identificação

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*a última parte desse cap. é um smut, quem não quiser ler é só pular*

[p.o.v. Harry]

Um ano atrás eu transei com um cara que me pediu para passar a noite com ele. Foi a primeira vez na minha vida que dormi acompanhado e também foi a noite mais estranha que tive.

Por algum motivo não consegui dormir um segundo durante aquela noite, despertava sempre que ele se movia ou então suspirava. Basicamente, um tormento. Depois disso nunca mais dormi com ninguém.

Em todas as festas que fui, com todos os caras que fiquei, em todas as transas que tive, sempre fui embora antes de pegar no sono. E dizem que existe dois tipos de sentimentos pós sexo, o primeiro é aquele que você goza e quer abraçar alguém e ficar, o segundo é quando você só quer ir embora.

Não me orgulho em dizer, mas sempre só quis ir embora.

Por esse motivo foi tão estranho acordar e perceber que estava sendo abraçado por Louis, no meio da madrugada, e mais do que isso, que eu havia dormido antes dele, sem qualquer relutância ou problema.

Louis, por sua vez, dormia tão profundamente quanto eu estava. Estávamos de frente pro outro, sua mão continuava agarrada na minha cintura e nossas pernas seguiam emboladas. No nosso corpo existia apenas uma boxer e aquilo era tudo que eu queria vestir pelo resto da minha vida, com ele ao meu lado.

Suspirei em meio aos delírios de paixão que acometeram minha mente e depois mergulhei minha cabeça em seu peito desnudo, quente e receptivo, apenas para mim.

Em poucos segundos, lá estava eu, de novo, dormindo como se estivesse sozinho na minha cama.

Aquela estava sendo a melhor sensação que senti em toda minha vida.

[...]

- Louis? - Digo depois de sair do banheiro, procurei por ele antes de vir fazer minha higiene matinal, mas não o achei.

Sai do quarto e comecei a procurá-lo por vários cômodos e nada.

Nos filmes, normalmente, essa é a hora que a mocinha tem certeza que foi deixada pelo mocinho e que terá que sofrer as consequências de um coração partido sozinha.

Porém, não sei explicar como isso aconteceu comigo, mas em cada passo que eu dava e procurava por ele, menos eu achava que tinha sido abandonado ou largado. A única coisa que pensava era "acho que estou viciado".

Quais os sintomas de alguém em vício? É isso, tenho que procurar e entender mais, porque Louis é a porra de uma droga que eu sequer tenho coragem de ver longe.

Enlaço meu celular nos dedos, pronto pra fazer uma pesquisa necessária até que sou interrompido pela mensagem mais fofa que poderia receber.

Lindo: oi, meu bem. eu não te larguei, na verdade seria incapaz disso. saí para comprar nosso café da manhã e descobri que na realidade já é quase noite de novo, então vou demorar um pouco até achar algum lugar que queira me fazer um café as 6 da tarde. mas já já estou voltando pra você! ❤️

Imediatamente meu sorriso surgiu. Era por isso que não tive medo.

Louis era um cara fantástico, mas principalmente, Louis era leal a tudo que dizia. Eu acreditava nisso, acreditava nele, em suas palavras e todas suas ações e também sabia que era recíproco. Talvez, por isso o medo não era necessário. Afinal, ninguém tem medo daquilo que sabe que funciona.

E eu e ele funcionamos perfeitamente bem.

O respondi e depois conversamos brevemente por ali, logo após fui para o banho e aproveitei para arrumar a cama, onde provavelmente iríamos passar a maior parte dos nossos dias.

COLD. (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora