um bom motivo para estarmos nós mudamos. Um dia eles chegam e falam que vamos nos mudar, e aí temos que arrumar tudo correndo e ir para outra cidade. E se eu ficar questionando, meu pai se irrita e passa a gritar comigo. Eles nunca me bateram, mas já ameaçaram algumas vezes.

Eles não são os piores pais do mundo, de verdade, tudo que falei parece que eles são horríveis. Mas, quando eles não estão tentando me controlar, ou brigando por algo que fiz, ou surtando querendo mudar de cidade, eles são pais legais. Quando eu era pequeno, era tudo melhor. Eles eram mais carinhosos, mais presentes. E eu tentava focar na parte que eles só queriam me proteger, mesmo que não houvesse necessidade.

Eu estava tomando coragem, porque quando eles decidissem se mudar dessa vez, eu não iria. Desde de que comecei a ajudar eles na loja eu estava juntando dinheiro. Não era muita coisa, mas não deve ser tão difícil arrumar um emprego, né? Eu já tenho experiência em vendas. Terei que me mudar para uma casa menor. Mas, não deve ser algo tão difícil. Meus pais nem sonham com isso, nem sei o que fariam se descobrissem. Eles são tão loucos querendo me manter seguro, e isso é o maior problema na nossa relação, eles sempre querem me proteger e me manter seguro, não sei o porquê, mas é insuportável muitas vezes. Quase não vivia quando era adolescente, não tinha muitos amigos, porque não podia sair com eles, ou ir na casa deles. E não mudou muito coisa agora.

Pulei da cama, deixando esses pensamentos de lado, tinha que me arrumar. Arrumei minha cama, depois fiz minha higiene matinal e então troquei de roupa. Eu nunca sentia muito frio, não importava quão baixa era a temperatura. Minha pele sempre estava mais quente. Minha mãe sempre diz que é coisa de família, e é verdade, porque ela e meu pai também têm a pele mais quente. E dificilmente parece estar com frio. Então, mesmo que tivesse frio, eu pus uma calça jeans e uma camisa e meu all star cor de mostarda, que eu amava. Ajeitei meus cabelos, que estavam bastante grandes, quase chegando no ombro, mas eu até estava gostando, então não cortaria. Desci para a cozinha e meus pais já estavam ali comendo.

Meu Companheiro. (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora