trinta e três

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- Estou começando a achar que está me prendendo aqui.- Polly diz entrando no meu escritório, ela se apoia em uma das cadeiras a frente de minha mesa e me encara - Eu preciso saber o que está acontecendo, como achou meu filho? o que aconteceu com você?

- Eu não tenho bem uma explicação para o que aconteceu comigo, mas...- faço um gesto para que ela se sente e ela assim faz - Eu encontrei seu filho em uma fazenda longe daqui, a mulher que o adotou permitiu que ele trabalhasse aqui, mas eu só queria acha-lo antes do Thomas.

- Porque?- ela pergunta confusa

- Eu fugi do Thomas e de vocês, ele queria minha herança assim como meu pai...- ela nega com a cabeça - Eu descobri que o Thomas sabia sobre a herança da minha família assim que nos" casamos".- disse fazendo aspas. - Eu sabia que tinha algo de errado naquele plano dele, então eu fugi pra América, voltei e reinvindiquei meu dinheiro e comecei meu trabalho...

- Você é a líder da Nova gangue?- assinto - E você baseou seu plano em puras mentiras Melinda! - ela diz nervosa - Thomas não queria sua herança, ele só queria se livrar do seu pai primeiro e então te daria as boas notícias, o seu pai queria te ver morta se lembra disso?

- Eu sei que o Thomas mentiu pra mim!- digo estressada

- O Thomas te ama!- ela grita e se levanta, eu perco o ar por alguns minutos

- Você está mentindo para que eu tenha piedade dele.- digo com os olhos marejados

- Eu não mentiria sobre isso, ainda mais para você, ele não demonstra mas eu sei que ele sofreu com a sua partida, ele mal sabe o que está fazendo da vida dele. Se não acreditar em mim o procure, escute e tire sua própria conclusão.- ela se levanta e vai em direção a porta - Eu estou indo e vou levar meu filho comigo, espero um dia voltar a ver aquela menina que conheci no Garrison. - ela sai e bate a porta, enquanto minha cabeça gira.

Decido seguir o conselho de Polly, não iria doer escutar o Thomas, mas eu saberia se ele mentisse. Pedi pro meu motorista me levar até o escritório dele, quando cheguei tinha uma mulher lá.

- Boa tarde, tem horário marcado?- ela pergunta com cara de nojo pra mim. Ignoro ela e vou em direção a porta mas ela entra na minha frente.

- Se eu fosse você tomaria mais cuidado.- digo a encarando e ela se encolhe, em seguida Thomas abre a porta.

- Achei que tinha escutado sua voz.- ele diz - Vem, entra. - passo pela secretaria e entro na sala dele. - Veio me pedir mais favores?

- Sua tia me pediu que viesse falar com você.- vejo ele se sentar atrás da mesa e continuo de pé.

- E onde ela está? presa na sua masmorra?- ele diz e acende um cigarro, sem se preocupar se eu gosto ou não do cheiro, aperto meu nariz com os dedos de propósito, como na primeira vez que nos vimos mas ele não o apaga.

- Nesse momento, acho que está na casa dela com Michael.- ele me olha surpreso mas finge não ligar - Não parece muito comovido, seu primo está de volta.

- O que realmente você quer Melinda? Já não estragou as coisas o suficiente pra mim?- ele diz sendo grosso e eu suspiro e me sento numa das poltronas. - Eu vou matar o Sabine pra você, e já entendi que está com raiva de mim...

- Eu descobri que você sabia sobre minha herança...- ele assente olhando pro nada - Quer me explicar sobre isso?

- Eu queria que fosse livre primeiro, foi a única coisa que me pediu, e por gostar de você eu queria lhe dar isso, eu ia dizer sobre sua herança assim que matasse o Billy.- ele diz me olhando nos olhos, e querendo ou não consigo ver sinceridade.

- Por gostar de mim?- pergunto com sarcasmo - Quer mesmo que eu acredite nisso? Nós tivemos um beijo Thomas e foi o bastante pra saber que você amava mesmo era aquela garçonete, por isso foi tão bom mata-la. - ele me olha espantado

- Você matou a Grace?- ele não parecia nervoso e sim surpreso - De tantas pessoas eu nunca disconfiaria que você fez isso.

- Eu descobri primeiro que você sobre a traição dela, ela era uma agente da Coroa e ela parecia te amar, também parecia que você a amava.- digo a última parte meio baixo, pra disfarçar minha tristeza.

Estar naquela sala com Thomas era triste, tentador, doloroso quantas emoções você possa imaginar, ver seu rosto magro sem luz, parando pra analisar parece que ele não se alimentava direito a dias, nem o corte de cabelo impecável estava certo.

- Eu amo você Mel, eu já amava mas fui tolo demais pra perceber isso só quando você partiu...- ele diz meio triste e ficamos num silêncio profundo por segundos, eu precisava digerir aquilo.

- É melhor eu ir.- digo e pego minha bolsa pra sair correndo dali

- Espera, eu preciso de um favor...- ele pede desesperado e eu o olho - Quero que envie está carta se algo acontecer comigo, ela já está com os selos.- ele me entrega um pequeno envelope, e eu me senti preocupada.

- Como assim se algo acontecer?- pergunto sem querer - Está correndo perigo?

- Eu tenho outros problemas além de você, muita gente tá querendo me ferrar, eu vou hoje matar o Sabine na corrida de Epstem, tenho além disso que matar um soldado de alto escalão, é um favor que devo.- eu não poderia deixar que nada acontecesse a ele, não agora que sabia sobre a verdade.

- Vou mandar que soltem os seus homens e o Arthur, não se preocupe, eu estarei lá.- seguro a carta com força e saio da sala dele.

Falling - Thomas ShelbyOnde histórias criam vida. Descubra agora