Ralf On.
Fui para a escada que me levaria ao meu quarto, e vi meus pais indo para o escritório deles. E eu ia continuar subindo, mas algo me impediu. Uma voz que primeiro me assustou, mas percebi que era meu lobo.
" Você é burro! Ele não mudaria de ideia assim " a voz disse.
Esperava ouvir a voz de meu lobo e ele falar qualquer coisa, e não ele chegar já me chamando de burro. Pensei.
" Mas você é inocente demais. Seu pai vai fazer alguma coisa, vai tentar atrapalhar nossa ida até nosso companheiro".
Você ouve o que eu penso?
"Sim, e você entendeu o que eu disse?
"Sobre meu pai? Eu já vou ir amanhã. Ele não terá tempo para nada."
" Não seja inocente demais, escute o que eles estão falando no escritório"
Eles vão me pegar.
Vai nada, e só você não fazer barulho. Vai logo.
" Se eu for pego, a culpa é sua" .
Eu estava a vários segundos parados na escada, conversando com meu lobo. Então voltei, pisando o mais leve possível. Até chegar no escritório e já conseguia ouvir o que eles sussurravam.
_ Não podemos fazer isso, acho que estaremos indo longe demais. Já fizemos muitas coisas, eles são companheiros, hora ou outra eles vão acabar ficando juntos. Ralf vai nos odiar se fizermos isso.
_ Eu não confio nesse Vincenzo, não podemos deixar nosso filho ficar com ele. Lembre tudo que ele já fez. E para o bem de Ralf, não quer perder nosso filho, que?
_ Não, você tá certo. Já tem tudo organizado então?
_ Sim, já vi a casa e as passagens. Já até entrei em contato com outra bruxa. Você só tem que levar a comida com o sonífero para ele, coloque uma boa quantidade, o lobo dele está forte e não podemos correr o risco de não funcionar. E nós vamos embora de madrugada _ meu pai falou.
Como já tinha ouvido o bastante, saí dali do mesmo jeito que havia chegado. Fui até meu quarto, tentando não chorar. Arrumei minhas malas, para não desconfiarem de nada, e também entrei na internet e comprei a passagem para amanhã bem cedo. Levaria o dia todo em um avião. Já havia pesquisado, e chegaria lá a noite, na cidade mais próxima da cidade da Lua, já que não havia aeroporto na cidade de Vincenzo, e depois pegaria um táxi ou algo desse tipo e iria para a Cidade da Lua e então finalmente chegaria de madrugada e estaria com Vincenzo. Iria comer a comida que meus pais me dessem, depois iria vomitar, e fingir que tinha dormido, e quando eles me deixassem sozinho, fugiria pela janela. A ideia de comer e vomitar foi do meu lobo. E era a ideia mais óbvia, porque minha mãe com certeza ficaria para ver se eu comer. Levaria apenas uma mala. Apesar de posto todas minhas coisas em malas, era só disfarce mesmo, só levaria uma delas com um pouco de roupa, alguns livros e coisas de higiene pessoal, e o que restou de meu dinheiro.
Talvez agora me arrependa um pouco de ter vindo com meus pais, e não ter ficado e já ido com Vincenzo. Ele já devia estar na cidade dele, já que voltaria correndo, que era bem mais rápido. Mas, logo estaria com ele. Era o que importava.
Já havia tomado um banho, e guardado a camisa de Vincenzo na minha mala certa e vesti uma roupa simples, de ficar em casa, para meu país não estranhar. Estava morto de medo e achando que eles descobririam a qualquer momento meu plano. Nem demorou muito, e minha mãe veio trazer meu café da tarde. Já eram umas seis e pouco. Levamos um bom tempo para chegar em casa de carro, mesmo que meu pai estivesse correndo que nem louco. A cidade vizinha era longe. E a conversa com meus pais durou um tempo, e minha mãe esperou ficar de noite para trazer a comida para mim. Sorri, agradecendo, e passei a comer em sua frente. Ela só foi embora quando viu que eu tinha acabado. Assim que ela saiu, corri para o banheiro e vomitei tudo. E pareceu funcionar, já que não fiquei com sono, em nenhum momento.
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Meu Companheiro. (Romance Gay)
RomanceVincenzo Mitchell é o Rei dos Vampiros, e vive na Cidade da Lua, em um palácio com sua mãe, irmão e conselheiro. Ele se tornou Rei após a morte de seu pai, e também ganhou alguns inimigos. Alguns por acharem que ele é igual a seu avô e pai, outros p...