14: The Nearness Of You

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ANDREW

— Não, Andrew, assim não — Neil disse se aproximando e me colocando na posição correta para foto.

— Eu não aguento mais — fiz uma arma com os dedos e fingi atirar na minha cabeça, isso tirou um sorriso divertido de Neil.

Na terceira semana — e última semana — do trabalho começamos a fotografar, tiramos várias fotos durante três dias e Neil conseguia ser mais chato ainda quando se tratava de fotos.

Ele também estava melhor, voltando ao normal dele e isso me deixava de alguma forma aliviado. Neil não estava me evitando mais, mas mantinha certa distância o que me fez voltar ao pensamento de ter lido os sinais de forma errada. Mas pegar ele me olhando quando eu não estava olhando, e, em vez desviar o olhar, receber um sorriso tímido e contido, me fazia pensar que talvez não.

"O problema está comigo", ele dissera e desde então essa frase viveu comigo.

— Você já tomou sol alguma vez na vida? — ele perguntou olhando para meu rosto. — Como você é tão pálido? Você come algo além de sorvete? Precisa comer coisas com vitamina, Drew — ele ainda ficava hesitante quando usava meu apelido, mas voltava ao normal facilmente. Eu adorava o som da sua voz me chamando pelo apelido.

— Não, papai, eu não tomo sol — disse soando como um adolescente entediado. — Sim, papai, eu me alimento bem.

Ele enrubesceu e pensei ter sido por ter o chamado de papai. Neil tinha tantas reações interessantes.

— Eu... Você é um saco — sorri de lado. Notei que deixar Neil desconcertado me divertia mais do que gostaria de admitir.

Neil pegou algo na bolsa de Allison e começou a passar em minhas bochechas.

— Talvez você deva adotar ternos e blushes — ele disse dando as últimas pinceladas. — O terno te deixa elegante e o blush te deixa com mais cara de saudável.

— Então você gosta? — perguntei com um tom de voz malicioso.

Neil virou rapidamente.

— Vamos, faltam só mais algumas fotos.

Posar era um saco, mas assistir Neil fotografando, isso valia a pena. Ele vestia toda uma pose concentrada, o que consistia em, às vezes, a língua prensada entre os lábios e sorrisos quando a foto ficava como ele queria. Muitas vezes era demais olhar isso, então eu só desviava o olhar.

Depois de terminamos as fotos, aproveitei para olhar os carros que estavam à venda. Nem um deles era o que eu procurava, isso estava começando a me frustrar mais do que eu gostaria, e, Tia Bee, eu não a tinha visitado tanto por ter ficado tão ocupado. A visitei depois e fiquei até que o horário de visitas acabasse.

Não dormi depois, desde de sexta dormi apenas 2 horas. Estava ficando cansado.


NEIL


A primeira semana depois que Riko apareceu dizendo que ia me levar, foi horrível. Eu não sentia vontade de levantar da cama, comer ou qualquer coisa que exigisse um esforço maior do que respirar, mas tive que fazer porque precisava fazer aquele maldito trabalho da faculdade.

Era fácil trabalhar com Andrew, ele estava quase sempre reclamando mas fazia tudo conforme eu pedia, exceto quando falei sobre ele gravar todas as cenas sozinho e eu editar depois. Aparentemente ele sacou que eu queria me sobrecarregar ou só estava sendo preguiçoso, de qualquer forma, fico feliz que ele não deixou isso acontecer ou eu nunca teria terminado de editar o clipe a tempo.

The Devil and The Deep Blue Sea (completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora