Um novo jogo

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Boa leitura

— Como assim nenhuma pista?! Não acredito que o "Melhor detetive" dessa cidade está trabalhando no caso a uma semana e nem se quer tem uma pista! - O delegado gritava com o detetive a sua frente e fazia aspas com seus dedos quando pronuncia "Melhor detetive ".

— Pra você é fácil falar, tenta investigar essas mortes bizarra sozinho! - O detetive se levanta de sua cadeira e caminha em direção à porta da sala daquele delegado. — Só vou seguir com a investigação porque me importo com as famílias. - Essas foram as últimas palavras do detetive antes do mesmo sair pela porta.

***

Após Zoe matar mais uma vítima,  Jack solta uma alta gargalhada e pega nos braços,  saindo dali sem deixar nenhum rastro do crime.

— Você mandou muito bem,  garotinha. Fico orgulhoso a cada dia. - O palhaço bagunça os cabelos de sua criança,  antes de entrar no quarto dela pela janela.

— Aquele detetive lá vai acabar pegando a gente,  o que faremos caso isso acontecer? - Ela retira suas roupas aos poucos e se joga em sua cama.

— Daremos um jeito nele depois. - Distraído com seus próprios pensamentos,  o palhaço andava por todos os lados do quarto. Quando resolve se virar para a garota, da um pequeno pulo para trás. — F-ficou doida?! Não pode ficar na minha frente assim! - Um tanto desesperado, o palhaço vira sua cabeça para uma outra direção de olhos fechados,  sacudindo suas mãos a sua frente.

— Caramba,  está parecendo um otaku virgem. - Uma risadinha sai da boca da jovem e logo ela se levanta, caminhando em direção ao banheiro. — Além disso,  já me viu assim em uma cena bem pior. - O sorriso de Zoe some de seu rosto quase que de repente ao se lembrar do abuso de seu irmão.

— Tá, tá, vai pra lá. - Ainda de olhos fechados, Jack empurra a garota para dentro do banheiro e fecha a porta, soltando um suspiro de alívio antes de finalmente poder abrir seus olhos.

***

— Merda! Mais um corpo e nenhuma pista... O que me deixa mais puto é o fato de que todas as vítimas serem criminosas. - Lá estava o detetive na cena do crime cheio de dúvidas,  sem nenhuma resposta.

Porque haviam criminosos tirando a vida de outros criminosos? Porque há doces coloridos espalhados em todas as cenas do crime? Quem são essas pessoas? Como pode ser possível um trabalho tão..."bem feito"? Todas essas dúvidas passavam pela mente do jovem detetive que se abaixa perto do corpo para analisar melhor,  aqueles doces ainda estavam protegidos pela embalagem, não? Já que o moreno não estava nem um pouco perto de saber o motivo de tudo aquilo,  achou que não teria problema em abrir pelo menos um pirulito e assim o fez, o açúcar daquele doce fazia com o que o rapaz se sentisse menos estressado. Depois de um certo tempo ali, o cheiro daquele corpo já estava começando a incomodar, fazendo o detetive ter noção do tempo em que ficou ali pensando. O moreno sai daquele local e segue a caminho de seu escritório,  pois precisava fazer algumas pesquisas.

— E se esse assassino não for bem uma pessoa? - Diz em voz baixa apenas para ele ouvir,  enquanto passava com o seu carro bem em frente a casa onde estava o palhaço o olhando pela janela no mesmo momento em que Zoe dormia feito pedra na sua cama.

O dia amanhecia frio e com uma fraca chuva que caia do céu, Jack estava sentado no chão apoiado com suas costas na cama que a adolescente dormia profundamente. O palhaço apenas ficava olhando para a parede enquanto Zoe sentia seus olhos reclamando da claridade que invadia seu quarto, lentamente os mesmos se abriam e um bocejo sai da boca da garota, o que acaba chamando a atenção de Jack.

— Bom dia, dorminhoca. - Diz com um sorriso no rosto enquanto subia em cima da garota.  — Eu passei a noite toda pesquisando aquela coisa sobre aquilo que você me contou. - Aponta para o Notebook que a jovem havia deixado ligado,  assim deixando livre para o palhaço fuçar no aparelho. — É um pouco complicado usar aquilo,  mas consegui chegar onde eu queria.

— O que viu ali? - Mais uma vez a jovem se espreguiça em sua cama, olhando para a tela se seu notebook que ainda estava ligada

— Sexo. Parece interessante,  quando vamos jogar aquele jogo? - Ainda em cima de sua criança,  o palhaço abre um enorme sorriso em seu rosto,  deixando a garota extremamente envergonhada.

— O que?!

Meu palhaço, minha menina Onde histórias criam vida. Descubra agora